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Indiana vítima de estupro coletivo em 2013 sofre novo abuso praticado pelos mesmos criminosos

A família da vítima havia mudado de cidade por se sentir insegura devido às constantes ameaças recebidas após a primeira ocorrência e, enquanto o caso ainda aguarda julgamento, ninguém sequer foi preso

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 14h21 - Publicado em 19 jul 2016, 16h05
Getty Images
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Uma indiana de 21 anos que foi estuprada coletivamente no ano de 2013, foi vítima de um novo abuso praticado por um grupo de cinco homens – dois deles, envolvidos no estupro anterior. O crime ocorreu no estado de Haryana e, segundo informações divulgadas pelo periódico The Guardian, a polícia está fazendo buscas pela região para localizar os suspeitos. 

Leia mais: Na Netflix: documentário lembra estupro coletivo que chocou a Índia.

A moça foi capturada no caminho que percorria diariamente para ir à faculdade e jogada dentro de um carro, onde o estupro aconteceu. Depois do ocorrido, os estupradores a deixaram às margens de uma estrada próxima à capital indiana de Nova Déli, na última quarta-feira (13), conforme publicou a agência de notícias France Presse

“Ela identificou os cinco acusados, e dois deles estavam envolvidos no estupro coletivo da estudante no distrito de Bhiwandi, em 2013”, informou à agência Pushpa Khatri, o superintendente policial. A jovem se enquadra na casta Dalit, conhecida como a mais inferior na hierarquia social do país e os homens fazem parte de castas superiores – fator que favorece sua impunidade. 

Leia mais: “Sangrando…” Por que o drama da garota estuprada no Rio de Janeiro é o drama de todas as mulheres brasileiras. 

A família da vítima havia mudado de cidade por se sentir insegura devido às constantes ameaças recebidas após a primeira ocorrência e, enquanto o caso aguarda julgamento, ninguém sequer foi preso, de acordo com informações divulgadas pela BBC

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Os cinco criminosos ofereceram uma oferta no valor de 75 mil dólares, o equivalente a 244 mil reais, caso a queixa fosse retirada – mas ela e seus familiares recusaram.

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Trauma Silencioso

Apenas no ano de 2014, 36.735 casos de estupro foram denunciados na Índia, mas o número real das ocorrências de violência sexual ainda é surpreendentemente maior: na maioria dos casos, as vítimas são abusadas por membros da própria família como pais, tios, primos e irmãos – uma triste realidade sufocada no silêncio que não faz parte das estatísticas formais. Estima-se ainda que, a cada 22 minutos, uma indiana é estuprada. 

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O editor do periódico indiano Hindustan Times, Yusuf Omar, entrevistou duas adolescentes que sofreram abuso sexual de um jeito diferente: usando um filtro do Snapchat, escolhido por elas, para falar sobre o trauma, sem a divulgação de suas identidades, pois há uma lei nacional que torna ilegal a identificação das vítimas. As entrevistas foram concedidas durante uma peregrinação que aconteceu no final do mês de Junho, no Monte Chamundi. 

Leia mais: Menina escreve carta à mãe denunciando pai por estupro: “Me perdoa, me ajuda”.

As duas meninas falaram durante a ação “Climb Against Sexual Abuse”, que em livre tradução para o português significa “Escalada Contra o Abuso Sexual” e reuniu, no município de Mysore, ativistas, repórteres, sobreviventes de tráfico sexual, de estupros coletivos ou que tiveram seus rostos deformados por ataques com ácido. “Eu tinha apenas cinco anos quando tudo aconteceu”, disse uma das vítimas olhando diretamente para a câmera do celular: “Eles me trancaram dentro de um quarto, me torturaram e me forçaram a fazer várias coisas.”

Em vez de uma entrevista convencional, Omar deixou as jovens sozinhas com o aparelho para que não ficassem desconfortáveis com a presença de um homem. “Os olhos são a janela da alma. O que cria uma forte ligação entre os entrevistados e aqueles que estão vendo”, conta ele ao portal Mashable e completa: “E a tecnologia do Snapchat permite que, mesmo com filtro, seja possível vê-los.” 

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Veja também: Vítima de estupro coletivo dá depoimento: “Quando acordei tinham 33 caras em cima de mim”.

Assista ao vídeo da manifestação, realizado pela equipe do jornal Hindustan Times

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