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Outubro Rosa: Revista em casa por 10,90

Após sofrer violência doméstica, médica se tornou referência em Krav Magá

Renata Alexandra é a primeira instrutora da técnica de defesa pessoal do Norte e Nordeste

Por Da Redação
Atualizado em 18 fev 2020, 17h03 - Publicado em 14 fev 2020, 13h22
 (Lu Aith/Reprodução)
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Renata Alexandra é ginecologista obstetra. Ela também é faixa azul de Krav Magá Bukan, uma luta israelense para defesa pessoal que engloba combate físico e armado. Com voz calma, falando baixo, não se imagina que Renata tenha a habilidade não apenas de se defender, mas também, se preciso for, de matar. O mais importante para ela no entanto foi o fortalecimento emocional que conseguiu alcançar quando passou a praticar o Krav Magá Bukan. Vítima de violência doméstica nos dois casamentos, Renata deixou o Rio de Janeiro, aos 40 anos quando se separou pela segunda vez e o ex-marido quis esfaqueá-la. O primeiro já tinha tentado estrangulá-la. Para se afastar e recomeçar a vida, Renata se mudou para Natal, bem longe dos ex. Lá, ela descobriu a defesa que mudaria sua vida para sempre.

“Quando percebi que, além da medicina, poderia ajudar as pessoas a pararem de ter medo, comecei a trabalhar com vários coletivos”, ela conta. “Quando vê que é real, que não é coisa de filme, que posso fazer uma coisa para minha segurança além de ter medo e gritar desesperada. Ter uma mudança de atitude”, diz.

Atitude é o que importa no Krav Magá Bukan: ser rápida, atacar em vez de apenas se defender, usar as ferramentas que estiverem à mão, saber quais são os pontos críticos das pessoas. Para ser faixa verde e poder ensinar, tem que ter pelo menos 18 meses de treino. E não é fácil, demanda dedicação e força.

Renata confessa que sempre teve curiosidade para aprender lutas marciais, mas apenas quando descobriu a técnica israelense foi que encontrou o que estava buscando: não ter medo de se defender. Mas os desafios não foram poucos. Como a única mulher de sua turma, a médica encarou a primeira batalha: o ceticismo do instrutor de que ela conseguiria terminar o curso. “Eram 20 homens na turma e apenas eu de mulher. Ele me olhou e disse: “você não vai conseguir terminar o curso”, mas foi para me testar, me provocar. Hoje sou o xodó dele”, ela lembra.

Quatro anos depois, não apenas é instrutora mas também tem duas academias e muitas turmas, tantas que é referência no país. Renata hoje viaja pelo Brasil compartilhando sua experiência e fazendo workshops. “Quando as mulheres vêem a minha história e que é real, que não é coisa de filme e que ‘eu posso fazer alguma coisa, eu posso ter segurança, eu posso fazer algo além de ter medo’, elas querem aprender mais”, comemora.

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Defesa pessoal
(iStock / Getty Images Plus/Getty Images)

A luta vem crescendo tanto que impacta na sua vida profissional como médica. “O Krav Magá Bukan foi tomando conta e eu tive que reajustar meus horários”, ela conta. Depois de ser a primeira aluna, Renata passou a ser também a primeira instrutora das regiões Norte e Nordeste. Hoje tem mais de 100 alunos matriculados e duas academias em Natal. “O lugar que mais tem mulher é a minha academia”, comemora. Desde que começou a ensinar, levou 1 ano para elas chegarem. São apenas 15, mas já são 15 mulheres a menos sofrendo abuso físico. Renata lamenta que 100% dos casos, como o dela, sejam de mulheres que precisam aprender a se defender para sobreviver.

Além da medicina e das aulas, Renata virou uma mulher de negócios também. Aprendendo a suar a divulgar sua academia no Google, ela conseguiu divulgar ainda mais sua escola. E como as batalhas estão para serem vencidas, ela celebra outra vitória. Pela primeira vez no Brasil os alunos do Norte e Nordeste não terão que viajar para o Sul e Sudeste para fazer a prova de mudança de faixa. Renata pessoalmente conseguiu reunir um número suficiente de alunos que farão as provas entre 21 a 24 de maio em Natal.

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Hoje, segura de si e comemorando a nova fase de sua vida, ela dá um conselho para mulheres que passam por ameaças ou violência doméstica: “No 1º sinal que não está bem com aquela pessoa, saia. Não vale a pena achar que vai mudar, resolver. Não vai”, ensina.

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