Quem é Gitanjali Rao, a primeira “Criança do Ano” da revista TIME
Com apenas 15 anos, a jovem cientista criou um aplicativo para combater o cyberbullying e trabalha em um detector de poluentes em água
Tradicionalmente aos fins de ano, a revista americana TIME elege a personalidade que teve mais destaque no ano, a Person of The Year (Personalidade do Ano). Agora, pela primeira vez na história, uma criança foi eleita “Criança do Ano” pelo periódico.
Trata-se de Gitanjali Rao, uma jovem cientista de 15 anos que usou a tecnologia para resolver questões sociais como água potável contaminada, vício em opioides e cyberbullying.
Nascida em Lone Tree, Colorado, nos Estados Unidos, Gitanjali frequenta uma escola especializada em STEM (sigla que, em inglês, significa Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a STEM School Highlands Ranch. Em 2017, ela venceu o Discovery Channel Young Scientist Challenge, concurso de ciência e engenharia para jovens, administrado pela Discovery Education. Em 2020, também foi reconhecida pela revista Forbes por suas inovações e foi nomeada Top Young Innovator (Top Jovem Inovador) pela TIME.
Em entrevista feita à Angelina Jolie, que é editora colaboradora da TIME, ela falou sobre sua paixão pela ciência e tecnologia e sobre o desejo que tem de criar uma comunidade global de jovens inovadores para resolver problemas ao redor do mundo.
“Sempre fui alguém que queria colocar um sorriso no rosto de outras pessoas. Esse era o meu objetivo diário, apenas fazer alguém sorrir”, contou a TIME. “Logo se transformou em: ‘como podemos trazer positividade e coletividade para o lugar em que vivemos?’. E então, quando eu estava na segunda ou terceira série, comecei a pensar sobre como podemos usar a ciência e a tecnologia para criar mudanças sociais.”
Gitanjali também foi responsável pela criação do aplicativo Kindly, que é capaz de detectar o cyberbullying em um estágio inicial, com base em inteligência artificial.
“Comecei a codificar algumas palavras que poderiam ser consideradas bullying e, então, meu mecanismo pegou essas palavras e identificou as que são semelhantes. Você digita uma palavra ou frase e, se for intimidadora, ele oferece a opção de editá-la ou enviá-la como está”, explicou. “O objetivo não é punir. Como uma adolescente, eu sei que os adolescentes tendem a atacar às vezes. Em vez disso, dá a você a chance de repensar o que está dizendo para saber o que fazer na próxima vez”, completa.
Projetos atuais e liderança jovem
Atualmente, Gitanjali trabalha para encontrar uma maneira fácil de detectar bio-contaminantes na água, como parasitas. “Eu espero que seja algo barato para que as pessoas em países de terceiro mundo possam identificar o que está em sua água”, comenta a Angelina Jolie.
Além disso, a jovem também trabalha em um produto que ajuda a diagnosticar o vício em opioides prescritos, em estágio inicial, com base na produção de proteína do gene do receptor opioide μ (mu). “Eu estive muito, muito interessada em genética. É disso que eu gosto, então é nisso que estou decidindo trabalhar.”
Por fim, juntando uma turma de 30 mil jovens alunos, orientados por Gitanjali, a adolescente incentiva sua geração a lutar pelo que deseja. “Acho que mais do que qualquer coisa no momento, só precisamos encontrar algo pelo qual somos apaixonados e achar uma solução para aquilo. Mesmo que seja algo tão pequeno quanto recolher o lixo. Tudo faz a diferença. Não se sinta pressionado a inventar algo grande.”