20 verdades sobre a depressão
Quem já enfrentou a depressão sabe bem o tamanho do buraco na alma que ela provoca. Ouvimos o psiquiatra Leonard F. Verea e a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi para que você conheça melhor a doença e possa enfrentá-la.
1. Tristeza, ansiedade e angústia são sentimentos normais e que fazem parte da vida de todos nós. Já a depressão está relacionada a um desequilíbrio químico no cérebro e necessita de atenção médica.
2. Acredita-se que a doença seja provocada por fatores genéticos, mas a morte de um ente querido e situações de estresse extremo também podem ser gatilho para o problema. Em crianças, a separação dos pais e a mudança de escola podem ser fatores desencadeantes.
3. Alguém está deprimido quando apresenta, por ao menos duas semanas, cinco dos sintomas a seguir:
- Baixo-astral durante a maior parte do tempo.
- Desinteresse total pelas atividades do dia a dia.
- Perda ou ganho de peso.
- Insônia ou muito sono.
- Agitação ou apatia total.
- Fadiga ou perda de energia.
- Sentimento de culpa ou sensação de ser inútil.
- Diminuição da capacidade de concentração (a pessoa começa uma atividade e não a conclui).
- Ficar pensando em morte o tempo.
4. A doença pode se manifestara partir dos 4 anos de idade e ocorre igualmente entre meninos e meninas. É difícil perceber o problema no início, pois a criança muitas vezes apenas fica mais quieta. Ansiedade, desinteresse por brincadeiras e dificuldade na escola são sinais de alerta.
5. Fortaleça a autoestima do seu filho. Elogie, encoraje, faça com que ele se sinta importante e reconhecido. Crie situações em que o pequeno possa expressar os sentimentos dele, como por meio de desenhos.
6. Quando um dos pais tem depressão, o risco de o adolescente sofrer com a doença é maior. Por causa das alterações hormonais, as meninas são mais vulneráveis.
7. O adolescente deprimido age como se a melhor defesa fosse o ataque. Sente-se incapaz o tempo todo, sem forças para enfrentar desafios. Está sempre irritado ou tristonho, o que compromete as relações familiares, as amizades e o desempenho escolar.
8. Em idosos, a falta de ocupação piora o quadro de depressão. Por isso, é importante estimulá-los a ter atividades. Para evitar que ele se sinta um estorvo na vida dos parentes, envolva-o na rotina da casa. Se ele não participar do dia a dia familiar, acabará se isolando.
9. Deprimido, o idoso pode comer menos, ficar sonolento e descuidar da higiene. Com isso, há risco de desnutrição, desidratação e processos infecciosos.
10. No idoso, a depressão pode ser sintoma de diabetes descontrolada ou hipotireoidismo. Leve-o ao médico para checar.
11. Cerca de 15% das mulheres entram em depressão depois do parto. Quem teve a doença antes de engravidar está mais sujeita a enfrentá-la novamente após dar à luz.
12. Sonolência, falta de energia e perda do desejo sexual são sintomas da depressão pós-parto. Mas, atenção! Sentir um vazio e muita vontade de chorar é normal depois que o bebê nasce e nem sempre se trata de depressão. Fale com o médico.
13. A depressão tende a ficar mais forte cerca de quatro a seis semanas depois do parto. O tratamento é necessário para evitar complicações e não comprometer o vínculo de mãe e filho.
14. Se você tem um familiar com depressão, tenha paciência. Entenda que a dificuldade para reagir é uma das características da doença. A depressão tira as forças para lutar.
15. Não deixe a pessoa trancada no quarto o dia todo com a cortina fechada. Incentive-a a se alimentar e a cuidar da higiene e também da aparência. Mas, lembre-se: estimular não significa forçar a ir ao shopping ou sorrir. Respeite as limitações que a doença impõe naquele momento.
16. Nos casos leves, a psicoterapia, que ajuda o paciente a encontrar formas de lidar com as próprias emoções, pode ser suficiente. Já nos quadros mais graves, é preciso associar a psicoterapia ao tratamento com remédios, receitados por um psiquiatra.
17. Os antidepressivos não são pílulas da felicidade. Ao regular a produção de certas substâncias no cérebro, eles aliviam os sintomas da depressão. Mas levam de duas a oito semanas para começarem a fazer efeito. Uma vez que o paciente comece a se sentir melhor, o tratamento deve ser mantido por seis meses, no mínimo. Nunca se deve deixar de tomar o remédio por conta própria.
18. A atividade física pode trazer muitos benefícios. Estimule a pessoa a caminhar assim que tiver ânimo para isso.
19. Ter bichos de estimação pode ajudar a lidar com a doença porque, quando brincamos com um animal, o organismo diminui a produção de cortisol, o hormônio do estresse. Além disso, acariciar o bicho promove o aumento de serotonina, substância que ajuda a combater a depressão.
20. A ciência já comprovou que tratamentos alternativos, como arteterapia e dançaterapia, apresentam ótimos resultados. Eles permitem que o paciente expresse suas emoções, mas precisam ser aliados a terapia e medicamentos, quando for o caso.