A crise dos 30 é real? Veja o que muda na mente ao chegar nessa idade
Apesar de comum em muitas pessoas, se deparar com um momento decisório como esse pode desencadear ansiedade

A chegada dos 30 anos pode ser o início de uma fase cheia de reflexões, questionamentos e incertezas. Entre balanços da vida profissional, afetiva e pessoal, muitos sentem o peso das expectativas e se perguntam se estão onde deveriam estar. Mas, apesar de ser um movimento comum, ele pode gerar desconforto e ansiedade.
Segundo Edwiges Parra, psicóloga organizacional e professora da PUCPR, o momento nada mais é do que um processo de autoavaliação profunda. “Eu não gosto de chamar de crise, mas sim de questionamento”, explica. “Ele traz o peso de um convite à maturidade. E, por vezes, pode até se manifestar como uma tensão entre aquilo que a gente projeta do que podemos ser e o que de fato nós somos.”
A fase também desperta reflexões sobre temas importantes, como carreira, vida pessoal e até maternidade. “É o momento de definição da construção da vida. Muitas pessoas relatam uma inquietação interna, um sentimento de urgência e medo de ficar para trás, principalmente no trabalho ou na vida familiar”, acrescenta.
Como a crise surge?
A profissional explica que esse movimento costuma surgir quando os marcos que a sociedade impõe sobre a vida adulta não são alcançados no tempo idealizado. “As ‘chavinhas’ que mudam na nossa cabeça são carreira estável, relacionamentos duradouros e independência financeira. Quando isso não se cumpre, começam a aparecer alguns alertas na nossa mente”, comenta.
Além disso, há uma cobrança social muito forte – principalmente quando vivemos imersos nas redes sociais, onde todo mundo aparenta estar feliz e completo. “Essas comparações, muitas vezes, são destrutivas e aumentam as cobranças internas”, diz. “O que precisamos fazer é deixar de buscar a aceitação externa e se perguntar o que realmente faz sentido para nós.”

Quais são os principais sintomas?
Podem aparecer a sensação de estagnação ou fracasso, ansiedade ao se comparar com o sucesso dos outros, desânimo com antigos sonhos ou metas não realizadas e medo de arriscar ou de mudar de vida.
“Sempre conto que mudei de carreira aos 37 anos. Escutei muita gente falando que eu já estava velha demais para fazer isso. Sei que há uma descrença na possibilidade de que você consegue fazer as coisas independente da idade que tem”, revela. “Mas os sinais não devem ser ignorados porque, se você não resolver essas dúvidas internas, acaba acumulando.”
5 dicas para atravessar a crise dos 30 anos
Fuja das comparações digitais: “Essa régua que a internet usa é muito cruel e irreal. Sua jornada é única”, diz Edwiges.
Busque apoio: Terapia, mentorias, grupos de escuta ou conversas com pessoas de confiança podem fazer toda a diferença.
Pratique a autorresponsabilização: “Pergunte a si mesmo: o que posso fazer com o que tenho agora?”, aconselha.
Cuide do seu corpo: Sono, alimentação e movimento são fundamentais para o bem-estar.
Faça pausas e cultive o silêncio: Desacelere. Reflita sobre o que é realmente seu e o que foi imposto. Escolhas conscientes evitam arrependimentos futuros.
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