Brasileira com deficiência vence Miss Universo Infantil
Apesar de ser a única com a condição, Milena Struck faz questão de defender que todas as participantes sejam tratadas da mesma maneira
Uma garotinha de Brasília acaba de ganhar o Miss Universo Infantil. Aos 10 anos, Milena Struck competiu contra outras 17 candidatas e venceu na categoria de 10 e 11 anos. O evento foi realizado nos dias 28 e 29 de setembro, em Arequipa, no Peru.
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Milena nasceu com agenesia – ausência completa ou parcial de um órgão que ocorre ainda na fase embrionária – do antebraço esquerdo e, por isso não possui a mão e parte do antebraço. No concurso, ela era a única das competidoras com deficiência, mas fez questão de defender que todas fossem tratadas da mesma maneira.
“Eu quero que todos os outros deficientes, como eu, participem de tudo que eles tiverem vontade. Eu sou normal. Só sou diferente, do mesmo jeito que as outras pessoas. Porque ninguém é igual a ninguém”, declarou ao G1.
Andressa Struck, mãe de Milena, explicou que o interesse da menina por concursos de beleza começou quando uma professora sugeriu que realizassem um evento do tipo para trabalhar a questão da autoestima. Junto com os colegas, Milena teve aulas de etiqueta, postura, passarela e fotogenia.
“Milena demonstrou interesse em participar, até por estar com a autoestima meio abalada na época. E para nossa surpresa ela se saiu muito bem”, contou Andressa.
Algum tempo depois, ela concorreu no Miss Distrito Federal Infanto-Juvenil, onde conquistou o primeiro lugar, também sendo a única das participantes com deficiência. O próximo passo foi o Miss Brasil Infanto-Juvenil, realizado em Curitiba. Para conseguir o dinheiro da viagem, seus pais, que estavam desempregados, fizeram uma vaquinha. Lá, ela também foi a vencedora, o que garantiu a classificação para o Miss Universo Infantil.
“A Milena dizia o tempo todo que já estava super agradecida por poder participar. Ela dizia que nem precisava ganhar”, disse a mãe. Apesar do concurso não oferecer premiação em dinheiro, isso não desmotiva a garota, pois seu objetivo é outro. “Ela quer continuar como modelo, participar de outros concursos e ser uma representante da luta pela inclusão”, completou Andressa.
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