Após morte de menina de 10 anos, TikTok é bloqueado na Itália
Segundo o aplicativo, 104 milhões de vídeos identificados como impróprios foram deletados da rede social no primeiro semestre de 2020
A morte de uma menina de 10 anos, usuária do TikTok, fez com que o governo italiano bloqueasse o aplicativo no país. A causa da morte foi asfixia, que provavelmente aconteceu durante um desafio chamado “Blackout Challenge” (em português, desafio do apagão). Na ação, que viralizou no TikTok, os usuários eram incentivados a ficar o maior tempo possível sem respirar.
De acordo com as investigações da polícia de Palermo, região da Itália em que a menina morava, a morte teria ocorrido após a criança amarrar um cinto no pescoço na tentativa de participar do desafio e postar o resultado no aplicativo.
No dia 13 de janeiro, o aplicativo divulgou novas regras de uso pensando na proteção dos usuário de 13 a 15 anos. As contas de pessoas com essa faixa etária se tornaram privadas, ou seja, só usuários autorizados passam a ter acesso aos seus conteúdos.
Ainda assim, o órgão italiano de defesa da privacidade afirma que a rede social deve comprovar se a informação da idade condiz com a do usuário realmente. Segundo a lei italiana, menores de 13 anos não podem ter acesso ao aplicativo e menores de 14 devem ter o consentimento dos pais.
O órgão bloqueou o uso do TikTok até 15 de fevereiro para os usuários que não tiverem a idade confirmada, logo, atingindo todos os 8 milhões de inscritos no país. Caso a verificação não seja feita, o aplicativo será obrigado a pagar uma multa de até 4% do faturamento.
“Privacidade e segurança são prioridades máximas e estamos constantemente trabalhando para fortalecer nossas políticas, processos e tecnologias para proteger toda a nossa comunidade e nossos usuários mais jovens em particular”, afirmou o porta-voz da rede social, segundo a Folha de S. Paulo.
Essa não é primeira vez que o aplicativo enfrenta problemas judiciais. No final de 2019, também na Itália, o TikTok foi acusado de não proteger seus usuários menores de idade. O mesmo ponto foi levantado pelos EUA, que, há dois anos, puniram a empresa chinesa ByteDance, responsável pela rede social.
Para o jornal italiano Corriere dela Sera, o TikTok revelou que 104 milhões de vídeos identificados como impróprios foram removidos do aplicativo no primeiro semestre de 2020.