PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Os destaques da 16ª edição da Flip

De 25 a 29 deste mês, acontece a 16ª Festa Literária Internacional de Paraty, que homenageia a paulista Hilda Hilst

Por Texto Isabella D'Ercole | Colaboraram Anna Laura Pereira e Pamela Malva
Atualizado em 16 abr 2024, 11h05 - Publicado em 24 jul 2018, 09h12
 (Ligia Skowronski/CLAUDIA)
Continua após publicidade

Uma vez por ano, as ruas da pequena e histórica cidade litorânea do Rio de Janeiro são ocupadas por amantes dos livros e das artes durante a Festa Literária Internacional de Paraty. O festival chamou a atenção ao reunir autores renomados para discutir atualidades e a importância da escrita como ferramenta de mudança sociais e culturais.

Recentemente, pequenas intervenções da curadoria tornaram o evento mais atraente para o grande público. São esperadas mais de 25 mil pessoas de diferentes regiões, níveis de escolaridade e idade, enriquecendo a discussão.

Este ano, o evento acontece entre 25 e 29 de julho e a homenageada é a paulista Hilda Hilst. Além das mesas de conversa, estão na agenda workshops e exposições de arte. Haverá transmissão pela internet de alguns dos debates.

Leia mais: 5 opções de franja para você copiar já!

No comando

Joselia
(João Bertholini/CLAUDIA)

Este é o segundo ano em que a jornalista baiana Joselia Aguiar atua como curadora do evento. Exaltada em 2017 por ter aumentado a participação feminina e de negros na Flip, Joselia assegura que, nesta edição, o número de mulheres até supera o de homens. “O diferencial é que incluímos mais artistas de outras áreas, reforçando a ideia de que a literatura vai além dos livros”, explica ela, que convidou o músico maranhense Zeca Baleiro e a atriz Fernanda Montenegro para a festa.

Outras artes

IMG_3538
(Divulgação/Divulgação)

A ideia de provocar reflexões fez com que outros profissionais, além dos autores, fossem chamados para participar, caso da compositora e música Jocy de Oliveira, que hoje se dedica à ópera multimídia, e do poeta e artista visual maranhense Reuben da Rocha.

Continua após a publicidade

Destaque para a performance da slammer pernambucana Bell Puã (foto), inspirada em Hilda Hilst. “Lê-la é como receber um afago a cada verso. Hilda se preocupa em entender a si mesma, admite-se como sensível, mas nunca frágil”, afirma Bell.

Leia mais: Gisele Bündchen recebe bolo trocado no seu aniversário

Lá de fora

Selva-Almada—crédito–Vale-Fiorini-divulgação-Todavia
(Vale Fiorini/divulgação/CLAUDIA)

Como de costume, a Flip receberá autores estrangeiros. Um dos mais esperados é o egípcio naturalizado americano André Aciman, autor de Me Chame pelo Seu Nome, que inspirou o filme homônimo indicado ao Oscar.

A feminista argentina Selva Almada (foto) participará de uma mesa com Djamila Ribeiro para discutir a escrita como uma forma de resistência à violência. Sobre seu encontro coma poesia de Hilda, ela disse a CLAUDIA: “É impossível passar por ela de maneira inadvertida ou indiferente”.

História celebrada

Arlete-Soares-e-Rina-Angulo-(2-teste)
(Divulgação/Divulgação)
Continua após a publicidade

Além de Hilda, será homenageada a Editora Corrupio. Fundada há quase 40 anos, na Bahia, por Arlete Soares e Rina Angulo (foto), foi a primeira a publicar as obras do etnofotógrafo francês Pierre Verger. A Corrupio consagrou-se ainda por dar destaque a títulos sobre cultura afro-brasileira. “As dificuldades eram tantas. Duas mulheres fazendo livros fora do eixo Rio de Janeiro–São Paulo, um projeto ousado”, explica Rina. A exposição da editora acontecerá na Casa do Sesi.

Leia mais: Família Real divulga foto inédita nos cinco anos do príncipe George

A dona da festa

Hilda-Hilst,-escritora
(Irmo Celso/CLAUDIA)

Morta em 2004, Hilda Hilst só se tornou popular para o grande público recentemente – em vida, teve seus livros publicados por pequenas editoras e era lida somente por alguns nichos. Sempre foi, contudo, aclamada pela crítica, sendo comparada a Guimarães Rosa pelo estilo rebuscado e audacioso.

“Ela não escrevia frases curtas, lineares. A compreensão era mais difícil. Hoje, os leitores estão abertos ao que se estranhava antes”, explica Joselia Aguiar. O aumento da procura por seus títulos levou ao relançamento de sua obra pela Companhia das Letras. Além de poesias, Hilda escreveu ficção e peças de teatro.

Aventurou-se ainda pelas narrativas eróticas, criando uma de suas personagens mais conhecidas, Lori Lamby. Em 1966, deixou de vez a carreira em direito, sua formação, e mudou-se para a Casa do Sol, chácara em Campinas (SP), onde aproveitava o isolamento para se dedicar à literatura. Lá também cuidava dos cães que resgatava – chegou a ter 60 bichos.

Continua após a publicidade

Para ver e ouvir

hilda1
(Divulgação/Divulgação)

A cineasta Gabriela Greeb e o designer de som português Vasco Pimentel falam, no primeiro dia do evento, sobre as fitas deixadas por Hilda com registros da voz da escritora tentando contatar os mortos nos anos 1970.

Gabriela encontrou-as durante uma visita à casa da paulista. Com base nelas, fez o filme de ficção Hilda Hilst Pede Contato (acima, cena do longa), que lança em Paraty. “A trama ressalta a possibilidade do encontro entre as coisas visíveis e as não visíveis. Afinal, esse é o trabalho do poeta: tornar real aquilo que não se vê”, diz ela.

Aos pequenos

LIVRO-KLINK-copy
(Divulgação/Divulgação)

A fotógrafa Marina Klink foi à Antártica pela primeira vez em 1995 e já escreveu livros sobre o continente. Mas em Vamos Dar a Volta ao Mundo? (Companhia das Letrinhas), ilustrado por Gonzalo Cárcamo, ela compartilha a experiência com as crianças em fase de alfabetização. “Quero que
elas saibam que existe esse lugar de natureza intocada”, diz. O lançamento acontece em Paraty.

Continua após a publicidade

Veja mais: José Loreto posta foto da filha e ela está a cara da mãe

Já votou no Prêmio CLAUDIA? Escolha mulheres que se destacaram
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.