Justiça dos EUA libera criança brasileira separada da mãe
Menino volta a encontrar a mãe depois de passar 42 dias em um abrigo
O brasileiro Diego Magalhães, 10 anos, separado da família há 42 dias, foi entregue a mãe nesta quinta-feira (5) em Chicago. Os dois foram separados quando tentavam entrar nos Estados Unidos pela fronteira com o México, no fim de maio.
A corte federal de Chicago determinou, nesta quinta, a liberação do menino, que estava vivendo em um abrigo para crianças filhas de imigrantes ilegais. O juiz Manish Shah considerou que não havia mais bases para manter o menino no abrigo. A mãe do garoto, Sirley Silveira, 30 anos, foi ao encontro do filho e já sabia para onde ia levá-lo. “Ele quer comer McDonald’s de qualquer jeito”, declarou ela à Folha.
Ela disse ainda que é um alívio estar perto do filho novamente. “É um peso que saiu das minhas costas. Só estava faltando ele. Agora, vou ter paz para construir a minha vida na América.” Sirley contou que o menino foi bem tratado no abrigo, jogava futebol com outras crianças, mas estranhou a comida e, por conta disso, emagreceu.
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Sirley foi acusada de entrar ilegalmente nos Estados Unidos e foi encaminhada para a detenção. “Quando fui detida, perguntei se ia saber onde meu filho estava. Falaram que sim, só que eu nunca soube”, afirma.
Um problema com o sistema dificultou o contato de Sirley com o filho. Após ela ser liberada, seu status não foi atualizado. “Falavam ‘consta que a senhora está presa, e por isso não pode falar com ele’.”
Antes de conseguir reencontrar Diego, Sirley disse ter passado por uma entrevista de uma hora por telefone para avaliarem se ela é uma boa mãe. Ela também teve as digitais colhidas para a verificação dos antecedentes criminais e foi preciso assinar um documento com 35 páginas para finalizar a liberação da criança.
Mãe e filho desejam recomeçar a vida nos Estados Unidos e seguiram para Boston, onde têm amigos.
Esse é apenas um dos milhares casos de famílias de imigrantes ilegais que foram separadas em consequência da política de tolerância zero adotada pelo governo de Donald Trump.
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