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Estudo expõe que bebês devem dormir no quarto dos pais até um ano

Nos Estados Unidos, 3,5 mil bebês são vítimas da síndrome da morte repentina infantil por ano. Saiba como melhorar a segurança dos filhos durante o sono:

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 jan 2017, 13h07 - Publicado em 5 jan 2017, 03h13

Nos Estados Unidos, ocorrem por ano 3 mil e quinhentos casos de bebês vítimas da síndrome da morte repentina infantil, segundo dados catalogados em um recente estudo realizado pela Academia Americana de Pediatria.

Conhecida em inglês pela sigla SIDS, uma das principais causas de falecimentos de lactentes no país, o fenômeno é associado ao termo “morte no berço”. Esses números alarmantes fizeram com que uma pesquisa fosse realizada para definir novas diretrizes sobre a segurança do sono dos bebês.

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De acordo com informações divulgadas no periódico científico Pediatrics, a principal forma de evitar que isso aconteça é permitir que crianças de até um ano de idade durmam no mesmo quarto que os pais. A SIDS é mais recorrente nos pequenos com menos de quatro meses de idade, prematuras ou que nasceram abaixo do peso padrão.

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Neste caso, a taxa de morte repentina infantil cai pela metade, conforme apontou a coautora das recomendações feitas pela Associação, Dra. Lori Feldman-Winter. O lugar ideal para os filhos dormirem é sobre uma superfície firme, como um berço, sem travesseiro e brinquedos.

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É o que explica a Dra. Mônica Carceles, neonatologista da Maternidade Pro Matre Paulista: “Dormir no quarto dos pais é uma das orientações, mas não é a única para melhorar a segurança do bebê durante o sono”. Ela ainda completa: “Aqui no Brasil há um costume cultural de deixar o bebê dormir de lado, mas é fundamental que ele durma sempre de barriga para cima. Esta é uma das maneiras mais eficazes para se combater a morte súbita. Tanto é que houve uma queda de 50 a 60 por cento neste índice depois que foi implantada esta medida.”

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No entanto, as crianças não podem dividir a cama com os pais, uma vez que isso aumenta as chances de falecimento. As novas recomendações também incentivam a amamentação e o contato pele a pele com os recém-nascidos o mais rápido possível após seu nascimento, como forma de prevenção.

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“Muitos familiares dizem que deixam os pequenos dormirem de lado porque têm medo de morte por engasgo de leite, mas quando a criança está nesta posição ou de bruços é muito mais fácil que ela pare de respirar”, comenta a Dra. Mônica: “Para que a cabeça do neném não fique tão achatada, por ser muito molinha, é recomendável que as mães deixem os pequenos em outras posições, mas que permaneçam monitorando suas ações.”

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A asfixia não é a única causa da morte súbita. Brinquedos, protetores de berço e cobertores também representam risco de estrangulamento. A ocorrência de morte súbita é agravada em crianças com anomalias no cérebro e problemas respiratórios. “Recomendamos que os berços estejam de acordo com as normas de fabricação, com as barras laterais, sem vãos entre o colchão e a grade. O colchão, por sua vez, não pode ser fofo, precisa ser bem firme. Idealmente coberto com lençóis de elástico, de modo que fique bem justo”, afirma a neonatologista.

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É de fundamental importância que não só os pais, mas as babás, cuidadoras do berçário e outros responsáveis pelo bebê estejam cientes das recomendações para um sono seguro. Afinal, uma em cada cinco das mortes relacionadas a SIDS ocorrem fora de casa, de acordo com a pesquisa.

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“A mãe, naturalmente, tem um sono mais leve. Então qualquer ruído, movimento brusco da criança é perceptível. Essa mudança do comportamento materno é fisiológica, comprovada cientificamente”, acrescenta Mônica.

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Para a psicóloga e terapeuta familiar Miriam Barros, a falta de monitoramento é uma das principais causas das mortes súbitas: “Uma forma de evitar essa situação é, primeiramente, a disseminação dessas normas de segurança. Quando meu segundo filho nasceu, teve um problema e precisou dormir no mesmo quarto que eu. Mas dormia no carrinho, que também pode apresentar riscos por ter um acolchoado muito fofo e não ter grades de proteção. Hoje faria diferente. Para os brasileiros, é algo muito cultural ter o ‘quartinho do bebê’, mas vendo por esta ótica, é imprescindível que os nossos pequenos passem a noite conosco.”

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De 2004 a 2014, 12 mil mortes de lactentes, ocorridas em território norte-americano, estavam relacionadas a SIDS. Os índices brasileiros são extremamente imprecisos e não apresentam, estatisticamente, a verdadeira dimensão do problema. “Não temos uma noção exata. Nos Estados Unidos ou em países desenvolvidos, toda morte de bebê é colocada como uma situação de investigação policial. São feitos interrogatórios com todos os familiares e responsáveis, além de uma autópsia obrigatória”, conta a neonatologista.

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A Dra. Mônica ressalta ainda que aquecer os bebês com diversas camadas de cobertor também pode ser um risco: “Quando o bebê passa muito calor, ele tem maior chance de morte súbita. Realmente, os pequenos sentem mais frio, mas faz mal transpirar muito.” E completa: “Fumar perto da criança ou durante a gestação também representa grande risco quanto à morte no berço.”

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