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Vacina experimental vendida por 30 dólares: entenda o que ocorre na China

De modo indiscriminado, chineses podem comprar a vacina, que ainda passa por testes de avaliação da eficácia e riscos

Por Da Redação
Atualizado em 17 nov 2020, 17h57 - Publicado em 17 nov 2020, 17h46
vacina
Vacina contra HIV apresenta baixa eficácia e estudo é encerrado ((Foto: images By Tang Ming Tung)/Getty Images)
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Tomar a vacina contra o novo coronavírus está entre as ações mais esperadas da população mundial. Porém, antes disso, testes são feitos para confirmar a eficácia e prever possíveis efeitos colaterais e riscos. Ciente que esse processo não foi finalizado, o tradutor Ethan Zhang, 26 anos, foi parar em um hospital na cidade de Yiwu, no leste da China, para tomar a dose contra a Covid-19.

Assim como Zhang, outras pessoas estão se arriscando ao pagar 30 dólares em uma vacina ainda em fase final de teste. Na etapa 3, milhares de funcionários em empresas estatais, funcionários do governo e executivos da empresa estão sendo vacinados desde julho. Após essa fase, as empresas enviarão os resultados aos reguladores dos países em que as vacinas serão vendidas.

Segundo o The New York Times, os governos locais indicaram que planejam disponibilizar as vacinas atuais para mais pessoas, que demonstram bastante interesse por sua vez. Já nos Estados Unidos a realidade é bem diferente, já que pesquisas apontam que os cidadãos estão receosos com as possíveis vacinas. Em um levantamento da revista Nature, os entrevistados da China afirmaram em sua maioria que tomariam uma “vacina comprovada, segura e eficaz”.

Sobre a participação em massa de cidadãos como voluntários na fase de teste da vacina, as autoridades chinesas entendem que é uma alternativa correta. Para Zheng Zhongwei, da Comissão Nacional de Saúde da China, é um “meio muito necessário de proteger a vida e a saúde das pessoas”.

Na semana passada, o presidente da Sinopharm, Liu Jingzhen, divulgou que aproximadamente 100.000 pessoas tomaram a vacina da empresa e não apresentaram reação adversa até o momento. Segundo Liu, 56.000 pessoas vacinadas viajaram para o exterior depois de tomar a vacina e nenhuma havia sido infectado.

Ainda assim, a medida não é recomendada pelos especialistas, já que os voluntários ainda estão suscetíveis a riscos. Caso a vacina seja reprovada na fase final e com comportamentos fora das recomendações sanitárias, eles podem ser contaminados pelo vírus. Além disso, não irão poder tomar outra dose de uma possível vacina aprovada por um determinado período.

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De acordo com apuração do The New York Times, as cópias dos formulários de consentimento de vacinação disponibilizado para o voluntário não especificaram que o produto ainda estava em teste. “Esses tipos de riscos não foram revelados com clareza”, pontuou Yanzhong Huang, pesquisador sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores e especialista em saúde na China.

Além do risco de vida, a decisão do governo chinês ainda enfraquece a confiança do mundo com as vacinas do país, que levou tanto tempo para ser construída. “Corremos o risco de perder a confiança nas pessoas se de fato ocorrerem efeitos adversos”, disse Kristine Macartney, diretora do Centro Nacional para Pesquisa e Vigilância de Imunização em Sydney, Austrália.

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