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“Quando a mulher prospera, ela leva junto sua família e sua comunidade.”

Promover os direitos e o bem-estar femininos desde a infância é o desafio da dinamarquesa Katja Iversen à frente da ONG Women Deliver. E isso pode mudar o mundo.

Por Bel Moherdaui
Atualizado em 28 out 2016, 01h35 - Publicado em 25 abr 2016, 17h00
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O conceito de bem-estar varia de acordo com o indivíduo; ele tem relação direta com a saúde; embora saibam de sua importância, na prática, as mulheres fazem pouco para alcançá-lo; em geral, as políticas públicas oferecidas para promovê-lo não condizem com a expectativa feminina; e, especialmente nos países em desenvolvimento, elas buscam informações sobre o tema na internet. Essas foram as principais conclusões de uma pesquisa promovida pelo laboratório alemão Merck e realizada em cinco países (Brasil, Índia, França, Alemanha e México) pela Unidade de Inteligência da The Economist. Seus resultados foram apresentados durante um debate em Darmstadt, na Alemanha, para o qual CLAUDIA foi convidada. Uma das participantes, a dinamarquesa Katja Iversen, CEO da ONG Women Deliver, que defende os direitos e o bem-estar feminino no mundo, falou à revista:

CLAUDIA: Para começo de conversa: o que é bem-estar?
Katja Iversen: Não existe uma definição única. Há um componente de saúde, um psicológico e um socioeconômico. O que o estudo mostrou é que vai muito além da sauna e do spa e varia de pessoa para pessoa e de acordo com o momento e lugar em que ela está. De certa forma, é a habilidade de viver seu potencial pleno. É holístico. E todos sabemos que estar bem nos deixa mais felizes e mais produtivos. Logo, é uma questão de direitos e de economia. Tem a ver com ter as necessidades básicas atendidas, mas também se sentir parte de um coletivo. Esse foi outro achado interessante da pesquisa: latino-americanas se consideram mais felizes que as europeias, embora vivam em países menos desenvolvidos.

Por que é tão importante investir no bem-estar feminino?
As mulheres têm muitos papéis, e entre eles está o de cuidadoras e responsáveis pelo consumo, saúde e educação de toda família. Quando a mulher prospera, ela leva junto sua família e sua comunidade. Portanto, podemos dizer que o investimento se paga de muitas formas.

Esse investimento deve começar quando?
Na escola, combatendo os estereótipos de gênero. Focando no que se diz que as garotas podem ou não fazer, cuidando para que não engravidem aos 14 anos. E não basta elas estarem na escola; devem aprender e ter oportunidades.

Por que você comprou essa briga?
Em primeiro lugar, porque é a coisa certa a fazer – não só do ponto de vista dos direitos humanos mas também de uma perspectiva econômica. Se você quer impedir que as mulheres morram no parto ou tenham a chance de decidir sobre sua fertilidade, não dá para tratar apenas da saúde. É preciso prestar atenção em aspectos como empoderamento econômico e participação feminina. Acredito ser essencial olhar para toda a questão da diferença de gêneros.

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