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Médicos franceses reportam bebê infectado por Covid-19 durante gravidez

Segundo equipe, a mãe foi infectada pelo novo coronavírus no último trimestre e confirma o risco de transmissão para fetos

Por Da Redação
Atualizado em 14 jul 2020, 18h24 - Publicado em 14 jul 2020, 12h00

Médicos franceses reportaram a confirmação de um caso de infecção de um bebê pelo novo coronavírus ainda no útero da mãe. O menino recém-nascido teve uma inflamação no cérebro poucos dias após o nascimento. Segundo os médicos, a mãe foi a primeira contaminada e o vírus atravessou a placenta no último trimestre de gestação, provocando uma infecção antes mesmo do nascimento.

“Infelizmente, não há dúvida sobre a transmissão neste caso. Os médicos devem estar cientes de que isso pode acontecer. Não é comum, isso é certo, mas pode acontecer”, disse Daniele De Luca, diretora médica de pediatria e cuidados intensivos neonatais do hospital Antoine Béclère, em Paris, ao jornal The Guardian.

A mãe infectada tem 23 anos foi internada em 24 de março com febre e tosse grave, e o os exames comprovaram o resultado positivo para Covid-19. Em apenas três dias, os médicos optaram por uma cesariana de emergência após monitorarem sinais de mal-estar no feto. Após o parto, o bebê que nasceu com 2,540 kg, foi imediatamente isolado na Unidade de Terapia Intensiva e chegou a ser entubado. Exames comprovaram a existência da Covid-19 na corrente sanguínea da criança, mas descartaram infecção de outras infecções virais ou bactérias. Testes mais profundados confirmaram que o novo coronavírus passou da mãe para a placenta, causando inflamação e atingindo o bebê.

Desde o início da pandemia não havia comprovação das vias de transmissão por falta de amostras para análise.  “Você precisa do sangue materno, do sangue do recém-nascido, do sangue do cordão umbilical, da placenta, do líquido amniótico, e é extremamente difícil obter todas essas amostras em uma pandemia com emergências por toda parte”, a médica explicou. “Houve casos de suspeita, mas ficaram apenas como suspeita porque não houve oportunidade de testes e verificar a patologia da placenta”, disse.

Nesse caso, os níveis altos do novo coronavírus foram identificados na placenta e . O material tem semelhança ao líquido que se encontra nos pulmões e que o vírus usa para invadir as células humanas.

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Os sintomas do recém-nascido se manifestaram três dias após o nascimento, quando ele passou se alimentar mal e demonstrar irritabilidade. Sintomas parecidos com os da meningite foram identificados e o resultado de exames aprofundados comprovaram inflamação cerebral. Até o nascimento do menino, não havia guia clínico para tratamento de Covid-19 em bebês. Os médicos cogitaram o uso de antibióticos, mas a criança foi se recuperando gradualmente e não precisou do remédio. Segundo a equipe francesa, o bebê está “quase normal” agora.

“É um copo meio cheio e meio vazio. A má notícia desse caso é o histórico do vírus causando os sintomas e a boa notícia é que, no final do dia, o bebê está praticamente recuperado. Clinicamente, ele está bem”, comunicou Daniele.  “Às grávidas a recomendação é de acompanhar a gestação e se algo assim acontecer, pode ser controlado.  Na maior parte dos casos não haverá danos ao bebê. Têm muitas coisas que podem ser feitas, mas infelizmente não podemos fechar nossos olhos e dizer que nunca poderá acontecer”, avisa. Segundo a equipe médica, os cuidados são os mesmos de todos: manter o distanciamento social e lavar as mãos para evitar contaminação.

O que as gestantes também precisam saber

 

De acordo com os dados que os médicos têm acesso até o momento, mulheres grávidas não têm risco mais elevado de se infectar pelo novo coronavírus ou avançar para quadros graves – caso da população idosa ou com doenças respiratórias crônicas, por exemplo. “O que já sabemos é que, em relação a outras mulheres, tudo indica que elas estejam mais propensas a apresentar situação mais graves. A mortalidade não é maior, no entanto”, explica a obstetra Karina Tafner, da Santa Casa de São Paulo.

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Em relação os riscos para a gestação, ela explica que ainda não há indícios de maiores riscos de abortamento, mas o último trimestre pode ser mais delicado em relação ao vírus, com aumento das chances de parto prematuro. Para os bebês, também não há sugestões de malformações. A situação não é de se alarmar, porque a variação não tem se mostrado muito superior em relação a outras gestantes. “Também já se admite como muito provável a possibilidade de haver transmissão vertical, mas ainda somos cautelosos em afirmar isso como uma resposta final”, diz.

 

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