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Como anda sua inteligência sexual?

Você tem a sensação de que todo mundo está se divertindo sob os lençóis, menos você? Então, aprenda a se Conectar com a própria libido

Por Liliane Prata Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 nov 2016, 18h28 - Publicado em 24 nov 2016, 18h27
 (Deborah Stevenson/CLAUDIA)
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Sexo bem resolvido passa longe de uma simples equação em que os fatores são apenas o desejo, o prazer e a disponibilidade. Como vêm defendendo alguns especialistas, a realização nessa área da vida carece de… inteligência. E, portanto, aprendizado. Conhecido por aplicar o termo, o psicólogo americano Martin Klein desenvolveu a ideia no seu Inteligência Sexual: O Que Nós Realmente Queremos do Sexo e o Que Fazer para Chegar Lá.

No livro, ele enumera algumas das habilidades que, juntas, podem aproximar as pessoas de sua libido: criar e manter o desejo em uma situação que não é exatamente perfeita; ficar confortável com o próprio corpo, ainda que não seja o mesmo de dez anos atrás; e, principalmente, estimular a curiosidade em descobrir novos significados da intimidade e da satisfação. “Reconhecer essas habilidades e se apropriar delas é o primeiro passo para desenvolver a inteligência no sexo”, avalia a psicóloga Carla Cecarello, de São Paulo.

Prepare-se para refletir sobre o tema e para redescobrir os sentidos. “Sem explorar as sensações, não é possível despertar esse erotismo”, afirma Ana Canosa, psicóloga e terapeuta sexual também da capital paulista. A seguir, confira maneiras de fazer isso e experiências de quem saiu em busca do prazer.

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LIBERTE AS AMARRAS
“Em tempos de Tinder e outros aplicativos de paquera, parece que o sexo nunca foi encarado com tanta naturalidade pelas mulheres, mas trata-se de uma transformação de mentalidade ainda em curso”, pontua a psicanalista e escritora carioca Regina Navarro Lins. “Se hoje muitas já se permitem gostar de sexo tanto quanto os homens, outras ainda têm dificuldade de se soltar”, afirma. A juíza Fabrícia*, 41 anos, de Belo Horizonte, sentiu desde o início de sua vida sexual o peso do rigor com que foi criada. “Meus pais eram extremamente conservadores, e eu ficava sempre preocupada com o que era certo ou errado. Levou algum tempo para que eu aprendesse a simplesmente relaxar e deixar acontecer.”

O fundamental, primeiro, é entender o próprio erotismo. “Como eu o encaro, se o vejo como algo bom ou pecaminoso”, acrescenta a psicóloga Ana Canosa. Depois de fazer esse trajeto interior em busca de experiências e associações negativas em relação ao sexo,  recomenda ela, investigue o que a deixa excitada. “Você nunca vai saber o que dá tesão ao se fechar em si mesma. Pode descobrir muito ao ver filmes, ler livros e, claro, fazendo sexo.” Fabrícia diz que sua abertura se deu refletindo muito sobre a própria história e conversando com as amigas. “Foi um processo lento, mas aprendi a me deixar ser tocada, a não achar que havia algo de errado com isso. Hoje me permito muito mais. E, há cerca de dois anos, descobri o orgasmo em uma relação”, comemora.

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CONTROLE A AUTOCRÍTICA
“Sempre tive problemas com meu corpo. Tentava me esconder e, mesmo com namorados de longa data, não me sentia à vontade para tirar a roupa”, conta a relações-públicas mineira Julia Ferreira, 27 anos.  Ela não está sozinha: sentir-se desconfortável na própria pele é um entrave comum ao prazer. “As mulheres ainda têm muitas preocupações com a estética e até com o próprio cheiro”, observa Aparecida Favoreto, psicóloga especialista em sexualidade, de Santos (SP). “O parceiro não se incomoda com isso. Se está com você, é porque sente desejo. E,  se sua saúde vaginal anda em dia, o cheiro é característico, ele gosta. Provavelmente ele está muito mais preocupado em lhe dar prazer”, diz.

Julia se policiou para se criticar menos. “Quando comecei a me sentir bonita e desejável, o sexo ficou mais gostoso. Hoje eu me solto mais e consigo curtir o momento, mesmo não estando com o corpo que gostaria”, conclui. Além de indicar às pacientes a prática constante de atividade física – não para atender a padrões inatingíveis, mas para ter disposição, sentir que está se cuidando e se ver na melhor forma para seu biotipo –, a psicóloga Carla Cecarello indica um exercício peculiar: caminhar nua, de batom e salto alto, em frente ao espelho. “A ideia é entrar em contato com a própria sexualidade”, explica.

“Faça várias vezes. Com o tempo, até as mais impiedosas consigo mesmas vão se sentindo à vontade”, garante. A administradora Vânia*, 35 anos, de São Paulo, fez o teste, entre outras propostas da profissional, ao constatar que seu casamento havia sido prejudicado por se sentir travada sexualmente. Ela repetiu o exercício diariamente por um mês e sente que, aos poucos, está mais natural encarar sua autopercepção erótica.

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BUSQUE MOTIVAÇÃO
“Nossa cultura estimula muito pouco a mulher eroticamente”, pontua Favoreto. “Por causa disso, na hora da relação sexual, o homem já está receptivo, enquanto ela tem mais dificuldade para entrar nesse ‘modo’.” Sem a excitação, é difícil ficar à vontade – o que é um prato cheio para preocupações e medos substituírem a espontaneidade e o relaxamento, imprescindíveis para o prazer. Não há um jeito certo – cada uma precisa descobrir seu caminho.

“O essencial é acabar com o mito do desejo espontâneo, esse que surgiria antes dos estímulos”, explica Canosa. Foi o que fez a escritora carioca Mariana*, 28 anos. “Além de ter sido abusada na infância por um adolescente, sempre me atrapalhou o fato de não me sentir atraente nua”, conta. “Trabalhei minha autoestima e faço terapia. Também me ajudou bastante passar a ler livros eróticos. Eles despertaram o desejo de experimentar o que eu lia, como o sexo oral, que antes me causava pavor.”

Entre esses estímulos, entram a masturbação e outras formas de perceber as sensações que lhe são prazerosas, como a automassagem. “Também indico o espelhinho entre as pernas para se enxergar”, diz Cecarello. Está mais consciente de si mesma e do que gosta? Ainda é importante sentir-se livre para expressar seus desejos no momento do sexo propriamente dito, dizendo que assim está bom, assim não está, pedir determinada carícia – falando ou guiando o parceiro.
Com algum autoconhecimento e um companheiro empenhado, as pazes com a cama estão garantidas.

*Nomes trocados para preservar a identidade das entrevistadas

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