Criatividade brasileira: uma seleção de banquinhos feitos por artesãos
Conheça peças indígenas, populares e de design que refletem a pluralidade da cultura brasileira
Com culturas tão diversas dentro de um mesmo território, a pluralidade brasileira reverbera por todas as vertentes. Através do trabalho de artesãos espalhados pelo país é possível observar de maneira clara essa pluralidade.
Aldemir Elias do Nascimento, Kawakanamu Mehinaku e Seu Gervásio são alguns dos artesãos brasileiros que imprimem suas visões de mundo de forma criativa em peças de decoração, como os banquinhos.
Para quem busca trazer originalidade e raízes brasileiras ao ambiente, apresentamos alguns bancos artesanais indígenas, populares e de design que garantem beleza e personalidade. As peças são feitas a partir de técnicas 100% artesanais em regiões como Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Minas Gerais. Confira:
Banquinhos Carnaúba, Jaguaruana (CE)
Inspirados na fauna local do sertão cearense, os banquinhos Carnaúba, em formato de burrinhos e cabritinhos, surgiram de um projeto de inovação artesanal realizado na região de Jaguaruana, no Ceará, pelo Museu A CASA, em São Paulo.
A convite do museu, as designers gaúchas Tina Azevedo Moura e Lui Lo Pumo desenvolveram os dois modelos de bancos infantis feitos em carnaúba, palmeira abundante no estado do Ceará. Com a palha dessa palmeira, as artesãs produzem peças utilitárias como cestos, boleiras, sousplat, jogos americanos e outras peças. Disponível no Museu A CASA.
Banco Mito Escultor, Jaguaruana (CE)
Reconhecido por fazer referências às figuras humanas, os bancos do artesão Aldemir Elias do Nascimento, conhecido por Mito, já se tornaram uma tradição pernambucana. Aos 14 anos, ele teve seu primeiro contato com o artesanato trabalhando com cascas de cajá, ofício que aprendeu com o mestre Gilberto Carcará.
As principais madeiras utilizadas em suas confecções são a jaqueira e massaranduba, a maior parte colhida de árvores mortas ou com certificação de origem. Os bonecos passaram a ser sua marca registrada e, através deles, Mito gosta de retratar o lado alegre e colorido da vida do povo nordestino.
Um belo dia experimentou fazer um teste colocando um assento em uma de suas esculturas, e foi quando os banquinhos começaram a nascer. Anos depois, seus bancos passaram a figurar em projetos de arquitetos, decoradores e designers que buscam trazer cores fortes e originalidade aos ambientes. Disponível na Etnias Mundi.
Banco Sela, Rio de Janeiro (RJ)
Criado pelo carioca Ricardo Graham, o Banco Sela é todo esculpido em madeiras maciças tropicais. Ele é resultado de uma pesquisa minuciosa do artista, que buscou oferecer conforto em um novo padrão de assento.
Depois de uma temporada entre Milão, na Itália, e Avignon, no sul da França, Ricardo aprendeu o ofício da ebanesteria, que reúne conhecimentos de design e marcenaria para elaborar produtos, desde o traço até a montagem. A peça foi premiada no 4º Prêmio Objeto Brasileiro, realizado pelo Museu A CASA, em 2014. Disponível em O Ebanista.
Banco Mehinako, Gaúcha do Norte (MT)
Feito pelo artesão Kawakanamu Mehinaku, da etnia Mehinako, que habita o Alto Xingú, esse banco feito em madeira é uma das peças que fazem parte da tradição mehinako dentro do artesanato. Kawakanamu é um artista e designer de bancos de madeira e especialista em confecção de peças artesanais como: cestarias, arte plumária e colares.
Há quatro anos reside na aldeia Kaupüna, localizada no município de Gaúcha do Norte, no Mato Grosso. Para os Mehinako, além do artesanato ser uma importante fonte de renda, também é uma forma de manutenção das tradições e de conexão com seus antepassados. Disponível na BooBam.
Banco Onça, Prado (MG)
Há mais de 25 anos, o artesão mineiro Gervásio se dedica a construir pequenos objetos de madeira, matéria-prima que sempre foi presente em sua rotina. Antes de começar no artesanato, trabalhava com o plantio do eucalipto. Logo que aprendeu a esculpir, começou a fazer bichos que são vistos regularmente na Estrada Real Mineira, que começa em Ouro Preto e se estende até o Rio de Janeiro.
A partir do entalhe, suas mãos produzem onças, tatus, carneiros, tamanduás, zebras, girafas e o que mais lhe vier à imaginação. Apesar de ser um assento, também é comum ver o Banco Onça ser utilizado como mesinha de canto ou de centro em ambientes pequenos. Disponível na Etnias Mundi.