Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Outubro Rosa: Revista em casa por 10,90

“Eu não mereço ser estuprada”: mulheres reagem a dados de pesquisa sobre assédio

Para mais da metade dos brasileiros, mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas, segundo dados divulgados pelo IPEA. 68% dos entrevistados eram mulheres

Por Bruna Petean (colaboradora)
Atualizado em 11 abr 2024, 16h39 - Publicado em 27 mar 2014, 21h00
Bruna Petean (/)
Continua após publicidade

Nas últimas 24 horas, as menções a termos como “machismo”, “estupro” e “IPEA” estão em destaque nas redes sociais e sites de notícias. O aumento do debate foi provocado pela divulgação de que seis em cada dez brasileiros concordam que mulher que mostra o corpo merece ser atacada, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A pesquisa, divulgada na última quinta-feira (27), ainda mostrou que 58% dos 3,8 mil entrevistados concordaram que “se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros”.

“IPEA” em tempo real no Twitter:

 

“Estupro” em tempo real no Twitter:

Continua após a publicidade

 

“Mulher machista” em tempo real no Twitter:

Continua após a publicidade

 

A informação de que mais da metade dos entrevistados eram mulheres (68%) mobilizou pessoas como a jornalista Nana Queiroz, que criou um protesto online com o mote de “Eu também não mereço ser estuprada” no Facebook. O evento convidou mulheres a publicarem fotos nuas nas redes sociais, às 20h de sexta (28), em defesa do direito da mulher de mostrar o corpo e não ser estuprada.

“O protesto online foi a forma mais rápida de organizar as mulheres em um lugar só, em vez de fazer pequenos protestos espalhados pelo país. Na rede, cariocas, paulistas e candangas viram todas uma coisa só”, diz Nana. 

A conversa na internet incluiu a presidente Dilma Rousseff, que escreveu em sua conta pessoal do Twitter: “Pesquisa do IPEA mostrou que a sociedade brasileira ainda tem muito o que avançar no combate à violência contra a mulher. Mostra também que governo e sociedade devem trabalhar juntos para atacar a violência contra a mulher, dentro e fora dos lares”.

Continua após a publicidade

 

Tolerância zero à violência contra a mulher #Respeito

— Dilma Rousseff (@dilmabr) March 28, 2014

 

Mulheres machistas?

Os números divulgados não são surpresa para todas as mulheres. Em pesquisa independente feita pela organização Think Olga em setembro de 2013, 99,6% das mais de 7 mil mulheres entrevistadas afirmaram que já foram vítimas de assédio sexual. A divulgação dos dados motivou o lançamento da campanha Chega de Fiu Fiu que chama atenção para o assédio sexual em situações comuns na vida social, como na forma de cantada.

Continua após a publicidade

Juliana de Faria, jornalista responsável pelo Think Olga, não acredita que todas as mulheres entrevistadas pelo IPEA e que vêem relação entre comportamento da vítima e estupro são machistas.

 

“Discutimos muito sobre ‘mulheres machistas’ nos grupos de discussão do Think Olga, mas na realidade essas mulheres não são sempre assim, apenas reproduzem o discurso para serem melhor aceitas pela sociedade. Afinal, ‘se você briga pelos seus direitos, você ganha pedrada’”, explica. Nana complementa a ideia, “o importante é não fazer das mulheres as vilãs, o culpado do machismo é o macho.”

Para a socióloga Bárbara Castro, a “culpa das mulheres” faz parte da sociedade. “As relações de gênero tradicionais nos fazem acreditar que homem e mulher, ambos têm o seu papel. Então não me surpreendi que a maioria dos entrevistados fossem mulheres, já que é um discurso tradicional que sempre esteve presente em nossa sociedade.”, concluiu.

O debate não está restrito às fronteiras brasileiras. Um estudo realizado em 56 países, divulgado pela revista The Lancet em março deste ano, revelou que uma em cada 14 mulheres já foi ao menos uma vez na vida vítima de abuso sexual. Além disso, a pesquisa mostrou que o medo da vítima de ser responsabilizada pelo ocorrido e não receber apoio diminui o número de denúncias.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.