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Casos de abuso sexual no transporte público crescem 29% em um ano

O número de ocorrências foi de 92 para 119, em apenas um ano. Os dados não contabilizam os abusos que não foram denunciados às autoridades.

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 5 abr 2017, 19h42 - Publicado em 3 nov 2016, 16h43
Upskirting
Prática de tirar fotos das partes íntimas das mulheres em locais públicos sem que elas saibam é crime. (Katarzyna Bialasiewicz/ThinkStock)
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Se nas vias, mais de cinco pessoas foram vítimas de estupro a cada hora no Brasil durante o ano passado – segundo dados do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública – no transporte público, a violência sexual também é recorrente.

Leia mais: Neste ano, 98% dos suspeitos de abuso sexual no metrô não foram presos.

De acordo com dados catalogados pela Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom) e divulgados pelo portal Fiquem Sabendo, a quantidade de casos de abuso sexual contra mulheres nas linhas do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) denunciados à Polícia Civil de São Paulo aumentou 29%, entre os meses de janeiro e agosto de 2016, quando comparada com o mesmo período de 2015.

Veja também: A cada 11 minutos, uma pessoa foi estuprada no Brasil em 2015.

O número de ocorrências foi de 92 para 119, em apenas um ano. É importante ressaltar que os dados não contabilizam os abusos que não foram denunciados às autoridades, nem aqueles que foram registrados em delegacias de outras cidades que possuem o sistema de transporte de trens metropolitanos.

Leia mais: Caso Valentina: como falar sobre assédio sexual com as crianças?

Foram 116 vezes que mulheres denunciaram terem sido alvo de importunação ofensiva ao pudor, quando um indivíduo se aproveita do excesso de passageiros para tocar na vítima com as mãos ou com alguma outra parte do corpo. Em 2015, isso aconteceu com 84 mulheres, o que representa um crescimento de 38%. Por Lei, este caso não resulta em prisão do assediador.

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Veja também: Assédio em lugares públicos: a jornalista que mostrou o outro lado da cantada.

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No mesmo período analisado, as ocorrências de violação sexual mediante fraude aumentaram de dois para três. Mediante denúncia, os agressores responsáveis por praticarem tal ato podem ser condenados a cumprir na prisão uma pena prevista de 2 a 6 anos. Quando se trata de estupro, o levantamento aponta que o número caiu de seis para zero. O tempo de reclusão estimada para os estupradores pode chegar até uma década.

Leia mais: Passamos o dia em uma Delegacia da Mulher e isso foi o que presenciamos.

Segundo informações divulgadas pela Companhia do Metropolitano de São Paulo, o índice de detenção de suspeitos que praticaram atos sexualmente violentos contra mulheres é de 87%. Para os representantes da empresa, o crescimento no número de denúncias se deve à intensificação, a partir de 2014, de campanhas que buscam conscientizar as vítimas sobre a importância de não se calar. Mesmo assim,

Veja também: Com quantos paus se constrói um estuprador-universitário.

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Os abusos sexuais podem ser reportados via mensagem de texto. Caso você esteja em perigo em alguma das estações de metrô, o número de denúncia é 9 7333-2252, caso esteja na CPTM, o telefone é 97150-4949.

Leia mais: Mulheres na Paulista contra o estupro.

Segundo o estudo “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no nosso país, apenas 10% dos casos de estupro são denunciados à polícia – uma triste realidade que, certamente, se aplica sob os trilhos.

Veja também: “Sangrando…” Por que o drama da garota estuprada no Rio de Janeiro é o drama de todas as mulheres brasileiras.

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