Google apagará idas a clínicas de aborto do histórico de usuárias nos EUA
Medida entrará em vigor nas próximas semanas, depois que a Suprema Corte derrubou decisão que permitia o acesso ao aborto legal em todo o país
O Google alterou na sexta-feira, 1º de julho, a política de privacidade da empresa para tópicos sensíveis em saúde e anunciou que apagará, a partir das próximas semanas, o histórico de localização de mulheres que visitaram clínicas de aborto nos Estados Unidos. A medida será adotada depois que a Suprema Corte dos EUA derrubou, no dia 24 de junho, a decisão que permitia o aborto legal em todo o país. Agora, caberá a cada estado norte-americano decidir sobre a realização desse procedimento.
O Google tampouco armazenará dados da presença de usuárias em abrigos para vítimas de violência doméstica, clínicas de fertilidade, instalações para tratamento de vícios e clínicas de emagrecimento. “Se nossos sistemas identificarem que alguém visitou um desses lugares, excluiremos essas entradas do histórico de localização logo após a visita. Esta mudança entrará em vigor nas próximas semanas”, informou Jen Fitzpatrick, vice-presidente sênior da empresa, em comunicado divulgado no blog da companhia.
Após a decisão da Suprema Corte, vários estados conservadores, como Texas, Louisiana e Kentucky, já aprovaram leis que permitem que a toda a população possa processar médicos que realizam abortos e qualquer pessoa que ajude a facilitar o procedimento. Ativistas e políticos progressistas pediram ao Google e a outras gigantes tecnológicas para limitar a quantidade de informação coletada e, assim, evitar que os dados sejam usados pelas autoridades para investigações e processos sobre o aborto.
Em seu comunicado, o vice-presidente sênior da empresa ressaltou que “leva a sério a privacidade dos dados” dos usuários. “O Google tem um longo histórico de adiar demandas excessivamente amplas da aplicação da lei, incluindo a objeção total a algumas delas. Levamos em consideração as expectativas de privacidade e segurança das pessoas que usam nossos produtos e notificamos as pessoas quando atendemos às exigências do governo”, explicou Fitzpatrick.