Louvre reabre com pouco público e protestos
Guias de turismo reivindicaram mais apoio do governo no enfrentamento da crise que assola o setor. O museu perdeu 80% do público por causa da pandemia.
Pela primeira vez em décadas, não houve e não haverá grandes aglomerações na frente da Mona Lisa, ao menos por algum tempo. Iniciando seu processo de reabertura nesta segunda-feira (6), o Museu do Louvre estabeleceu regras de precaução para proteger tanto visitantes quanto funcionários do contágio do novo coronavírus.
Agora o uso da máscara é obrigatório para qualquer frequentador, lanches e chapelarias estarão indisponíveis e todo visitante terá que seguir um caminho pré-estabelecido pelo museu. Marcações também foram feitas na área diante da famosa obra de Da Vinci para garantir que o distanciamento social seja mantido mesmo no momento das tradicionais selfies com a pintura. 30% do espaço do museu ainda permanecerá fechado e a expectativa de público para o primeiro dia era de 7 mil visitantes – em dias normais, este número facilmente alcançava a casa dos 50 mil.
Em quase quatro meses fechado, o museu perdeu mais de 40 milhões de euros (aproximadamente 242 milhões de reais) apenas da venda de ingressos. “Perdemos 80% do nosso público”, disse Jean-Luc Martinez, diretor do Louvre à AFP. “Teremos, na melhor das hipóteses, 20% ou 30% dos visitantes do último verão – algo em torno de 4 a 10 mil visitantes por dia.” Em 2019, das quase 10 milhões de pessoas que passaram pelo Louvre, 70% eram turistas estrangeiros.
A reabertura também foi marcada por protestos de guias turísticos na frente do museu. Reunidos na área da pirâmide de vidro, eles reivindicavam maior apoio por parte do governo francês no enfrentamento da crise que o setor tem vivenciado por causa da pandemia. Apesar de 18 bilhões de euros terem sido destinados a apoiar o turismo, conforme anunciou o governo em maio, muitos guias não estão recebendo nenhum tipo de auxílio, revelaram os manifestantes. “O governo está ficando surdo. Não temos voz”, disse a guia Margot Schmitz à Reuters.