Benção do útero: conheça a prática de cura e potencialização feminina
Cinco vezes ao ano, mulheres do mundo inteiro se reúnem para receber energias que promovem a autotransformação e a cura do feminino
Desde que a benção do útero foi criada em 2012 pela inglesa Miranda Gray, inúmeras mulheres, de nacionalidades diferentes, vêm aderindo à técnica espiritual. Uma delas é a brasileira Lourdes Pedretti (@arte_da_feminilidade), que há uma década passou por uma iniciação para se tornar uma “moon mother” — nome dado às sacerdotisas que se especializam na prática.
O que é a benção do útero
A ‘benção mundial do útero’ é um evento que ocorre cinco vezes ao ano em mais de 140 países, presencialmente ou à distância. “Em cada prática, promovemos uma série de meditações e energizações que alteram o padrão vibratório do útero, que é o centro de poder feminino”, explica a especialista.
Quando acontece a benção do útero
Lourdes compartilha que o evento acontece sempre na lua cheia que antecede a mudança das estações. “A próxima ocorrerá na sexta-feira que vem (5). Nela, iremos nos conectar com o inverno na vida da mulher. Esse é um momento de recolhimento, de soltar aquilo que precisamos desapegar. O arquétipo que representa esta energia é o da anciã”, revela.
De acordo com a ‘moon mother’, o ventre feminino vai ciclando paralelamente à lua. “É a representação do que acontece em nossas vidas internas durante o período de 28 dias entre uma menstruação e a outra”, esclarece. Por isso, as datas de cada bênção sempre levam em consideração os ciclos lunares.
É necessário participar de todas as cinco bênçãos?
Segundo Pedretti, não há problemas em participar de apenas um ritual. Todavia, quem vivencia a benção durante o ano inteiro acaba ficando à par de tudo aquilo que está acontecendo dentro de si. “É uma forma das mulheres tanto fazerem as pazes com o seu lado feminino, quanto de se prepararem para o presente e futuro”, pontua.
Não é necessário ter um útero físico
Por questões de saúde, muitas mulheres acabam removendo o útero. Todavia, isto não é um impeditivo para participar da energização. “Mesmo que não o tenhamos [o útero], ele continua presente em nosso corpo energético. Então, aquele espaço não está vazio. Aliás, existem mulheres que, mesmo após o removerem, continuam sentindo cólica”, exemplifica.
Mulheres grávidas podem participar?
Lourdes afirma que a benção do útero para mulheres grávidas é uma experiência maravilhosa, contudo, existem algumas restrições. “Se a pessoa estiver no início da gravidez, e lidando com sintomas fortes da gestação, recomendamos não participar. Mas de uma forma geral, não há contraindicações”, avisa.
Inclusive, Pedretti afirma que, no caso de mulheres grávidas, a benção acaba trazendo inúmeros benefícios para a “casa” do bebê: “Na vida intrauterina, os bebês são completamente vulneráveis às emoções que a mãe está sentindo. Se ela está triste, atarefada, preocupada, nervosa ou depressiva, eles sentirão. Se já passamos por situações difíceis na rotina habitual, quem dirá na gravidez. Só que a criança está ali absorvendo toda essa energia emocional através do útero, pois ele é o centro emocional da mulher.”
Nestes casos, a técnica acaba quebrando esses padrões vibratórios e tornando a gestação num período mais calmo para o pequeno.
Devo fazer todos os anos?
Apesar de não ser obrigatório, Lourdes afirma que participar dos rituais anualmente é uma forma de conquistarmos benefícios energéticos cada vez mais efetivos. “A limpeza proporcionada pela benção acontece em camadas: as primeiras, às vezes, concentram os traumas e as emoções negativas. Mas, nos libertando desta parte, conseguimos acessar os nossos talentos e potencialidades, que estão nas camadas mais profundas. É como um diamante que precisa ser lapidado”, explica.
Significados e benefícios dos 5 rituais de benção do útero
Outono (Fevereiro)
O primeiro ritual do ano vem para trabalhar a abundância: “O outono é onde nos desprendemos de nossas folhas. O útero vai descamando, se preparando para menstruar, para que tenhamos abundância. Infelizmente, não acreditamos em nosso potencial para prosperar. Contudo, toda mulher é uma fonte de abundância. Só de estarmos vivos, já estamos destinados ao sucesso. Mas como temos diversas crenças limitantes, não acreditamos que isso seja possível. Este ritual vem justamente para quebrar isso.”
Inverno (maio)
O ritual de inverno corresponde ao período da menstruação (ou fase ‘anciã’). Nele, a energia da cura vem para nos libertar de padrões e memórias negativas ligadas à ancestralidade. “São cortados laços e memórias profundas de nossos ancestrais que possam estar nos prejudicando. Tudo isso para acessar as coisas boas, claro. Ancestralidade não representa apenas negatividade”, brinca.
Primavera (agosto)
A aproximação da primavera prepara o útero para florescer junto à estação que se inicia em setembro. “É a renovação de todos os nossos pensamentos, modos de agir e energias para podermos expandir”, diz.
Verão (outubro)
Este ritual trabalha a energia sexual feminina e a fertilidade. “Relaciono essa fase ao arquétipo da ‘mãe’, que atingimos entre os 30 e 40 anos de idade. Este é o auge da mulher, pois estamos comumente preparadas, temos uma profissão, nos especializamos. É a fase de construir a sua família, os seus negócios, os seus planos. Então, nesse preparo para o verão, potencializamos a energia sexual, o tesão de viver, para aumentar a criatividade, o amor e tudo o que for necessário para o nosso crescimento.”
Círculo das irmãs (dezembro)
O último ritual do ano canaliza a benção para fortalecer a união entre mulheres. Para Lourdes, é importante que exista o reconhecimento e o amor no clã feminino. “Existe muita competição desnecessária entre nós. E para mudar esse padrão, conduzimos uma meditação que, mesmo não nos conhecendo, circule um amor entre nós”, conclui.
*Vale lembrar que as datas do ritual neste conteúdo correspondem ao hemisfério sul.