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Perda inestimável para a cultura, morre artista plástica Tereza Costa Rêgo

Com referência do estilo barroco, Tereza trazia ao seu trabalho o corpo da mulher, elementos religiosos e a paisagem de Olinda e Recife

Por Da Redação
Atualizado em 26 jul 2020, 16h27 - Publicado em 26 jul 2020, 16h08

Uma das maiores referências nacionais nas artes plásticas, Tereza Costa Rêgo, morreu neste domingo (26), aos 91 anos, em Recife. A artista precisou ser internada na Unidade de Terapia Intensiva por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sofreu na madrugada de sábado (25). 

Divulgada pelo Diário de Pernambuco, a informação foi divulgada pelos próprios familiares por meio de uma nota. Os entes da artista plástica expressaram seus agradecimentos pelo apoio que vinham recebendo. “É com muito pesar que informamos o falecimento da nossa querida Tereza Costa Rêgo Agradecemos a todas as condolências e mensagens de conforto recebidas. Elas só mostraram o quão querida ela era por todos (…) Devemos sempre lembrá-la com amor, gratidão, alegria e saudade por tudo o que Tereza nos proporcionou em vida. Neste momento de dor e profunda tristeza, a família pede aos amigos e amigas, sensíveis compreensões para que ela posssa, nos seu convívio superar a imensurável perda”, comentaram. 

Tereza vivia em Olinda, local em que também tinha seu ateliê. Com a pandemia, ela passou os últimos meses na casa da filha Tereza Rozowykwiat, onde sofreu o AVC e foi socorrida. De acordo com o veículo, a  artista teve uma parada cardíaca no caminho do hospital, o que agravou seu estado de saúde. 

Sua neta, a jornalista Joana Rozowykwiat, prestou uma homenagem para a avó em suas redes sociais. “A minha avó era um acontecimento, uma força da natureza. Uma pessoa muito cheia de vida, uma cabeça muito jovem e inquieta. A minha avó Tata partiu hoje e fica a saudade do convívio e dessa voz coerente que ela sempre foi. Mas a pintora Tereza Costa Rêgo essa não acaba, continua. A grandeza de sua obra, sua contribuição para a arte, a cultura e os costumes de nosso país ficam para o mundo. Agora devemos trabalhar para que seu acervo seja preservado e que mais e mais pessoas tenham acesso a ele”, comentou.

Nascida em Recife, aos 15 anos, Tereza ingressou na Escola de Belas Artes, instituição que lapidou o seu dom para as artes plásticas. No ano de 1950, o Museu do Estado de Pernambuco recebeu a sua primeira obra. A partir dos anos 60, seu trabalho passou a ser reconhecido por grandes premiações. Em  1962, chegou ao fim o seu primeiro casamento. Com Diógenes Arruda Câmara, dirigente do Partido Comunista do Brasil, seu segundo marido, ela passou a morar em São Paulo, onde formou-se em História pela USP e começou a trabalhar como paisagista.

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Por conta da perseguição política na ditadura, o casal precisou sair do país e Tereza passou a assinar suas obras como “Joanna”. Em 1979, com a anistia, eles voltaram para o Brasil, mas logo em seguida Diógenes veio a falecer e a artista voltou para Pernambuco. Lá, ficou responsável pela direção do Museu Regional, o Museu do Estado e o Museu do Mamulengo. E, no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, seu nome é homenageado em uma galeria dedicada a exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais.

O apocalipse de Tereza (2008-2009), Bordel (1992-2009) e 7 luas de sangue (1988-1989) são algumas das obras produzidas pela artistas ao longo dessas décadas. Sua inspiração era o corpo da mulher, religiosidade e natureza, principalmente as belas paisagens de Recife e Olinda, além dos animais. O escritor Ariano Suassuna chegou a apontar seu trabalho como um desdobramento do Barroco. Em entrevistas, Tereza também compartilhou que usava o trabalho do espanhol Francisco Goya como referência.

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