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Bulimia nervosa: o que é, sintomas e tratamento

Veja como a compulsão age e qual a melhor forma de combate-la

Por Jonathan Pereira
Atualizado em 24 jun 2024, 12h03 - Publicado em 24 jun 2024, 09h01
Compulsão por comer faz parte da bulimia nervosa
Compulsão por comer faz parte da bulimia nervosa (Louis Hansel/Unsplash)
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Comer, sentir culpa e tentar ao máximo logo após a refeição se desfazer do que consumiu é uma constante na vida de quem sofre de bulimia nervosa. Recentemente, a cantora Wanessa Camargo confessou ao podcast “G1 Ouviu” ter sofrido com a doença no começo da carreira, quando era comparada com Sandy e recebia críticas por seu corpo.

Tive bulimia, anorexia. Esse lance (de imagem) me afetou. Comia só pra dar uma enganada. Sempre fui uma pessoa com coxa grossa, que gosta de comer. Lembro de uma manchete que dizia: ‘Gordurinha a mais, cantoria de menos’. A galera criticando meu corpo”, disse.

Mas como identificar bulimia nervosa? O psicólogo Alexander Bez explica quais são os sintomas e o tratamento adequado. Confira:

O que é bulimia nervosa?

O transtorno alimentar faz com que a pessoa coma em grandes quantidades e na sequência induza o próprio vômito, use laxantes ou tente outras formas de colocar para fora as calorias do alimento – fazendo jejum, dieta ou se exercitando demasiadamente para compensar, por exemplo. Culpa e preocupações em excesso com o peso corporal e a forma física fazem com que esse comportamento torne-se uma constante.

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As mulheres são as principais afetadas – de acordo com oEstudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a bulimia nervosa atinge 5% das mulheres do mundo. “A bulimia nervosa decorre de um processo de desestruturação do ego. É sempre acompanhada pelo componente da ansiedade, uma severa compulsão que atende à demanda que se iniciou na mente, consequentemente revelando algum conflito interno-pessoal que é gatilho psicológico”, explica Bez.

Ele enumera os fatores que se causam a bulimia nervosa. “Ansiedade, traumas, conflitos pessoais, frustrações, ilusões, fatores genéticos e hereditários de problemas alimentares-emocionais e delírios  – achar que já se nutriu por comer e, assim, poder desprezar a comida, expulsando-a do organismo”.

Sintomas da bulimia nervosa

Vários sentimentos estão envolvidos na bulimia nervosa
Vários sentimentos estão envolvidos na bulimia nervosa (Westend61/Getty Images)

E como identificar a bulimia nervosa? É necessário observar a frequência com que esses eventos acontecem. “Embora a pessoa tenha a consciência de que há um problema, as origens desse problema são inconsistentes”, diz o psicólogo.

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O estresse emocional pode ser um incentivador do ato – geralmente praticado escondido dos demais, por vergonha. Comece a reparar se você tem a sensação de perda de controle, comendo sem ter fome e a ponto de ter desconforto físico. Além disso, o consumo de grandes quantidades de alimentos com alto teor de açúcar e de gordura desenfreadamente pode ser um indicador de bulimia nervosa.

Ao contrário da anorexia, onde a pessoa perde peso visivelmente, na bulimia nervosa esse índice tende a variar muito pouco. Entre os danos da prática, induzir o vômito com frequência pode causar erosão no esmalte dos dentes, diminuir os níveis de potássio no sangue (o que causa arritmias cardíacas) e, em casos mais raros, até a ruptura do estômago ou do esôfago durante a compulsão alimentar.

Tratamento da bulimia nervosa

Buscar ajuda médica e psicológica para tratar a bulimia nervosa é necessário. “O tratamento deve ser ministrado simultaneamente através da psicoterapia, para controlar e barrar o avanço da ideia delirante que norteia esse transtorno, medicação ansiolítica e, em alguns casos, medicação antidepressiva também. Calma e paciência devem ser trabalhadas, além de desenvolver e aprimorar o gosto pela comida, entendendo que ela não é inimiga de seu corpo”, explica Bez.

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O profissional afirma que não há um período cronológico pré-definido para determinar a cura. “No início, ao menos duas sessões psicoterápicas semanais. A melhora pode vir entre seis meses a um ano. Mas cada paciente tem respostas individuais diferenciadas. Ficar livre do estresse, tendo uma vida com mais tranquilidade, já se faz um excelente processo de cura”, recomenda.

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