“O que é a poesia marginal?”, com Luz Ribeiro e Deusa
As batalhas de poesia falada, conhecidas como “slam”, dão voz às mulheres de periferia, contam histórias e compartilham dores e alegrias.
Você já ouviu falar de slam? Do inglês, o termo ganha cada vez mais espaço e força nos cenários culturais brasileiros, principalmente na periferia. São as chamadas competições de poesia, nas quais é preciso declamar a sua durante um tempo específico e sem artifícios musicais, usufruindo de gestos, danças e muita linguagem corporal.
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Um dos principais nomes do movimento na capital paulista é a poeta Luz Ribeiro. No ano passado, ela ganhou a competição nacional e conquistou a tão sonhada vaga de batalhar pelo reconhecimento brasileiro no Campeonato Mundial de Slam, que ocorrerá em maio na França. Com uma presença marcante, sorriso aberto e muito verbo para soltar, ela conta como a poesia mudou sua vida, juntamente com a criação dos espaços para o slam. Fundou o Slam das Minas SP – junto de Mel Duarte e outras mulheres -, um espaço para receber mulheres, incentivar a poesia e garantir uma vaga feminina nas finais nacionais dos campeonatos que buscam o mundial.
E, se for para falar de poesia, precisamos falar sobre a Deusa. Assim como Luz, ela também competiu nos principais slams da cidade e se tornou uma das finalistas no Slam BR. Faz poesia com uma beleza ímpar, toca nas feridas e fala sobre ser mulher, preta e pobre. Sobre como é sustentar a autoestima diante de tantos ataques, tanto preconceito latente que em nada é “velado”. Por onde passa, Deusa arrepia e emociona com seus poemas e leva sua mensagem para outras mulheres também encontrarem nas palavras um escape para o que mora dentro delas.
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