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Vício em jogo: drama de “A Força do Querer” é problema real

Saiba como agir caso perceba uma situação similar na família ou no grupo de amigos

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 ago 2017, 15h44 - Publicado em 3 jul 2017, 19h22
 (Reprodução/Rede Globo)
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Para dar vida a Silvana, da novela A Força do Querer, Lilia Cabral mergulhou profundamente no mundo dos jogadores compulsivos. Na trama, a arquiteta é viciada em pôquer e chega a enganar, forjar situações e envolver pessoas próximas em suas mentiras para continuar frequentando as mesas verdes.

De ficção, apenas o cenário do folhetim: o vício em jogos, especialmente os de azar, é uma realidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em sociedades urbanas desenvolvidas, 3% da população enfrenta problemas relacionados à compulsão, como dívidas ou desentendimentos familiares, e 2% são efetivamente doentes.

 

Ainda de acordo com a OMS, 80% das pessoas fazem uma aposta, ao menos, uma vez ao ano. Então, o que diferencia o jogo que vicia do jogo que não vicia? “Quanto maior o intervalo entre a aposta e o resultado, menos viciante é o jogo. O resultado das loterias demora uma semana para sair. Então elas não são um grande problema. Nos jogos eletrônicos, o tempo é de microssegundos. A rapidez alimenta a compulsão”, explica Hermano Tavares, psiquiatra e fundador do Ambulatório do Jogo Patológico e outros Transtornos do Impulso (AMJO), do Instituto de Psiquiatria da USP.

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Associado a isso, temos os gatilhos de bem-estar naturais de nosso organismo. “Psicologicamente, estamos predispostos a desejar viver em níveis que nos levem a sentir prazer. Biologicamente, somam-se ainda as substâncias relacionadas à sensação de recompensa, como a dopamina, que potencializam o quadro”, explica a psicóloga Sarah Lopes, da clínica Hapvida Saúde, de Sergipe.

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(Reprodução/Rede Globo)

A linha tênue entre um hobby querido e a compulsão

Os sintomas do vício variam de indivíduo para indivíduo, mas alguns quadros se repetem. Em geral, mentiras envolvendo a frequência da competição e o valor investido são os primeiros indícios de que algo está errado. “Nessa hora, a família deve observar, sem agressividade, para evitar que o apostador se afaste mais ou entre em uma rede de mentiras sem fim”, aconselha Sarah.

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Já para quem joga, o sinal vermelho acende quando o momento de parar começa a tornar-se algo sofrido. “O gosto por determinada atividade deve ser visto como algo saudável e gostoso. Se a hora de parar começa a exigir um controle maior, é preciso atenção”, alerta.

Tem tratamento?

A manifestação desses esse sinais é motivo para procurar ajuda clínica. O tratamento dependerá do grau de envolvimento do apostador. “A Terapia Cognitiva Comportamental costuma ser a mais eficiente. Entretanto, se a pessoa está em um estado em que não consegue perceber os danos, pode-se partir para uma avaliação psiquiátrica”, finaliza Sarah.

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