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7 empresas de sucesso que surgiram de necessidades pessoais

Inspire-se nas histórias destas mulheres empreendedoras que souberam misturar a atenção ao entorno com ousadia

Por Débora Stevaux l Ilustração de Otávio Silveira
3 abr 2017, 15h52

Uma grande ideia pode surgir nos momentos mais inusitados – e, muitas vezes, também pode passar despercebida pelos olhos desatentos e pela mente distraída na correria do dia a dia. Ainda mais: ela pode estar escondida em meio às nossas vontades e necessidades pessoais. Confira as histórias de sucesso de sete empreendedoras que pararam para prestar atenção ao que mais queriam e precisavam.

CALÇADOS PARA PÉS PEQUENOS

(33e34/Reprodução)

Em 2012, a administradora Tania Luz, 42 anos, saiu à procura de uma sandália prateada para usar no Réveillon. Foram cinco horas rodando dois conhecidos shoppings de Curitiba, na companhia do marido, Tiago, sem sucesso. A cada vitrine, a esperança reacendia, mas, uma vez dentro da loja, ela descobria que o modelo não estava disponível no seu número, 33. A busca só chegou ao fim depois que Tiago avistou em um estabelecimento infantil uma sandalinha brilhante.

“Foi muito frustrante. Comprei, mas pedi para a atendente não colocar na sacola. Pus direto na bolsa”, lembra a paranaense. Ela faz parte do contingente de 5 milhões de brasileiras que calçam 33/34 e, nesse dia, atentou para a dificuldade em satisfazer um desejo feminino tão comum. Por curiosidade, fez uma busca na internet e não encontrou nenhuma loja específica para esse público. Como já tinha experiência em empreendedorismo – era sócia do marido em uma agência de marketing –, transformou o insight em negócio.

Assim nasceu, em 2014, a loja multimarcas online 33/34. No começo, o desafio foi obter com os produtores muitos pares de cada modelo. “As marcas têm o tamanho, mas só dois ou três pares. Consegui mudar essa mentalidade com o tempo”, explica. Hoje, são 16 marcas no site, além da coleção própria, feita por três indústrias diferentes.

O sonho de Tania é construir uma empresa que dure anos e seja capaz de atrelar aos pequenos pares uma história: “Na semana passada, uma senhora de 70 anos veio procurar um sapato para usar na sua festa de renovação de votos de 50 anos de casada. Isso prova que não vendemos apenas um produto; fazemos diferença na vida de uma mulher”.

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SERVIÇO DE ASSINATURA DE PRODUTOS PARA PELE NEGRA

(Tudo de Maquiagem/Reprodução)

O serviço de assinatura de caixas recheadas de produtos de beleza já existia no Brasil fazia algum tempo, mas Élida Aquino, 25 anos, nunca encontrava lá dentro produtos que se adequassem à sua pele negra ou ao cabelo enrolado. Depois de conversar com três amigas que moram nos Estados Unidos, percebeu que o mercado lá era mais bem equipado e que a disponibilidade de produtos fortalecia a autoestima das mulheres.

A carioca, então, se juntou a outros três sócios e apresentou a investidores a ideia de criar um serviço exclusivo: “Foram três ‘nãos’ logo de cara. Esbarramos em muito racismo e machismo maquiado”, diz Élida. Persistente, o grupo conseguiu consultoria da rede Mulheres de Impacto, que tem apoio da ONU Mulheres. Fizeram um crowdfunding e, com a meta alcançada, deram início à operação da Afrôbox.

Em três meses, já são 50 assinantes. “A expansão deixou ainda mais evidente como a indústria da beleza não oferece variedade de cremes, bases e maquiagem para a negra”, afirma a empresária.

ENTREGA DE REFEIÇÕES SAUDÁVEIS E SABOROSAS

(Capital Gourmet/Reprodução)

A carga horária enfrentada pela publicitária Cacau Melo, 38 anos, na agência, era um entrave na busca de mais qualidade de vida. “Tenho hábitos saudáveis, mas, como não conseguia energia para chegar em casa e cozinhar, caía na porcaria”, conta ela. Recorreu, então, a serviços de entrega de alimentos light. Achou, porém, tudo sem graça, com “gosto de comida de hospital”. Foi aí que a cuiabana radicada em São Paulo decidiu pedir demissão e empreender.

Chamou para juntar-se a ela a chef Caro Gallo, experiente em fazer pratos saudáveis e saborosos. Hoje, a All Light Gourmet começa a funcionar às 5 horas da manhã para entregar 150 refeições por dia, entre almoços, lanches, jantares e ceias. Da linha congelada, disponível em supermercados, são vendidas mais 10 mil unidades por mês. “Nosso objetivo é mostrar que vida saudável não se resume a frango com salada e pode dar prazer.”

