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Rachel Maia oferece mentoria gratuita para mulheres negras

Segundo uma pesquisa realizada em 2020, apenas 8% das mulheres negras brasileiras ocupam cargos de liderança no país

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 ago 2021, 19h15 - Publicado em 2 ago 2021, 18h00
Rachel Maia
Rachel Maia é presidente do Conselho Consultivo do UNICEF Brasil. Foto: (Claudio Gatti/Divulgação)
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“Desde pequena fazendo o corre pra ajudar os pais, cuida de criança, limpa a casa, outras coisas mais.” A letra de Cota não é esmola, música de Bia Ferreira, embalou a manhã da executiva Rachel Maia no dia da nossa entrevista.

A dura realidade se transforma em uma mola para a personagem da canção fazer a revolução de encarar a vida. O enredo trouxe uma profunda identificação para Rachel, que nasceu na periferia de São Paulo e se tornou a primeira mulher negra a assumir o cargo de CEO no Brasil.

“Eu me vejo naquela letra e posso falar para quem não tem a mesma origem que a minha: ‘essa sou eu’. Isso é muito libertador”, diz a executiva, que, mesmo sendo um grande exemplo, foge do discurso meritocrático. Atualmente, Rachel ocupa o conselho de quatro grupos empresariais, nos quais defende pilares sustentáveis, principalmente do ponto de vista social.

A expectativa em torno de suas atitudes é reconhecida, mas não a assusta. “Preciso dos aliados para colocar mais dos meus nas posições de liderança. Vou estar onde for necessário para questionar e trazer mais chances, isso significa explorar novos ambientes. A cobrança é inevitável pela ausência de negros na posição que ocupo, mas a minha presença é disruptiva, não tenho medo”, garante.

Para romper com essa lógica do negro único, a executiva faz um trabalho pulverizador por meio da sua consultoria RM Consulting, que está com inscrições abertas para o programa de mentoria gratuito para mulheres negras, o Meu caminho até a cadeira número 1, até a próxima terça-feira (10).

Rachel Maia
(Karla Brights/CLAUDIA)

Segundo uma pesquisa realizada no último ano pela consultoria Indique Uma Preta e pela empresa Box1824, apenas 8% das mulheres negras brasileiras que atuam no mercado formal ocupam cargos de gerente, diretora ou sócia-proprietária. O levantamento ainda constatou que menos da metade das mulheres negras exerce trabalho remunerado no país.

Por isso, a iniciativa será voltada para mulheres desempregadas ou que ocupem, no máximo, um cargo de assistente. De agosto a dezembro, as 40 candidatas selecionadas participarão de encontros e palestras virtuais para desenvolver um plano de carreira. Além disso, elas ainda contarão com uma mentoria customizada oferecida por executivos de grandes empresas.

A ideia é trilhar em conjunto o caminho para a cadeira de número 1, que, nas palavras de Rachel Maia, é único. “Quando digo o meu caminho até a cadeira de número 1, falo da minha cadeira de satisfação, que pode ser analista sênior da empresa ou assessora, por exemplo. Falo do que te dá plenitude, que você definiu como objetivo e não do que a sociedade impõe. Isso não tem preço”, revela a executiva.

Próprios passos

Na infância, Rachel lembra que o seu principal foco era ajudar quem precisava. “Sempre trabalhei como voluntária na igreja. Pedia mantimento para todos no bairro, inclusive comecei a trabalhar para isso”, diz a empresária, que segue com esse valor por meio do Capacita-me, projeto que trabalha não só a capacitação de pessoas em situação de vulnerabilidade social como a inserção delas no mercado de trabalho.

Em paralelo a essa conexão com o voluntariado, a paulistana, que chegou a trabalhar fazendo limpeza com a mãe, enxergou nos estudos a grande chance de mobilidade social e realização de sonhos. Rachel se formou em ciências contábeis e, com as economias do primeiro emprego, investiu em um intercâmbio para o Canadá. De volta ao Brasil, a executiva deu início à sua imersão e ascensão no mercado corporativo.

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“Meu caminho é muito parecido com o teu, com o dela e de outras mulheres, mas pra nós, negras, é mais apertado. Por isso, quis contar os meus passos no livro para mostrar que, mesmo com toda essa dificuldade, ainda temos uma saída”, diz Rachel sobre a sua autobiografia, que leva o mesmo nome do programa de mentoria e foi publicada pela GloboLivros (compre aqui).

“Eu me levanto”. A frase da poetisa Maya Angelou é absorvida diariamente como uma missão de vida para Rachel, que faz questão de passar o recado para frente. “Meu lema é acreditar e estar próximo das minhas, como Adriana Barbosa, Cida Bento, Patricia Santos, Luana Genot e tantas outras. Mentoria é uma via de mão dupla, porque, ao mesmo tempo que passo minha experiência executiva, elas me ensinam sobre a vida também. Minha dica para as mulheres é essa: aprenda com todo mundo, mas também não espere nada de ninguém. Procure apoio, mas seja a sua própria força para se erguer”, aconselha a Rachel.

Para se inscrever na mentoria, é necessário ser formada ou cursar o ensino superior a partir de 4º semestre e preencher este formulário.

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