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30 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade e depressão

O fórum 'A Hora do Cérebro', que aconteceu nesta quarta-feira (16), discutiu bem-estar mental, tecnologia e novas dinâmicas sociais e de trabalho

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 fev 2020, 12h36 - Publicado em 16 out 2019, 23h14
 (Nikada/Getty Images)
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O dado apresentado no título é impressionante, porém, quando olhamos para os transtornos mentais de um modo geral, a situação é ainda mais delicada. Das 209.8 milhões de pessoas que vivem no Brasil, 70 milhões têm problemas de saúde mental, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Esses dados foram apresentados no fórum A Hora do Cérebro, que aconteceu nesta quarta-feira (16), no auditório do Hospital Sírio-Libanês, e contou com a parceria de CLAUDIA, SAÚDE e VOCÊ S/A. A inciativa levantou pontos que você provavelmente já pensou: Como manter o equilíbrio na rotina profissional e lidar de maneira saudável com a tecnologia daqui para frente?

Para ter uma noção mais detalhada desses números, a São Paulo Mega City apresentou seu estudo no evento em que mostra que 30% desses diagnósticos são considerados graves, ou seja, quando apresentam sinais como: dependência de álcool ou droga, tentativa de suicídio e prejuízo no trabalho. Inclusive, a pesquisa revela que os principais motivos para dias perdidos no trabalho são as dores crônicas e transtornos de humor e ansiedade.

Impacto da tecnologia no bem-estar mental foi o tema da primeira mesa do fórum: O bem-estar da mente de hoje para o futuro. Do divertimento a dependência tecnológica, mediada por Diogo Sponchiato, redator-chefe de SAÚDE, que recebeu a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva e o Dr. Cristiano Nabuco.

Para a especialista, o consumo de informação é determinante na cultura do medo. “O cérebro não distingui o real do virtual. Ver notícia ruim o dia inteiro influencia. A repetição virtual causa o mesmo estrago do que vivenciar uma situação traumatizante”, comenta a Dra. Ana Beatriz.  “Cuide dos conteúdos que você está dando para o seu cérebro. Precisamos também estimular a gentileza, empatia, já que os fatos preocupantes tendem a grudar mais rápido no cérebro”.

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Já o psicólogo Cristiano Nabuco explica a questão mercadológica: “O uso da tecnologia que estamos fazendo apresenta, sim, um efeito colateral. A cada 24 horas, as empresas alteram os softwares para ficarem mais atrativos para os usuários. Não temos tempos de nos preparamos. Princípios de psicologia são usados para deixar os aplicativos cada vez mais viciantes”. O especialista também alerta para o perigo desses recursos às crianças, principalmente com menos de dois anos de idade.

Lidar com a tecnologia realmente pode gerar estresse. Mas com tanta oferta de facilidade, por que isso acontece? Para Fábio Toreta, superintendente de Comunicação da Sabesp, o problema está no número de atividades realizadas durante o dia. “A multitarefa faz com que a gente não esteja presente onde realmente estamos. Então, essa globalização que vemos através tecnologia muitas vezes leva ao estresse. Por exemplo, eu estou aqui, mas sei que meu telefone está tocando e tem e-mail chegando”, comenta ele, que foi um dos participantes da mesa mediada por Eliza Tozzi, editora-chefe da VOCÊ S/A e VOCÊ RH.

“80% das pessoas não estão preparadas para as transformações digitais e de negócios, o que gera uma angústia. Por isso, a educação é tão importante nesse cenário. Se você não entende o que está acontecendo no mundo hoje, como vai se conhecer, onde você vai saber se colocar”. Essa é a constatação da professora e Influenciadora Digital Martha Gabriel sobre a relação dos profissionais com a tecnologia no ambiente de trabalho.

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Mediada por Guta Nascimento, diretora de CLAUDIA, a mesa que questionava como as empresas podem gerar benefícios sustentáveis para os negócios e a saúde dos trabalhadores, ainda contou com o médico Maciel Filho, coordenador de Saúde e Segurança do Grupo Porto Seguro. O profissional revelou que na empresa funcionários são convidados a responder um questionário sobre saúde mental durante o exame periódico. Para o médico, conquistar a confiança do colaborador é o maior desafio. “Qual o grande medo dele? O questionário ser usado contra ele. Mas só quem participa do programa tem acesso às respostas. Entendemos que ao longo dos anos, as pessoas vão responder de uma forma cada vez mais sincera”, explica.

A representante do Google, Nathalia Iervolino, compartilhou na mesa como a instituição fomenta uma mudança comportamental entre os funcionários. “Cultura é tudo. Temos treinamentos para notar práticas ruins que cometemos sem perceber e somos estimulados a falar para o outro se determinado comentário foi preconceituoso. Ter um sistema de denúncia também é essencial”. Além disso, Natlhalia reforça a importância de normalizar a saúde mental como a saúde física. “É preciso quebrar uma barreira consigo mesmo e a da negação do problema. Depois, contar com um ambiente acolhedor para falar, principalmente com as lideranças”, finaliza.

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