Como deve ser a primeira semana do bebê
Os banhos, as mamadas, as visitas, o sono. Leia as dicas dos nossos especialistas e tire de letra a nova rotina.
É importante que a mulher entenda que as prioridades agora são ela e o bebê
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Um dos momentos mais esperados enquanto se está gravida é o pós-parto, quando, finalmente, a mãe poderá ter o filho nos braços. Mas aí começa uma nova etapa, que costuma ser permeada por muita ansiedade. Apesar de você provavelmente já ter lido bastante sobre o assunto durante os nove meses, pode ficar perdida, sem saber muito bem o que fazer com aquele ser pequeno e indefeso que veio sem manual de instruções. Além disso, muitas outras mudanças vão acontecer na sua vida e na da sua família de agora em diante.
A amamentação
Na primeira semana, quando o recém-nascido e a mãe estão se adaptando à nova vida, o ideal é que o pequeno se alimente a cada três horas, em média. “Durante a noite, deve-se aguardar que o bebê se manifeste para mamar, mas com alguns dias de vida não é prudente deixá-lo sem se alimentar muito tempo”, explica a pediatra Raquel Quiles, que atua nos hospitais Santa Catarina e 9 de Julho, em São Paulo. “Depois da primeira consulta, se ele estiver ganhando peso, é possível mudar essa conduta, de acordo com a orientação do pediatra.”
Como dar o peito trata-se de um processo que pode gerar bastante ansiedade na mãe, é importante que ela esteja em um local calmo, sentada em uma posição bem confortável. O bebê não deve estar com roupas que possam incomodá-lo e deve ficar com o corpo voltado para a mãe, com a cabeça alinhada e braços e pernas livres.
“É importante que a mãe estimule o recém-nascido a mamar conversando com ele, mexendo nos pezinhos ou nas orelhinhas, tirando um pouco da roupinha etc. para evitar que ele durma durante o processo e logo tenha fome novamente”, diz Raquel. “Se o bebê estiver urinando com frequência, é sinal de que ele está bem alimentado”, esclarece a pediatra Maria Cristina Duarte, do Rio de Janeiro. “Mas, se mesmo assim houver dúvidas, converse com o pediatra ou procure um centro de aleitamento materno, que existe em muitos hospitais”, sugere Natalia.
A troca de fraldas
“Ela deve acontecer sempre que o bebê urinar ou evacuar, o que ocorre no mínimo oito vezes a cada 24 horas”, esclarece Raquel.
“Nesta fase, é normal que as fezes sejam pastosas ou quase líquidas, com uma cor que varia entre o amarelo e o verde”, afirma a pediatra. “E pode acontecer de o pequeno fazer cocô menos vezes ao dia, mas o xixi deve estar sempre presente.” Se isso não ocorrer, converse com o pediatra, pois o recém-nascido pode estar tendo dificuldade na amamentação.
No dia a dia, é indicado usar apenas um algodão embebido em água morna para fazer a limpeza do bebê. O lencinho umedecido só deve entrar em cena em ocasiões especiais. Se for menina, faça os movimentos de cima para baixo, indo da vagina em direção ao ânus. “Nos meninos, não se esqueça de abaixar o pênis antes de fechar a fralda, pois isso evita que ele faça xixi na própria barriga”, ensina Natalia.
Antes de colocar o bebê no berço para dormir, cheque se a roupinha está bem confortável
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O sono
Contrariando as orientações dadas antigamente, hoje em dia é indicado que os bebês sejam colocados para dormir de barriga para cima, o que, segundo estudos, evita a morte súbita. “E não se preocupe com o risco de ele engasgar, pois o pequeno já nasce com um reflexo que o faz virar para o lado se vomitar ou regurgitar”, assegura Natalia Turano.
“No início da vida, as crianças não têm ritmo regular para dormir. Mamam e adormecem várias vezes por dia e passam boa parte do tempo assim”, diz Maria Cristina. “Por isso, é importante que a mãe respeite o tempo do filho, sem criar expectativas de que ele vai dormir a noite toda, por exemplo.” O indicado é agasalhá-lo bem antes de colocá-lo no berço, mas tome cuidado para não exagerar e fazer com que ele passe calor durante a noite. Cheque se a roupa está bem confortável e se aperta nenhuma parte do corpinho do bebê.
A hora do banho
Em geral, o recém-nascido só precisa de um banho por dia, de preferência no horário mais quente. “O segundo pode acontecer se estiver muito calor, para ajudar a aliviar a cólica ou para fazer o pequeno relaxar, mas, nesse caso, deve-se utilizar somente água”, diz Natalia.
A primeira ida ao pediatra
O ideal é fazer uma consulta pré-natal para conhecer o médico e já tirar algumas dúvidas. “Depois, peça uma visita do profissional à maternidade para que ele possa ver o bebê, conhecer a família e orientar a amamentação”, recomenda Raquel.
Se tudo ocorreu dentro do esperado no parto, e não houve nenhuma recomendação especial depois que o recém-nascido foi examinado pela primeira vez, a visita ao consultório do pediatra deverá ser por volta do sétimo dia de vida. Prepare uma lista de observações e dúvidas durante a semana para não se esquecer de algo na hora da consulta. “Leve todo o histórico do nascimento, assim como os exames que já foram realizados, como o do pezinho, o da orelhinha e o do olhinho”, diz Maria Cristina. Durante a conversa, conte ao médico como estão as evacuações, como e quanto o bebê urina, se há alterações de cor quando ele
O pequeno já pode receber visitas?
Se o convidado estiver saudável, ou seja, sem gripes, resfriados ou qualquer outro tipo de quadro infeccioso, não há contraindicação formal. Mas o ideal é que, nos primeiros dias de vida, as visitas sejam controladas, especialmente aquelas com as quais os pais não têm muita intimidade. “Trata-se de uma fase delicada, de muito cansaço, recuperação do parto, estabelecimento do aleitamento materno e adaptação da família à nova situação”, pondera Maria Cristina. “É imprescindível que todos lavem bem as mãos antes de tocar no bebê e que ele não fique passando de colo em colo, o que pode acabar estressando-o”, recomenda Raquel. “Aliás, o cuidado em relação ao contato do pequeno com outras pessoas deve acontecer até os 3 meses, período em que o sistema imune ainda é imaturo e ele fica mais suscetível a doenças”, acrescenta a pediatra.