Menina encontrada morta reclamava que pai não era carinhoso
Eduarda Shigematsu, de 11 anos, foi encontrada morta; pai confessou ter enterrado o corpo da filha
Jéssica Pires, mãe de Eduarda Shigematsu, de 11 anos, que foi enterrada pelo próprio pai em Rolândia, se pronunciou pela primeira vez sobre o crime em depoimento prestado à Polícia Civil na manhã de terça-feira (30).
No relato, a mãe da criança contou que ficou sabendo do desaparecimento da filha por uma mensagem enviada pela avó paterna da criança. Jéssica ainda afirmou que não imaginava que o ex-marido, Ricardo Seidi, pudesse fazer algum mal à Eduarda.
“Ela [Eduarda] falava que ele era bravo, que ele esperava ela chegar da escola no portão de casa, mas eu achava que era preocupação de pai. Eduarda dizia que ele era frio com ela, não dava carinho, mas eu não achava isso estranho, porque ele era frio no casamento também”, disse a mãe.
O corpo da menina foi encontrado na tarde de domingo (28), nos fundos de uma casa de aluguel da família. Eduarda estava desaparecida desde quarta-feira (24). Seidi foi preso por ocultação de cadáver e confessou à polícia ter enterrado o corpo da garota, após ter se desesperado por ter a encontrado enforcada.
Ainda durante o depoimento, Jéssica contou que conversou com o ex-marido quando as provas coletadas durante a investigação o apontavam como principal suspeito do crime. “Cheguei a falar que, pela lógica, ele era o suspeito, mas ele disse que se sentia culpado por não ter dado a atenção que a Eduarda precisava”, relatou.
O delegado Bruno Rocha deve coletar depoimentos de outros familiares de Eduarda e de vizinhos da casa onde ela morava e do local onde foi encontrada. Ricardo Seidi também deve ser ouvido novamente, como suspeito de homicídio qualificado.
“A materialidade e a suspeição a gente já tem, o laudo do IML apontou quem foi o executor. Agora estamos trabalhando para descobrir a motivação desse crime”, explicou.
Entenda o caso
Eduarda Shigematsu, de 11 anos, foi encontrada morta no domingo (28) em Rolândia, no norte do Paraná. A menina estava desaparecida desde quarta-feira (24). Seu pai, Ricardo Seidi, confessou à polícia que enterrou o corpo da filha em uma casa que pertence à família no dia do desaparecimento.
Seidi prestou depoimento afirmando que tomou essa atitude porque encontrou a filha enforcada em casa.
O corpo de Eduarda foi encontrado com os pés e mãos amarrados, com uma corda no pescoço e a cabeça envolvida com um saco preto e uma toalha.
O resultado do laudo do IML apontou que a menina foi morta por esganadura. A Polícia Civil pediu então a prisão temporária de Ricardo, por 30 dias, por homicídio qualificado. O pedido ainda não foi apreciado pela Justiça.
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