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Saiba o que acontece com o seu corpo quando você sente RAIVA

Já explodiu de raiva? Culpa dos hormônios! Entenda o que se passa aí dentro nos momentos de fúria.

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 15 jan 2020, 09h08 - Publicado em 2 out 2019, 11h46
raiva
Sim, às vezes é necessário um pouco de raiva para sair do lugar. (Ile Machado/MdeMulher)
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Não precisa fugir desse sentimento… Ser tomada pela raiva é normal e positivo. “É necessário para nossa sobrevivência, nos faz indignar e buscar alternativas”, afirma Liana Guerra Sanches, biomédica e coordenadora de pesquisa em neurociências da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Mas claro que esse sentimento só é saudável quando está sob o nosso controle. 

“A raiva aciona o circuito de luta e fuga, que interliga os sistemas nervoso central e periférico com o sistema endócrino. Assim, ficamos mais atentos, com pupilas dilatadas e olhar focado no objeto (em detrimento da visão periférica). Há liberação de hormônios que elevam o batimento cardíaco e a frequência respiratória. O fluxo sanguíneo é desviado do intestino e bexiga para os músculos, deixando-os tensos, como se prontos para correr ou atacar”, explica Liana. E tudo isso acontece sob o comando do sistema nervoso.

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(Ile Machado/MdeMulher)

A responsável pela fúria

Quem regula esse comportamento é a amígdala – não a da garganta! “A amígdala é o cão de guarda do cérebro e identifica (de forma certa ou errada) os estímulos. Ela está conectada com o hipotálamo, que tem como função primária regular o nosso corpo para deixá-lo estável. Ele controla substâncias inibidoras ou liberadoras de outros hormônios/neurotransmissores que agem na hipófise, a glândula mestre do nosso corpo”, diz a biomédica.

O que acontece na prática é que o hipotálamo percebe os estímulos, aciona a amígdala e regula os hormônios necessários para agirmos. O problema é que o alto nível hormonal (de cortisol, principalmente) tira um pouco da nossa razão, bloqueando nossos julgamentos mais frios e equilibrados.

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Tudo acontece em segundos, por isso o que poderia ser só uma faísca pode virar uma grande explosão.

Os famigerados hormônios 

O cortisol, chamado de hormônio do estresse, é liberado em abundância e diminui a serotonina, que é o neurotransmissor mensageiro do bem-estar. Outro problema do cortisol é que ele age em uma área do cérebro que ajudaria no julgamento e bom-senso. Aí, ficamos menos capazes de modular a emoção.

E a adrenalina também vem a milhão.

Passar raiva nos deixa doentes?

É verdade que esse sentimento em excesso pode nos deixar mal. “Vasodilatação, maior disposição de sangue na cabeça, pressão aumentada são reflexos da raiva. O problema é que se esta situação se der por muito tempo, de forma crônica, a persistência desses sinais pode provocar hipertensão e diabetes”, atesta Liana.

Já suprimir a raiva pode trazer depressão e ansiedade.

Como se livrar da raiva e não partir para agressão

Respire fundo! Mesmo. Conte até 10, 20, 30… “Isso dá ao cérebro o tempo necessário para que essa emoção seja mais bem avaliada pelo lobo frontal, ajuda a normalizar a frequência cardíaca e respiratória, e deixa o hipotálamo regular de novo a emoção”, justifica a médica.

E nada daquela máxima de que o melhor é extravasar, pois reafirmar esse sentimento retarda o processo de racionalização. O melhor é falar sobre isso e aprender a controlar a emoção.

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