Sound healing: como funciona a terapia pelo som?
Conversamos com a profissional Pat Diogo, terapeuta de som, que contou mais sobre a prática
Você já ouviu falar em Sound Healing? Assim como a música nos faz relaxar ou nos deixa mais animados, essa é uma forma de terapia sonora ótima para relaxar, alinhar e colocar seu corpo em sintonia com a mente. Eu, Raíssa, não conhecia a prática, até fazer uma sessão. Vou ser bem honesta: eu estava cética e agitada no dia em que fiz, imersa em burocracias para resolver e na rotina de trabalho. Meu foco estava em tudo, menos em mim mesma, e mal sabia que tudo o que eu realmente precisava era me conectar com meu interior.
Temos dias tão atribulados e ligados no automático, que muitas vezes nos esquecemos de desligar um pouco e curtir o que está ao nosso redor – e dentro de nós, ainda mais importante. Pode parecer papinho, mas se desconectar de tudo por uma hora faz um bem danado e, de fato, a cura pelo som é real. Sou a prova viva (e cética) disso. Eu saí da sessão recomendando sound healing para todos.
O que é sound healing?
O sound healing é uma forma de terapia holística que usa o som para harmonia e relaxamento do corpo e a alma. “É uma experiência onde o som escaneia o nosso corpo modulando todos os nossos sistemas. Nós não somos feitos só da parte física, temos várias camadas antes de chegar no físico”, explica a profissional Pat Diogo, que conduz sessões de terapia sonora na Awake Health, em São Paulo. “Geralmente, quando alguma doença nos acomete é porque nós estamos com essas camadas perfuradas, fora de sintonia e ficamos vulneráveis. O sound healing nos regula, nos coloca no eixo. É como se fôssemos um instrumento e o sound healing nos afinasse”, completa.
Como surgiu o sound healing?
A terapia sonora está bem popular hoje em dia, mas é uma prática oriental considerada milenar. Um dos primeiros povos a utilizar a música para a cura foi o povo aborígene da Austrália, que utilizava um instrumento de sopro chamado didjeridu. Na Grécia e Egito antigos, este também era um costume.
Na China, o Qigong é usado para tratar doenças, promover longevidade, melhorar habilidades de luta, expandir a mente e muito mais. A prática consiste em entoar mantras, cantos e sons específicos para estimular o corpo. Os tibetanos usam suas tigelas de canto curativas e, na Índia, tem o conhecido Nada Yoga, o Yoga do Som.
“É realmente algo milenar, a diferença, no meu caso, são alguns instrumentos – na maior parte do tempo, eu uso as tigelas de cristal. Elas sim são jovens: foram desenvolvidas em 1988, no Vale do Silício, que é um local em que se trabalha muito com tecnologia”, conta Pat.
E como funciona uma sessão de sound healing?
Na sessão que fiz na Awake Health, eu entrei em uma sala com o piso de quartzo (que já muda sua energia) com diversos colchonetes e cobertores, que passavam uma ideia de “é hora de relaxar”. Pat Diogo, que comandou minha sessão, pediu para que a gente se acomodasse e explicou que tocaria tigelas de cristais e outros instrumentos. A ideia é deitar, se cobrir, pois a sala é bem gelada, e relaxar, como em um processo de meditação. A princípio, fiquei um pouco inquieta e achei que não fosse conseguir relaxar. Conforme a terapeuta sonora vai te guiando, você vai aceitando a experiência. Os diferentes sons te levam longe, e quando termina você demora para entender o que aconteceu.
“É uma terapia que trabalha as ondas cerebrais. As ondas chegam em Theta, que é o estado meditativo, ou Delta, que é quando a gente está dormindo, mas ainda não está sonhando. É muito comum as pessoas dormirem. Eu já atendi muitas pessoas que falaram que não conseguiram relaxa, mas que roncaram a sessão inteira. É engraçado como não temos a noção dos caminhos que podemos acessar de tão ligados que estamos, pode parecer que estamos acordados, mas na real, não”, conta Pat.
O processo costuma durar entre 1h e 1h30. Os primeiros 40 minutos são com a Pat tocando cristais, e no restante do tempo ela vai intercalando outros instrumentos, entre eles o pau de chuva, que tem origem indígena e emite um som de água, como chuvas ou cachoeiras. É absurdamente relaxante, ótimo para quem sofre de estresse e ansiedade.
Tem alguma contraindicação?
Após a sessão você pode apresentar algum desconforto no corpo. Eu notei que estava desbalanceada com a minha alimentação, pois senti um repuxar no estômago e estava há alguns dias fazendo refeições com alimentos que sou intolerante. De resto, Pat Diogo pontua que certos sons podem gerar também um desagrado, por serem mais agudos ou graves.
“O resultado final é de alinhamento, um tratamento positivo, não tem nada de negativo. A única contraindicação é para quem usa marca-passo. A gente trabalha com frequências que podem desregular – não que isso de fato vá acontecer, mas pode desregular, então eu prefiro não tratar. E a gravidez nas 12 primeiras semanas, não tem nada comprovado, mas eu também acho que são semanas muito delicadas.”