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Como ficam as crianças que presenciam a mãe sendo agredida?

Elas também são vítimas da violência doméstica

Por Gabriela Maraccini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 fev 2020, 14h07 - Publicado em 27 ago 2019, 15h48

A violência doméstica ainda apresenta números significativos no Brasil. De acordo com o Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 4.936 mulheres foram assassinadas em 2017 e o número de vítimas mortas dentro das residências cresceu 17,1% – o que pode indicar um aumento nos casos de feminicídio. Além disso, nos últimos três anos, quase 900 mil mulheres pediram medida protetiva em todo o país.

No entanto, não são apenas as mulheres que sofrem com a a violência doméstica, mas também os seus filhos. A psicóloga Laura França, do grupo Prontobaby, explica que, entre as diversas reações que as crianças podem ter ao presenciar uma agressão, estão o medo e a raiva do pai ou agressor.

“Birras, choros e agressividade são comportamentos que demonstram o sofrimento de quem presencia o abuso doméstico”, diz. “Outra atitude comum é querer chamar atenção com o intuito de encerrar uma briga”, completa França.

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Na escola, também podem aparecer consequências, como o déficit de atenção, resultado do estresse enfrentado pela criança. “Essas circunstâncias podem desencadear na criança ou adolescente um excesso de tensão com a chegada do pai em casa, seguido de uma constância de taquicardia, por ser um estresse muito além do que ela deveria suportar”, explica a psicóloga.

Quando adulto, o filho pode, ainda, sofrer com esgotamento emocional, como aponta França, seguido de síndrome do pânico e depressão, além de compulsão alimentar e até mesmo dependência química e agressividade.

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Para evitar essas consequências, a especialista explica que “a melhor atitude é procurar um acompanhamento psicológico para essa criança já que ela vai precisar de apoio para aprender a lidar com os traumas”.

Amparo da Lei Maria da Penha

A Lei Maria da Penha completou 13 anos no mês de agosto e, além da mulher, a advogada Beatriz Guerra explica que os familiares da vítima também podem ser amparados por ela em situações de violência. “É feito um estudo para avaliar a real condição da criança para que sejam aplicadas as melhores medidas se houver risco à sua integridade física e emocional”, diz.

“Entre as medidas protetivas há o afastamento [do agressor] do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima, bem como a restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar”, elenca Guerra.

A advogada ainda afirma que, além da Lei Maria da Penha, o Código Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Alienação Parental podem dar apoio aos filhos da vítima.

É necessário também ressaltar a importância de denunciar os casos de violência doméstica, iniciativa que pode ser tomada pelo próprio filho, como explica França. “É importante quebrar o ciclo de silêncio, medo, vergonha e ‘segredo’ que acontece dentro de um ambiente de violência doméstica”, alerta a psicóloga.

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“O filho pode ser, sim, quem rompe com esse ciclo de silêncio, ligando para o disk denuncia [180] ou contando para um adulto de fora, seja um tio, avô, professora etc, e dando o primeiro passo para a recuperação do seu lar”, finaliza.

Feminicídios

O Brasil é o quinto país no ranking de feminicídios no mundo. Em CLAUDIA, foram publicados mais de 40 casos de feminicídio ou tentativa desde o início deste ano, em todo o país.

Denuncie a violência contra a mulher. Ligue 180.

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