Venda de cigarros para a próxima geração é proibida na Nova Zelândia
O país decidiu proibir a venda para qualquer pessoa nascida depois de 2008
A Nova Zelândia decidiu proibir a venda de tabaco para a próxima geração, na tentativa de acabar com o fumo no país. A venda de cigarros ou produtos derivados do tabaco será proibida para qualquer pessoa nascida depois de 2008 durante a vida toda.
A proibição será prevista por uma lei que deve ser promulgada em 2022. “Queremos garantir que os jovens nunca comecem a fumar”, disse a ministra da Saúde do país, Ayesha Verall.
Nesta quinta-feira (9), o Ministério da Saúde da Nova Zelândia anunciou uma campanha de ampla repressão ao fumo e a medida faz parte disso.
Especialistas em saúde e médicos do país elogiaram as reformas inéditas que propõe a redução do acesso ao tabaco e restringem os níveis de nicotina nos cigarros.
“Isso vai ajudar as pessoas a pararem de fumar ou mudar para produtos menos nocivos e tornar muito menos provável que os jovens se tornem viciados em nicotina”, explicou a professora Janet Hook, da Universidade de Otago.
O país quer atingir uma meta nacional de reduzir a taxa de fumantes para 5% em 4 anos, com o objetivo de, eventualmente, eliminá-la por completo.
Hoje, a Nova Zelândia possui cerca de 13% de adultos fumantes, há uma década, o número era de 18%. A taxa, porém, é mais alta entre a população indígena Maori, cerca de 31%, que sofre com mais doenças e mortes.
O Ministério da Saúde do país afirma que fumar causa um em cada quatro cânceres notificados e é a principal causa de morte evitável. O governo ainda introduziu controles do tabaco, incluindo uma grande restrição de onde os cigarros podem ser vendidos.
As autoridades dizem que o número de lojas autorizadas a vender cigarros será reduzido drasticamente, de cerca de 8 mil para menos de 500. O vaping (cigarro eletrônico que produz vapor que libera nicotina), tem se popularizado entre as gerações mais jovens nos últimos anos mais do que os cigarros tradicionais.
As autoridades de saúde da Nova Zelândia alertam que o vaping não é inofensivo como pode parecer. Pesquisadores encontraram agentes cancerígenos em líquidos utilizados em cigarros eletrônicos. Ainda assim, o país escolheu o vaping em 2017 como meio de ajudar os fumantes a largarem o cigarro.