Morre Jane Goodall: quem era a cientista conhecida como “amiga dos chimpanzés”
Jane Goodall foi pioneira na pesquisa com chimpanzés e reconhecida como maior primatologista do mundo

Morreu nesta quarta-feira (1º), Jane Goodall, primatóloga, etóloga, antropóloga e Mensageira da Paz das Nações Unidas, conhecida por revolucionar a primatologia na década de 1960 e referência mundial na defesa do meio ambiente.
A morte foi divulgada pelo Instituto Jane Goodall. Segundo a organização, a causa da morte foi natural, aos 91 anos. Goodall estava em meio a turnê de palestras na Califórnia, Estados Unidos.
1. Amiga dos chimpanzés

Desde criança, Jane sonhava em viver entre os animais selvagens. Em 1957, conheceu o antropólogo Louis Leakey em viagem para o Quênia, que, posteriormente, viria a se tornar seu orientador na pesquisa com Chimpanzés.
Durante seu estudo no Parque Nacional Gombe Stream, na Tanzânia, Goodall descobriu a semelhança comportamental dos Chimpanzés com os seres humanos, observando a forma com que esses animais se alimentavam e usavam ferramentas, mantinham laços familiares e demonstravam emoções, expandindo a compreensão acerca dos primatas.
Mas foi a maneira como a cientista trabalhava com os animais que a deixou conhecida como “amiga dos chimpanzés”. Ao invés de dar-lhes números, seguindo os padrões científicos da época, os diferenciava por nomes, como David Barba Cinzenta e Frodo, além de registrar suas personalidades.
Se você não tem esperança, por que se preocupar? Por que eu deveria me preocupar em pensar na minha pegada ecológica se não acredito que o que eu fizer fará a diferença?
Jane Goodall
2. Vida dedicada ao ativismo ambiental
Por meio de seu Instituto Jane Goodall, fundado em 1977, a cientista passou 44 anos atuando na defesa do meio ambiente por meio de centros de pesquisa, programas de conservação e pelo projeto educacional Roots & Shoots, voltado à crianças e jovens.
Acerca da sua atuação como ativista ambiental, Goodall defendia manter um canal aberto e cultivar boas relações com as pessoas. “Não quero parecer mais santo do que você. Você tem que ser razoável. Se você disser às pessoas: ‘Você tem que parar de fazer isso’, elas imediatamente não querem falar com você”, disse em entrevista ao The New York Times.
Quando questionada acerca de uma possível aposentadoria, aos 87 anos, Jane respondeu “eu tenho que continuar fazendo isso porque me importo apaixonadamente com a natureza e com as crianças. Se eu não fizesse a diferença, não faria. Não digo isso para me gabar. É que todo dia as pessoas dizem: ‘Li seu livro e mudei. Ouvi sua palestra e mudei'”.
3. Reconhecimento político

A cientista também ganhou relevância por seu engajamento político. Em 2002, foi nomeada pela ONU como Mensageira da Paz das Nações Unidas. Dois anos depois, recebeu o título de Dama do Império Britânico.
Ao longo da carreira, também foi reconhecida com a Medalha da Tanzânia, Medalha Hubbard da National Geographic Society, a Medalha do 60º aniversário da Unesco e o Prêmio Gandhi/King pela Não Violência. Em 2023, Jane fez sua primeira imersão na floresta amazônica. Neste ano, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade nos Estados Unidos.
4. Autora de artigos e livros
O legado de Goodall ficará registrado para futuras gerações também por meio de suas publicações científicas e livros. Entre eles, destacam-se “O Livro da Esperança: Um guia de sobrevivência para tempos difíceis” (2021), “Minha Vida com os Chimpanzés” (1988), “Razões para a esperança” (1999) e “Sementes de Esperança: Sabedoria e Maravilha do Mundo das Plantas” (2013).
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