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Skincare vaginal é procura de mulheres que desejam a ‘vulva perfeita’

Mais da metade delas está insatisfeita com a própria vulva e muitas usam produtos para mudar a aparência da região; Será que os efeitos disso são positivos?

Por Lorraine Moreira
27 jun 2024, 10h21
Skincare vaginal para mudar aparência das vulvas
Skincare vaginal é procura de mulheres descontentes com a prórpria vulva (Dainis Graveris/Pexels)
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As mulheres estão mais preocupadas com a flacidez, o cheiro e a cor de suas vulvas. Não à toa, o Brasil é campeão em cirurgias íntimas e oferece cada vez mais produtos para alterar a aparência e o aroma dessa região. As adeptas do skincare vaginal estão dispostas a mudar seus hábitos na busca da ‘vulva perfeita‘, mas o que tem de saudável nesse fenômeno e quais são os cuidados necessários para a região íntima feminina?

Maioria das mulheres está insatisfeita com a própria vulva

As brasileiras estão descontentes com suas regiões íntimas. É o que aponta o estudo “Os Estigmas da Vagina”, realizado pela Nielsen Brasil, Intimus e Troiano Branding em 2020: cerca de 68% das entrevistadas possuem alguma insatisfação com a genitália.

A pesquisa ainda revela que 15% das participantes não olham para a região diariamente, 25% não costumam tocá-la e metade confunde a imagem da vulva com a da vagina.

Esse cenário, junto do ideal da ‘vulva perfeita’ – depilada, lisa, clara e cheirosa – explicam os motivos para a procura crescente de produtos e procedimentos que prometam a aparência desejada.

O problema é que, além de cada pessoa possuir sua própria vulva, com cores, formatos e tamanhos diferentes por natureza, muitas vezes tentar mudar essas características causa problemas à saúde da vulva – caso do uso de fragrâncias na região íntima. Pensando nisso, separamos os cuidados indispensáveis para a região.

Skincare vaginal começa pela higienização adequada

A higienização da região íntima deve ser feita pelo menos uma vez ao dia, com água água morna e sabonete íntimo com pH balanceado.

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“Também é preciso secar bem a região depois do contato com a água, para prevenir o crescimento de bactérias e fungos, usar roupas de algodão e evitar peças apertadas para prevenir irritações e infecções”, acrescenta a médica Loreta Canivilo, especialista em estética íntima feminina.

Muitas mulheres cometem o erro de fazer a ducha vaginal sem recomendação médica. Essa atitude pode desequilibrar a flora natural e aumentar o risco de infecções: “A vagina possui um sistema de autolimpeza que mantém o equilíbrio da flora bacteriana e o pH adequado, portanto a limpeza deve ser limitada à vulva, a parte externa da genitália”, explica.

Outro ponto é que a limpeza deve ser feita de frente para trás depois da evacuação, impedindo a contaminação por bactérias fecais.

“Durante a higienização, é preciso lavar suavemente, evitando esfregar com força e sem usar esponjas abrasivas”, indica a médica. Após a higienização, é essencial secar bem a área com uma toalha limpa para evitar a umidade, que pode favorecer o crescimento de fungos.

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Skincare vaginal
Higienização adequada da vulva evita problemas de saúde na região (Andrea Piacquadio/Pexels)

Não use fragrâncias na região íntima

O uso de fragrâncias na região íntima pode causar irritações, alergias e desequilíbrio na flora vaginal. “As fragrâncias podem alterar o pH natural da vagina, o que pode levar a infecções bacterianas e fúngicas, como a vaginose bacteriana e a candidíase”, de acordo com Loreta. Por isso, é recomendado evitar produtos perfumados na genitália.

A vulva vai envelhecer

Assim como outras partes do corpo, a vulva pode mostrar sinais de envelhecimento. “Com o tempo, pode haver mudanças na elasticidade, na cor e na textura da pele”, diz a especialista.

Práticas que ajudam a prevenir ou retardar esses sinais incluem a hidratação regular da área com produtos adequados, proteção solar, evitar fumar, manter uma dieta equilibrada e fazer uma boa higienização. 

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Além disso, a prática regular de exercícios pélvicos pode ajudar a manter a tonicidade dos músculos da região. Os exercícios são conhecidos por “abre e fecha”, em que a pessoa faz uma leve força para fechar e abrir a vagina em série.

Cuidados antes e depois da relação sexual

Antes da relação sexual, é importante garantir que a área íntima esteja limpa e seca, mas sem excessos de higienização que irritem a pele, conforme Loreta.

“Após a relação, recomenda-se urinar para expulsar quaisquer bactérias que possam ter entrado na uretra durante a relação e prevenir infecções urinárias.”

Também é indicado lavar a área externa com água morna e, se necessário, um sabonete íntimo suave. “É importante também usar preservativos para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e escolher lubrificantes à base de água pode ajudar a evitar irritações e desconfortos”, finaliza a ginecologista.

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