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PRODUTOS PARA A FILHA ALÉRGICA

(Hakima/Reprodução)

Desde que nasceu, Marina, 27 anos, teve crises de asma e dermatite. Na época, a mãe, a enfermeira obstetra Sarah Lazaretti, 47 anos, sofria ao ver o bebê chorar madrugada adentro. Era 1989 e os únicos produtos que acalmavam a pequena vinham de outros países. “Eu pedia a amigos para trazer quando fossem viajar”, lembra Sarah. Refém da indisponibilidade e dos altos preços, ela decidiu tomar uma atitude. Uniu-se à irmã bióloga e abriu a Alergoshop, em São Paulo.

No começo, importavam fronhas antiácaros e loções hipoalergênicas. Em seguida, passaram a produzi-las. Hoje, há franquias espalhadas pelo Brasil, além de um e-commerce. “Com noites de sono tranquilas, a vida da Marina melhorou muito. E nós passamos a atender um mercado em expansão. Afinal, as pessoas estão cada vez mais expostas a corantes e conservantes, que podem deflagrar alergias em qualquer idade”, conclui.

Leia mais: Você está preparada para abrir a sua empresa?

COMPRA PRÁTICA DE PRODUTOS INFANTIS

(Tecnoblog/Reprodução)

Além de engravidarem ao mesmo tempo, as amigas Priscila Bueno, 32 anos, e Araceli Thomaz, 33 anos, tinham em comum jornadas de trabalho exaustivas – uma na área de comunicação e outra na de aviação. Sentiam-se, por isso, culpadas por não poder dedicar mais tempo aos preparativos para a chegada dos bebês. “As lojas de que gostávamos não abriam nos fins de semana, nossos dias livres. Também não me sentia segura ao comprar pela internet, pois não podia verificar o material ou o tamanho das roupinhas”, conta Priscila.

Certas de que muitas mulheres deviam passar pela mesma angústia, elas criaram, em 2016, o sistema da mala, em que entregam uma bolsa de produtos com o tamanho do bebê seguindo as preferências da mãe, que pode manter tudo em casa por até 48 horas e escolher com tranquilidade. “Nossa seleção fez tanto sucesso que abrimos o e-commerce Mamãe Quer Tudo. E aumentamos nossos serviços: é possível encomendar um presente para um amiguinho, que é entregue até embrulhado”, diz ela.

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INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

(O Registro/Reprodução)

Em 2001, a professora de educação física Carolina Ignara sofreu um acidente de moto e teve uma lesão que a deixou na cadeira de rodas. Mas sua chefe não permitiu que desanimasse e a reinseriu na empresa. “Por meio da carreira, encontrei um sentido para minha deficiência”, conta a paulistana, de 37 anos.

A sorte de Ignara, entretanto, não era a mesma de outras pessoas com deficiência. “Notei que, muitas vezes, as companhias contratavam apenas para cumprir a cota determinada pela lei, mas pouco levavam em consideração o potencial do candidato”, diz. Em 2008, ela abriu com uma amiga a Talento Incluir, que desenvolve a cultura inclusiva dentro de empresas e também faz recrutamento e treinamento para vagas.

Hoje, elas atendem mais de 300 clientes e têm mais de 6 mil profissionais treinados. “Quero quebrar os paradigmas de incapacidade e ineficiência que nos permeiam. Meu esforço é para, no futuro, um funcionário com deficiência ser contratado apenas por seu currículo e experiência.”

MAQUIADORES PARA MULHERES NEGRAS

(TV Döhler/Reprodução)

A história de Daniela Da Mata, 26 anos, com a maquiagem começou quando tinha 15 anos e trabalhava em uma fábrica de cosméticos em São José dos Campos (SP). Ali, chegou ao departamento de desenvolvimento de produtos, de onde saiu para fazer um curso profissionalizante de maquiagem em São Paulo.

“Usava técnicas aprendidas na fábrica: misturava pigmento alaranjado para acertar o tom e ensinava minhas clientes como copiar em casa”, lembra. Assim, percebeu a insegurança das negras em se maquiar e a falta de conhecimento de técnicas específicas para a pele delas. Isso a inspirou a abrir, em 2012, o DaMata Makeup, onde oferece cursos com valor acessível. Criou também o projeto itinerante Negras do Brasil, que já rodou mais de 20 cidades reunindo mulheres de 21 a 35 anos e ensinando-lhes maquiagem.

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Nessas andanças, as misturinhas de cores de Da Mata ficaram tão famosas que uma marca propôs transformá-las em batons vendidos online. “Fico comovida quando alunas me dizem que não se sentem bonitas o suficiente para se maquiar. Quero dar poder a elas.”

Leia mais: Como as mães que são empreendedoras se dividem entre o negócio e os filhos

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