A receita de Pamela Druckerman para chegar feliz aos 40 anos
Também autora de "Crianças Francesas Não Fazem Manha", a escritora fala sobre as dores e as delícias da meia-idade
Era o mês de aniversário da jornalista americana Pamela Druckerman, 48 anos, e ela tinha prazo para entregar um artigo para o jornal The New York Times. Só que não conseguia se decidir quanto ao tema. “Então me ocorreu: e se escrevesse sobre o que aprendi no decorrer desses 40 anos?”, contou ela a CLAUDIA. As dores e delícias da meia-idade conquistaram muitos leitores, o texto viralizou e Pamela percebeu que tinha mais em comum com outras mulheres da mesma faixa etária do que imaginava. Assim nasceu o livro Vida Adulta à Francesa, que segue o mesmo estilo espirituoso de seu best-seller de 2012 Crianças Francesas Não Fazem Manha – desta vez, porém, compartilhando a sabedoria parisiense para adultas. O resultado é uma obra extremamente reveladora, apesar de a nova-iorquina insistir em que é uma pessoa discreta. Mais que um manual, é quase uma biografia. Às descobertas supostamente comuns de todas que avançam pela quarta ou quinta década de vida, misturam-se histórias da autora.
Ela revela nas páginas a experiência de sexo a três com participação do marido, sua passagem pelo Brasil para um seminário de mães e o diagnóstico e tratamento do linfoma não Hodgkin descoberto aos 40 e poucos anos – a parte mais difícil de abordar, segundo a jornalista.
Morando na França desde 2002, quando trocou Nova York por Paris com o marido, o escritor britânico Simon Kuper, ela é taxativa ao ser questionada sobre se acredita que mulheres de qualquer país se identificarão com a leitura. “Definitivamente, sim. As constatações que reuni são universais.” Mas completa afirmando que não houve a intenção de ditar regras sobre como passar pela maturidade seguindo preceitos franceses. Para ela, há uma idealização da vida adulta e, talvez por isso, um enorme receio de envelhecer. “Quando somos crianças, imaginamos que os mais velhos são poderosos. Daí crescemos e entendemos que não é bem assim”, reflete. “Por outro lado, os 40 são, certamente, a idade em que nos sentimos mais confortáveis para sermos nós mesmos.”