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Sustentabilidade na moda: apenas 20% das marcas divulga ações, diz estudo

Adotar hábitos de consumo mais conscientes e sustentáveis é uma necessidade mundial

Por Nathalie Páiva
25 fev 2022, 08h04

Você já pegou uma peça numa loja e, antes mesmo de julgar se ela combina ou não com o seu estilo, se perguntou qual é a sua história?  Se você já vivenciou este momento, provavelmente  algo te preparou para ele: esse é um tipo de consciência que se constrói com o tempo. Em um momento em que repensar os hábitos de consumo e adotar meios de vida mais sustentáveis nunca foi tão necessário, quanto mais pesquisamos sobre o assunto moda consciente, mais somos impelidas a buscar quem fabricou, em quais condições de trabalho estão aqueles que produzem e como a sua compra impacta o mundo. 

Veja também: Clássico renovado: produtos para mergulhar na tendência das pérolas

Pensando na importância de sabermos o que há por trás do que vestimos, o Índice de Transparência da Moda Brasil (@fash_rev_brasil) organizou um guia e uma pesquisa com um olhar aprofundado dentro dos temas biodiversidade, mudança climática e igualdade racial e de gênero – tudo isso voltado para as grandes marcas de varejo no ano de 2021. 

Meio-ambiente pede socorro

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A pesquisa avaliou 50 marcas dos mais variados segmentos de moda, como infantil, infantojuvenil, adolescente e adultos. No tópico materiais sustentáveis, a pesquisa observou que apenas 20% das empresas avaliadas publicam estratégias mensuráveis para a gestão de materiais sustentáveis.

E a necessidade é enorme: caso um olhar sustentável não seja adotado pelas marcas até 2050, teremos liberadas nos oceanos 22 milhões de toneladas de microfibras plásticas. Atualmente, 500 mil já são descartadas em lavagens de roupa, de acordo como o relatório americano A New Textiles Economy: Redesining Fashion’s Future.

Além disso, o levantamento do índice aponta que nenhuma das empresas avaliadas chegou a publicar um compromisso mensurável de desmatamento zero. 

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Desigualdade salarial no mundo da moda

A pesquisa avaliou também que apenas 18% das empresas divulgam uma política de equiparação salarial entre homens e mulheres para seus funcionários diretos. A situação ainda piora na divulgação da diferença salarial entre os gêneros: apenas 12% das marcas entrevistadas prestam esse serviço. 

Em torno de 24% expõe sua distribuição de gênero por cargo dentro da empresa.  Somente 16%  das marcas divulgam programas de desenvolvimento de carreira e de oportunidades para o crescimento de mulheres. 

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Situação ainda pior para pessoas negras

Plano de carreira para profissionais negros é algo que o mercado ainda carece. Apenas 6% das marcas tem esse olhar para a classe. 12% divulga a distribuição de cor e raça por cargo entre os seus funcionários. Cerca de 24% pública ações de promoção de igualdade racial entre os funcionários. 

Um resultado animador, que nos dá uma sensação de que esse cenário pode ser revertido para melhor, é que 54% das marcas publica uma política de combate à discriminação entre os seus funcionários. 

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Como as marcas são avaliadas pelo estudo?

A gestora do Índice de Transparência da Moda Brasil, Isabella Luglio, contou como funciona a pesquisa para realização do estudo. “De início, nossa equipe pré-popula os questionários com 245 pontos para cada critério que pontuamos dentro da pesquisa, depois disso repassamos para as marcas o que levantamos e damos um prazo de um mês para elas  apresentarem alguma informação que possa não ter entrado na nossa apuração, mas ainda sim analisamos linha a linha do que vem no retorno”, diz.” Após isso, nós alinhamos com a nossa equipe global os questionários e com tudo certo passamos para nossa base de dados, e a partir disso conseguimos fazer as análises mais aprofundadas”, explica Isabella. 

A gestora ainda pontua que o estudo é um serviço de transparência das marcas para os consumidores, e que o mesmo não se responsabiliza pelas respostas dadas pelas varejistas. “Nossa pesquisa não mede a sustentabilidade das empresas, o que a gente olha em constância é a transparência dessas marcas e se de fato elas colocam tudo para o público acompanhar. Nós precisamos dessa visão geral das indústrias para gerar mudanças e consciência sustentável, para que assim um dia possamos chegar nesse patamar de avaliação”, informa.  

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Como surgiu o Índice de Transparência da Moda? 

O movimento nasceu no exterior em 2013, após a tragédia de 24 de abril, quando o edifício Rana Plaza, em Bangladesh, na Índia, desmoronou, deixando 1.110 mortos – em grande parte funcionários das confecções – e 2.500 feridos.

Aqui no Brasil, a causa aparece em 2018 e adapta a pesquisa global para o cenário nacional. A cada ano do levantamento são adicionadas mais dez marcas para serem avaliadas. 

O índice atua em mais de 100 países com intuito de sensibilizar, informar e mobilizar sobre um consumo mais sustentável e consciente dos produtos de moda. Para acessar o Guia de Transparência de Moda clique aqui, e tenha acesso ao estudo completo aqui

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