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Obesidade: um problema muito além da aparência

Ela está associada a colesterol alto, diabetes, hipertensão. Doenças crônicas como essas respondem por mais de 70% das mortes no Brasil

Por Silvia Regina (colaboradora)
Atualizado em 21 jan 2020, 22h17 - Publicado em 26 Maio 2015, 08h09

Quando aquela calça jeans não entra mais e as gordurinhas começam a incomodar, o que vem à sua cabeça? Talvez você pense que precisa emagrecer para ficar mais bonita. Mas saiba que os problemas da obesidade vão além da aparência. Estar muito acima do peso aumenta os riscos de diabetes, colesterol, hipertensão, doenças ortopédicas e mexe com a autoestima. Pior é que a tendência de ganhar peso está em alta no país. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais da metade dos brasileiros acima de 18 anos (52,5%) está com sobrepeso. Desses, 17,9% são obesos. A situação no mundo todo é tão grave que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a obesidade no rol das doenças crônicas. Confira mais informações sobre as consequências desse problema e os caminhos para combatê-lo.

Quem é obeso?

“A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal”, diz Fabio Cardoso, especialista em medicina preventiva. Para saber se você está no peso ideal, basta calcular o Índice de Massa Corporal (IMC). É só dividir seu peso pela sua altura ao quadrado (peso / altura x altura = IMC). Exemplo de alguém que pesa 85 kg e tem 1,60 m: multiplique 1,60 x 1,60 = 2,56. Agora divida 85 por 2,56 = 33,2: esse é o IMC! De acordo com a tabela, a pessoa está com obesidade grau I. Lembrando que o IMC é só um indicativo. Outros fatores, como sexo, idade e condicionamento físico, devem ser levados em conta.

IMC: Classificação

  • Abaixo de 18,5: abaixo do peso
  • 18,5 a 24,9: Peso ideal
  • 25 a 29,9: Sobrepeso
  • 30 a 34,9: Obesidade grau I
  • 35 a 39,9: Obesidade grau II
  • Acima de 40: Obesidade grave

Doenças cardiovasculares

Um dos problemas sérios que podem ser desencadeados pela obesidade é a hipertensão, que se caracteriza por elevados níveis de pressão nas artérias e compromete os vasos sanguíneos, o coração e até os rins. Quando não tratada, pode levar à insuficiência renal e cardíaca, AVC e infarto. O peso extra também altera os níveis de colesterol ruim, aquele que se acumula nas paredes dos vasos, formando placas de gordura. Por causa disso, em certo momento, o fluxo sanguíneo pode ser interrompido, aumentando as chances dessas doenças.

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Diabetes tipo 2

Outra doença diretamente ligada à obesidade é o diabetes tipo 2. Aqui, o organismo produz uma quantidade insuficiente de insulina ou não consegue utilizar esse hormônio da maneira adequada para ele desempenhar suas funções, entre elas, ajudar as células a transformar glicose em energia. O excesso de peso atrapalha a absorção de insulina pelas células e pode fazer a doença surgir. A Federação Internacional de Diabetes estima que em 20 anos 592 milhões de pessoas no mundo desenvolvam a doença. Hoje, são 382 milhões. O aumento no número de obesos aliado ao envelhecimento da população são os principais fatores que explicam a explosão dos casos de diabetes.

Problemas na coluna e no joelho

O peso excessivo também causa prejuízos ortopédicos, e quem mais sofre é o joelho e a coluna. De acordo com o neurocirurgião Alexandre Elias, a coluna é responsável pela sustentação do corpo e, quando a pessoa não está no peso ideal, a região lombar fica sobrecarregada. “Entre as consequências, estão a degeneração e o desgaste do disco vertebral, que podem gerar lombalgia, uma dor que pode evoluir para hérnia de disco”, explica o médico. A sobrecarga também ocasiona problemas nas articulações do joelho e tornozelo, como a osteoartrite, caracterizada pela perda de cartilagem.

Baixa autoestima

Os quilos a mais na balança ainda podem desencadear problemas psicológicos em algumas pessoas. É comum casos de obesos que se sentem para baixo, com vergonha de si e perdem a vontade de viver socialmente. Querem se esconder de tudo! Segundo Cardoso, esse comportamento provoca um círculo vicioso que faz com que a pessoa coma cada vez mais. “O esquema mental de quem come em excesso gera um ciclo que leva a comer além do necessário, principalmente por ansiedade e necessidade de preencher vazios interiores”, explica. Ou seja, a pessoa acaba comendo por impulso e, na maior parte das vezes, exagera na dose e se culpa depois. E, exatamente por isso, acaba voltando a descontar na comida. “Além de sentir desconforto estomacal, a pessoa passa a se culpar, pensando que não deveria ter comido tanto. A autoestima fica afetada.”

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Mais risco de câncer

De acordo com a OMS, 30% das mortes por câncer ocorrem graças a cinco principais fatores de risco. Entre eles está a obesidade. Os outros são baixa ingestão de frutas e vegetais, falta de atividade física, uso de tabaco e de álcool. “Homens obesos têm maior probabilidade de morrer de câncer de cólon, de reto e próstata. Mulheres obesas têm mais chances de morrer de câncer de mama, útero e ovários”, conta Cardoso. O endocrinologista Pedro Assed ainda ressalta que recentemente os cânceres de intestino e de estômago também estão sendo associados à obesidade.

Sono ruim

Ficar gordinha prejudica até a qualidade do sono. Além de favorecer o ronco, o excesso de peso pode causar apneia, que é quando a pessoa para de respirar por um curto período de tempo enquanto dorme. A explicação é que a gordura corporal comprime a garganta, tornando a respiração mais difícil, principalmente durante o sono, quando o corpo está relaxado.

A solução

O combate à obesidade precisa estar baseado num conjunto de ações. Apesar de ela estar relacionada também a fatores genéticos, a influência da alimentação é significativa. Por isso, o primeiro passo é fazer uma reeducação alimentar, privilegiando frutas, verduras, legumes e deixando de lado doces e gorduras. Além disso, atividade física deve estar sempre presente. A OMS recomenda 30 minutos de exercício por cinco ou mais dias na semana. Nos casos mais graves, medicamentos e a cirurgia bariátrica (redução de estômago) podem ser indicados. E se a autoestima estiver lá embaixo fazer terapia é uma boa.

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De olho também na criançada

Dados do IBGE mostram que 33% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos estão acima do peso, ou seja, uma em cada três já sofre com o problema. Essa informação é preocupante, afinal faz tempo que criança gordinha deixou de ser sinônimo de saúde. Uma criança obesa, além de sofrer com a baixa autoestima, ainda pode ter outros problemas sérios. “Por causa do excesso de peso sobre os joelhos e membros inferiores, é comum o aparecimento de problemas ortopédicos logo cedo. A obesidade infantil ainda provoca alterações precoces no metabolismo dos açúcares e gorduras no organismo. Isso aumenta o risco de diabetes, pressão alta e problemas cardiovasculares”, diz Claudio Leone, do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Pediatria de São Paulo.

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