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Segundo especialista, as fake news cresceram por desestabilidade geral

Adriana Amado, analista política argentina, revela que a confiança pública da sociedade está desgastada

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 out 2019, 13h53 - Publicado em 12 out 2019, 10h33
Adriana Amado é presidente da Diretoria de Informação ao Cidadão e Monitoramento Parlamentar na Argentina (Gabriel Quintão/Reprodução)
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Família, comunicação, trabalho, educação são pontos da nossa vida que passam por uma intensa transformação e falta de estabilidade. Essa constatação foi dada pela investigadora e analista política Adriana Amado para CLAUDIA durante o evento Todos x Fakes, em São Paulo.

Segundo a jornalista, que também é ativista cívica e presidente da Diretoria de Informação ao Cidadão e Monitoramento Parlamentar na Argentina, há uma tendência em identificar uma informação como falsa pelo fato de não concordar com a mesma.  “As fake news que você gosta são compartilhadas. Já as que não agradam são denunciadas. Além disso, elas podem ser usadas só para confirmar algo que você já pensa”, comenta a analista política.

Com o avanço tecnológico e crescimento das redes sociais, mais vozes começaram a ser escutadas. Dessa maneira, Adriana explica que o fenômeno das notícias falsas é uma resposta para essa mudança comportamental. “Estamos no ápice desse movimento natural e de acomodação, que em certo momento será equilibrado”, comenta Amado.

Ninguém está protegido de ser alvo das fake news, mas, de acordo com Adriana, “os grupos radicais são os que mais produzem esse tipo de conteúdo. Por isso a sociedade civil tem que defender esses grupos vulneráveis”, explica ela se referindo aos ataques às mulheres, pessoas LGBTQI+, entre outras minorias.

Sobre as fake news na saúde, Adriana identifica a fragilidade do próprio sistema oferecido à população como um gatilho para a crença nas notícias falsas. “Quando você tem uma sociedade sem confiança, é possível espalhar qualquer tipo de fake news, já que ninguém confia em ninguém. O desafio da América Latina é reconstruir esse tecido social”, aponta a jornalista.

Adriana Amado revela quatro dicas para não cair e nem compartilha fake news. Confira!

Tome cuidado com notícias muito atrativas ou extremista

“A informação é como alimentação, você sabe o que realmente precisa comer, mas a tentação de ceder à comida lixo é grande.  Então, quando o conteúdo é muito atrativo, sabemos que não é saudável”. Adriana também explica que notícias catastróficas demais sem fatos que comprovem a informação, como pesquisas e dados, devem ser vistas com atenção.

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Crie uma rede de consulta

“Nós (mulheres) estamos muito mais atentas ao contexto, por isso precisamos ter uma rede de certeza para ajudar nessa checagem de informação”. Segundo a investigadora política, é importante tirar dúvida com pessoas ligadas ao assunto do conteúdo duvidoso. Por exemplo, se a notícia for sobre saúde, procure conhecidos que já tenham estudado ou trabalhado com aquilo. Mas lembre-se: converse com o maior número de pessoas e veículos de informação possíveis. Além disso, vale procurar em sites de agências de checagem de notícias. O resultado é seguro e rápido.

 

Compartilhe notícias boas

“Recomende mídias interessantes. Se você encontrou um texto de qualidade, envie esse conteúdo para outras pessoas”. Para Adriana, essa atitude é mais poderosa do que compartilhar informações negativas.

 

Ofereça ajuda

“A maior rebelião das mulheres é a união. Em um momento delicado como esse, a solidariedade feminina é que vai ajudar no bairro, na escola, no trabalho”. A analista recomenda que, ao receber uma notícia duvidosa, você compartilhe com a pessoa que não tem certeza sobre o conteúdo. Assim, as duas podem procurar juntas informações coerentes e reais.

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