Tomar colágeno previne o envelhecimento? Artigo de Harvard conta
O debate aflorado sobre colágeno funcionar ou não para a cútis é uma realidade. Se quiser saber se é eficaz, confira aqui
Tomar colágeno previne o envelhecimento? Se você começou a notar rugas e flacidez em seu rosto, é possível que tenha procurado saber da eficácia de produtos com a substância para a pele. Um artigo publicado recentemente na Harvard Health Publishing trouxe informações bastante relevantes após avaliar se bebidas e suplementos com a proteína são realmente eficazes.
O que é colágeno e como ele atua na pele?
O colágeno é uma proteína encontrada nos tecidos conjuntivos do corpo. Sua produção é feita pelo nosso próprio organismo através, principalmente, de células fibroblastos – que compõem essa estrutura a partir de aproximadamente 40 aminoácidos.
A função do colágeno é promover a elasticidade e resistência de estruturas, como pele, ossos, dentes, articulações e músculos, segundo Laís Rios, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Também é importante no processo de cicatrização e regeneração.”
Existem quatro tipos de colágeno. “São altamente presentes até os 25 anos, quando, de maneira natural, sua produção começa a reduzir progressivamente, causando as rugas e linhas de expressão”, explica a especialista.
É nesse ponto que uma série de produtos com colágeno são produzidos pelo mercado de saúde, bem-estar e beleza. Mas será que eles funcionam mesmo?
Os suplementos com colágeno funcionam?
Possíveis benefícios de suplementos com colágeno dependem de como a substância é digerida e absorvida no trato gastrointestinal, além de os produtos dessa digestão chegarem ou não aos tecidos-alvos para ter um efeito terapêutico.
Aqui, vale destacar que, ao consumir o suplemento, o corpo humano é incapaz de absorver o colágeno em sua forma completa. Para entrar na corrente sanguínea, ele precisa ser decomposto em peptídeos para que possa ser absorvido pelo intestino.
Ainda assim, existem pesquisas que comprovam algumas vantagens desse uso, mas há ainda debates no mundo científico. Acontece que parte desses estudos são pequenos e patrocinados por fabricantes de produtos com colágeno, o que aumentaria a chance de vieses das pesquisas.
Um artigo publicado na Harvard Health Publishing, porém, traz uma visão mais realística sobre o assunto e releva benefícios do uso desse componente.
Pesquisa de Harvard sobre colágeno
As 19 revisões e análises publicadas no Internacional Journal of Dermatology e mencionadas no artigo apontaram para a melhora na firmeza, elasticidade e rugas menos perceptíveis depois da suplementação com colágeno. O problema é que, até hoje, nenhum estudo em humanos provou que o colágeno ingerido por via oral acaba na pele.
Algumas estratégias são tomadas para que os pacientes sintam os benefícios da suplementação de colágeno. “Inicialmente, acreditava-se que a absorção feita pelo organismo era mínima, mas com os avanços e melhorias, além do processo de hidrólise, que é a quebra do colágeno, foi possível alcançar uma taxa de absorção maior e mais efetiva desde que o tratamento seja de, no mínimo, três meses, que é a duração apontada nos estudos científicos disponíveis”, esclarece a dermatologista.
Voltando ao artigo, outras teses randomizadas trouxeram resultados positivos para a bebida de colágeno quando foram consumidas com grandes quantidades de peptídeos prolil-hidroxiprolina e hidroxiprolilglicina.
A especialista explica: “A maneira mais fácil de absorver o colágeno é usando sua forma hidrolisada, também chamada de ‘peptídeos de colágeno’, pois é uma versão ‘pré-digerida’, que passou pelo processo de quebra de moléculas”. Uma vez na corrente sanguínea, esses peptídeos são transformados em aminoácidos e espalhados pelo corpo, concentrando-se em regiões que possuem mais carência de colágeno.
Qual é a dosagem adequada de colágeno?
A resposta depende da anamnese entre o paciente e o dermatologista, conforme Laís. “Em geral, para trazer efeitos significativos à textura da pele, cerca de 2,5g de colágeno Verisol/dia já é o suficiente”, continua.
Existem outros tratamentos mais eficazes do que o colágeno?
“Além da aplicação de estimuladores de colágeno, feita em consultório através de pequenas injeções em pontos estratégicos, outros tratamentos com lasers e o ultrassom microfocado têm apresentado resultados interessantes e são potencializados quando associados à ingestão do colágeno oral”, finaliza Laís.