Diabetes mellitus: como descobrir, evitar e tratar
Entenda como prevenir o aparecimento da doença e o que fazer caso você já possua essa condição
O diabetes mellitus é uma doença sem cura que pode surgir silenciosamente, quando o organismo se torna incapaz de produzir a quantidade suficiente de insulina (ou não responde como deveria a ela), o que faz com que o nível de açúcar (glicose) no sangue fique elevado. Mas há formas de preveni-la e também tratamento para os que já foram diagnosticados com diabetes mellitus.
A nutróloga Fernanda Cortez, com especialização no Joslin Diabetes Center (considerado o maior centro de pesquisa em diabetes do mundo), ensina como fazer o monitoramento para descobrir se tem ou não diabetes mellitus e, em caso positivo, como deve ser a rotina de vida, que inclui mudanças na alimentação e na prática de exercícios.
Como age o diabetes mellitus?
A glicose no sangue varia ao longo do dia – aumentando após cada refeição e retornando aos níveis anteriores cerca de duas horas depois. O excesso de carboidratos refinados na alimentação, de açúcar e de frutas com alto índice glicêmico pode fazer com que seu corpo não consiga utilizar corretamente a insulina produzida pelo pâncreas para mover a glicose do sangue para as células.
“Em vez de a glicose ser absorvida e usada como energia pelos músculos, ela permanece em excesso na corrente sanguínea, o que pode levar ao aumento de gordura abdominal e, eventualmente, à resistência insulínica. Esse quadro pode progredir para pré-diabetes e, finalmente, para diabetes”, diz a nutróloga.
E não basta simplesmente cortar o açúcar, pois alimentos como leite, pão, massa e arroz também são convertidos em açúcares simples pelo corpo, transformados em glicose e levados para as células para ser fonte de energia – que pode ser utilizada imediatamente ou armazenada em forma de gordura ou amido glicogênio.
Tipos de diabetes
Na diabetes tipo 1 (que atinge de 5 a 10% de todas as pessoas diagnosticadas com diabetes), as células do pâncreas que produzem insulina são atacadas pelo sistema imunológico do organismo. Mais de 90% delas são destruídas para sempre, fazendo com que o órgão produza pouca ou nenhuma insulina. Por isso, esses pacientes precisam da injeções de insulina ao longo do dia.
“Na diabetes tipo 2, o corpo não consegue usar corretamente a insulina produzida pelo pâncreas, levando à resistência insulínica. Isso pode causar uma diminuição do hormônio chamado GLUT4, que transporta glicose no corpo, resultando em um acúmulo de glicose na corrente sanguínea”, explica a médica. Medicamentos por via oral, insulina ou outros medicamentos via injeção costumam ser recomendados pelos médicos.
Exames
Para saber seu índice de glicose no sangue, é preciso acompanhamento com exames. “Especialmente a hemoglobina glicada, que mostra a média de glicose nos últimos três meses. Este é o principal exame para monitorar a diabetes, juntamente com o exame de insulina em jejum”, conta a profissional.
Os índices são considerados dentro do esperado se ficarem entre 70 a 100 miligramas por decilitro (mg/dl) de sangue. O alerta para a pré-diabetes aparece caso a glicemia em jejum fique entre 100 mg/dl e 125 mg/dl. A partir de 126 mg/dl, os portadores são considerados diabéticos. Em pessoas com glicemia superior a 160 a 180 mg/dl, a glicose aparece até na urina.
Sinais e sintomas de diabetes mellitus
O corpo dá alguns alertas também, enumera Fernanda. “Os sintomas da diabetes incluem perda de peso, especialmente na região do quadril, bumbum e pernas, devido ao consumo de massa muscular. Outros sintomas incluem fome excessiva, sede constante e vontade frequente de urinar”.
Visão embaçada, náuseas, sonolência e menor resistência durante atividades físicas também chamam a atenção. Além da hereditariedade (casos na família), a obesidade é considerada o principal fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, já que entre 80% a 90% das pessoas diagnosticadas são obesas ou estão acima do peso ou são obesas.
Problemas de sensibilidade por conta da danificação dos nervos, aumento do risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC), doença renal crônica e perda de visão por conta de vasos sanguíneos danificados também estão na lista de consequências que quem tem diabetes em algum momento talvez tenha de lidar. Se a glicemia ficar muito elevada, pode haver desidratação grave, originando confusão mental, sonolência e convulsões – o chamado estado hiperglicêmico hiperosmolar.
Dieta e exercícios
Uma vez com diabetes mellitus, a alimentação e a rotina precisam ser modificados. “Para controlar o diabetes, é essencial consumir alimentos que ajudam a baixar o índice glicêmico, como aveia, maçã, pera e alimentos integrais. Incluir linhaça, quinoa e aveia na alimentação ajuda a reduzir o açúcar no sangue. Comer iogurte com linhaça e frutas, ou adicionar proteínas às refeições, também auxilia na diminuição do índice glicêmico dos alimentos”, explica a nutróloga.
“A atividade física, especialmente a musculação, é crucial para melhorar a massa muscular, o que é fundamental para quem tem diabetes. Além disso, uma alimentação com baixo índice glicêmico e rica em fibras é ideal para diabéticos”, continua. A recomendação também é que pessoas com diabetes parem de fumar e, caso haja consumo de álcool, seja em doses moderadas (uma por dia para mulheres e duas para homens).
A suplementação é outro fator importante. “Hoje, existem vários suplementos que ajudam a reduzir naturalmente o açúcar no sangue, como antioxidantes. Na clínica, utilizamos resveratrol, cúrcuma, ácido alfa-lipóico, entre outros, que são essenciais para pacientes com diabetes. Esses suplementos ajudam a prevenir neuropatia diabética e problemas oftalmológicos, como a retinopatia diabética”, finaliza Fernanda.
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