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Sexual wellness promove o autoconhecimento no sexo e aumenta o prazer

É a vez do sexo ser encarado como estratégia de bem-estar por meio de produtos e experiências voltados para ele

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 abr 2023, 13h11 - Publicado em 17 jan 2021, 17h57
Mão enfeitada com pérolas
 (Cottonbro/Pexels)
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Imagine que todo o corpo está se organizando para uma grande festa. Como em toda superprodução, vários setores trabalham juntos para que nada falhe na hora H. A pele e os olhos recebem os primeiros sinais, estímulos que afetam o sistema límbico, área do cérebro responsável pela satisfação e pelo prazer.

Em razão da liberação de adrenalina, o coração aperta o passo. Ao mesmo tempo, mais sangue chega aos músculos, especialmente àqueles da região pélvica. A respiração acelera, a temperatura do corpo aumenta e as pupilas dilatam. Ele está pronto para o ápice que, com sorte, dura por volta dos quinze segundos.

É o orgasmo, que ativa a liberação de uma série de hormônios, entre eles a endorfina, responsável pela sensação de bem-estar, e a ocitocina, que atua na nossa suscetibilidade à criação de vínculos. Em seguida, vem a noradrenalina, que nos inunda com a sensação de relaxamento.

O trabalho e o efeito dessa orquestra orgânica já seriam motivos suficientes para entender a satisfação sexual, obtida sozinha, a dois ou mais, como uma atividade precursora do bem-estar. Mas, na prática, não é bem o que acontece.

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“Valores morais ou até religiosos ainda cercam o prazer, principalmente, feminino”, afirma a ginecologista Karen Rocha, de São Paulo. Esse entrave coloca algo tão natural quanto transar e sentir prazer num lugar cercado por vergonha.

O movimento do sexual wellness se apresenta, justamente, como forma de levar essa atividade repleta de tabus para o âmbito do autoconhecimento, da positividade e da naturalidade. A intenção é que ela reverbere em saúde e qualidade de vida.

“A sexualidade tem a ver com felicidade. Há quem a encare apenas pela faceta do sexo, mas ela também se expressa na maneira pela qual nos apresentamos para o mundo, nos relacionamos, nos enxergamos como indivíduo. Exercê-la com plenitude tem impacto direto na autoestima”, afirma a uroginecologista e sexóloga Lilian Fiorelli, de São Paulo.

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O exercício tem a ver não só com o ato sexual acompanhada, mas também com formas de se obter prazer sozinha e liberdade para fazê-lo. “A masturbação também é uma forma de autoamor. Vemos mulheres que confiaram seu prazer ao outro por anos e nunca tiveram um orgasmo. É importante se conhecer”, argumenta Lilian.

As vantagens são muitas e vão desde o impacto na autopercepção até as cascatas hormonais que regulam o metabolismo; efeitos também vistos nas práticas esportivas ou meditativas.

figos cortados ao meio sobre um tecido branco amassado e florzinhas
(Sunsetoned/Pexels)

O que é sexual-care?

Há uma série de produtos e experiências na categoria de sexual-care que, mais do que vender acessórios eróticos, busca educar e incentivar o público consumidor por meio de informações acessíveis sobre sexualidade, sem barreiras de gênero e de idade.

Em comum, esses itens propõem o aumento do prazer com ingredientes de alta performance, caso do lubrificante de luxo da @uberlube, que promete deslizar fácil sem sensação de pele oleosa após o uso, e o Sex Gel da @necessaire, que é clean beauty e contém até ácido hialurônico.

Outra pegada possível é a de segurança e conforto. Bons exemplos são as peças íntimas de látex ultrafino para sexo oral da @mylorals e os anéis de silicone da @ohnutco, que prometem mais conforto nas penetrações profundas ou para quem tem questões de saúde que atrapalham na hora do sexo.

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Made in Brazil

“Essa área já tem força fora do Brasil. Observei várias marcas quando morei nos Estados Unidos, em meados de 2016. Senti falta de ver o mesmo por aqui, principalmente porque sexo é um assunto que diz respeito a grande parte da população”, diz a paulistana Chiara Sandri, fundadora da Lubs, uma das primeiras marcas de sexual-care do Brasil, lançada em outubro do ano passado.

Hoje, a linha conta com lubrificantes corporais, que também tratam a pele com ativos de skincare, e vela para preparar o ambiente. Além de fórmulas sustentáveis, feitas a partir de ingredientes naturais, ainda há um trabalho estético na comunicação visual para desmistificar aquele estereótipo de que produtos eróticos são apelativos, muitas vezes agressivos, e não merecem um lugar de destaque na mesa de cabeceira.

Esse também é o caso da linha da Feel (@feel.lube), que explora fórmulas naturais, veganas e pH friendly para bem-estar íntimo (como umectação e refrescância) e práticas sexuais. Ao que tudo indica, são dois exemplos precursores no país, uma vez que o interesse na categoria só aumenta. Até os grandes e-commerces já sinalizaram intenção de dedicar áreas no site para esse nicho.

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mulher-flor-paz-feminino
(Yaroslav Shuraev/Pexels)

Uso seguro para todes

Se você tem vontade de testar produtos do gênero, sozinha ou acompanhada, é preciso ficar atenta a algumas características que melhoram o uso. Em primeiro lugar, assegure-se de que são hipoalergênicos. Quem possui histórico de sensibilidade deve optar por aqueles sem cor nem fragrância.

“Quando apostar num aparelho eletrônico para a masturbação, vale incluir um lubrificante, principalmente na região genital que é mais sensível em razão das terminações nervosas. Aqueles à base de água são os mais indicados para combinar com camisinhas, pois não aumentam a porosidade do látex, problema que pode acarretar no rompimento dos preservativos”, explica Lillian.

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Por último, não compartilhe brinquedos sexuais. Para alternar nas pessoas da relação, tenha mais de um troque o preservativo a cada uso.

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