Banho de assento para candidíase: Funciona? Como fazer?
Conversamos com ginecologistas para descobrir os benefícios e riscos associados à prática
Nada que envolva saúde íntima é isento de dúvidas, medos e incertezas. O banho de assento, inclusive, é tema de muita discussão por ser usado para diminuir problemas que atingem a região genital, do períneo e anal. Conversamos com especialistas para descobrir se ele realmente funciona contra a candidíase – infecção vaginal causada pelo fungo Candida – ou é mais uma estratégia falha.
O banho de assento funciona?
“O banho de assento é uma técnica milenar, resgatada pela ginecologia natural, que consiste em sentar na banheira, com a água alcançando os quadris, e esperar alguns minutos”, explica a ginecologista Char Reginatti. Ele serve para aliviar coceiras e irritações, além do potencial cicatrizante, antibactericida e anti-inflamatório.
“A água ajuda na hidratação da região íntima e, quando morna, auxilia no relaxamento da musculatura, melhorando a circulação sanguínea local, diminuindo a dor e contribuindo com a cicatrização da região”, acrescenta a a ginecologista Karoline Reis, que ainda diz: “Assim, serve como tratamento auxiliar para hemorróidas, candidíase, vaginose bacteriana, herpes genital, entre outras condições. Também trata sintomas em crianças, dado que não se utiliza medicação vaginal nesse público.”
No entanto, vale frisar: o banho de assento faz bem para a região íntima, por auxiliar no alívio do quadro, mas não trata a causa dos sintomas. Por isso, em caso de coceira, ardência, corrimentos com odores fétidos ou alguma outra alteração na vulva ou na vagina, o ideal é procurar um ginecologista, para que o profissional possa investigar a causa e instituir o tratamento adequado.
Existem riscos no banho de assento?
Água tratada, recipiente higienizado e ingredientes corretos são a receita para dar certo, segundo Char Reginatti. “A flora vaginal apresenta um conjunto de microorganismos que vivem na vagina sem causar doenças ou desconfortos. O funcionamento em equilíbrio protege a região de infecções, alergias e irritações. Alguns fatores, entretanto, tornam ela mais propensa à mudanças ruins”, diz Karoline. Entre eles, o contato com materiais e produtos que desregulam o PH, aumentando a proliferação de fungos e bactérias, por exemplo.
“Parte dos ingredientes caseiros podem ser desapropriados para a região genital, causando alergias, irritações e até piora do quadro inicial. Por essa razão, antes de fazer seu banho, sempre procure a orientação de um profissional capacitado, que possa lhe dizer quais substâncias ou ervas serão adequadas para o seu caso”, diz Char.
Mas não é só: a água quente por tempo excessivo, por exemplo, pode causar queimaduras graves. Em alguns pós-operatórios, a umidade atrapalha a cicatrização – aqui, o banho de assento é contraindicado, afirma Karoline.
Como fazer banho de assento?
Char Reginatti oferece as instruções de como fazer: Escolha uma bacia onde você consiga sentar – o ideal é ter um recipiente exclusivo para este fim. Coloque cerca de 2 a 3 litros de água morna e adicione a substância recomendada pelo ginecologista. Permaneça sentada na água em torno de 10 a 15 minutos e, após o banho, seque cuidadosamente a região íntima com uma toalha limpa e seca.