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Moda para todos os tamanhos no Brasil. Estamos perto do progresso?

A norma ABNT definiu novos tamanhos e formas de roupas femininas baseadas em centímetros. Veja como mulheres veem essa mudança

Por Nathalie Páiva
Atualizado em 11 jan 2022, 18h52 - Publicado em 11 jan 2022, 18h52

Muitas mulheres evitam lojas de departamento por não se verem nos manequins proposto. Para piorar, há uma grande variação entre as varejistas de moda nos tamanhos de roupas: uma calça 48 numa loja dificilmente tem o mesmo tamanho que a 48 de outra loja, não é? Pensando nisso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) formulou novos tamanhos e formas de roupas femininas se voltando também para centímetros e não somente números e letras como sempre vimos.

As alterações proposta com a NBR 16933 são sugestões para as grandes lojas no ramo se tornarem também disponíveis para os mais diversos formatos corporais femininos.

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Para chegar nos tamanhos propostos, os integrantes do comitê da norma ABNT escolheram dois dos cinco tipos de corpos comumente visto entre as mulheres (triângulo, triângulo invertido, ampulheta, retângulo e colher) para ter uma referência ao longo da pesquisa.

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Os formatos “colher” e “retângulo” foram escolhidos com base no estudo guiado pelo Senai Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Serviço Nacional da Indústria) entre 2006 e 2015.

De acordo com esse estudo, no Brasil cerca de 76% das mulheres contém o formato de corpo retângulo – quando as circunferências do tórax e quadril são parecidas com a linha da cintura razoavelmente marcada. E colher – quando o quadril é maior que o tórax e sua lateral é marcada e arredondada, apenas 8% da população feminina tem esse formato corporal.

A nova norma sugere tamanhos exatos para cada biótipo, com atenção ao perímetro da cabeça, pescoço, ombros, busto, cintura, quadril, costas, coxa, joelho, panturrilha e tornozelo.

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Alteração que demorou quase uma década 

Por falta de acordo com as marcas de nível nacional, a mudança nos tamanhos de roupas femininas levou quase 10 anos. O Brasil não contava com medidas oficiais desde 2012, de acordo com a Folha de São Paulo.

Neste ano, a norma de 1995, NBR 13377, foi retirada porque se baseava de maneira genérica nas medidas dos corpos. Em 2009, foi lançada a NBR 15800, para tamanhos infantis e em 2012, surgiu a NBR 16060, voltada para corpos masculinos. Faltando apenas das mulheres que foi lançada recentemente com a NBR 16933.

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Mudança aos olhos de quem veste

A gordoativista Thamiris Rezende (@foradosrotulos) acredita que ainda há um grande caminho a ser percorrido para a mudança de tamanhos disponíveis nas araras acontecer. “Bom, as ‘fast fashions’ têm aderido às numerações acima de 46, nos últimos anos, porém de uma forma muito lenta! Eu acredito que, para uma mudança significativa, essa norma de padrões teria que ser obrigatória, o que não é! Existe demanda, mas ainda há uma resistência muito grande do mercado de moda em acoplar a grade ‘plus size’ na regular, por este motivo acredito que essa nova norma da ABNT não irá mudar significativamente o caminho já percorrido por essas marcas”, opina.

Para suprir a falta de opções nas grandes varejistas, Thamiris optou por procurar outras marcas que atendam mulheres diversas. “Há anos eu não sei o que é ir a um shopping ou comercio local comprar uma peça de roupa porque sei que a possibilidade de encontrar é mínima, ou seja, meu consumo como mulher gorda está totalmente concentrado em e-commerces de lojas especializadas em moda plus size”, relata. “Eu acredito que o universo da moda está aberto ao que é vantajoso para os negócios, por isso temos lutado para provar para as marcas que nós também queremos consumir e somos uma fatia significativa do mercado”, salienta.

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A influenciadora Pah Granado (@pah_granado) faz conteúdos nas redes sociais provando roupas nas grandes varejistas do mercado e evidenciando a brusca e evidente diferença de tamanhos entre lojas.

Com as suas experiências ela percebeu que quando encontra roupas dentro da sua numeração o preço é muito alto em relação a mesma peça nos tamanhos “comuns”. “Eu realmente não entendo porque as roupas de tamanhos maiores saem mais caras em relação a de tamanhos tradicionais, não vejo isso como nada positivo”, diz. “E a gente escuta há muitos anos que vai haver mudanças e adequações nas marcas e vemos poucas adotando na prática de fato, que nos desmotiva a acreditar que é realmente possível”, pontua.

Mudança aos olhos de quem faz 

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A consultora de imagem e estilo Rita Heroína (@ritaheroina) acredita que para mudança acontecer é necessário explorar ainda mais o tema nas mídias digitais. “Nós que trabalhamos com moda precisamos ser as primeiras pessoas a levantar o tema, falar da importância e porque é necessária. Na consultoria eu não trabalho com número e sim com a estrutura óssea do cliente”, afirma.

Rita também lembra que quando uma pessoa não encontra seu tamanho numa loja pode ter desconfortos emocionais que podem gerar enfermidades. “Existem várias doenças que prejudicam tanto o corpo como o emocional de quem passa por pressão estética e falta de roupa para o seu manequim. A pessoa fica tentando se adaptar a um padrão que claramente não foi feito ou planejado para ela e gera prejuízos para si mesma. Por isso, a importância da implementação da nova norma e a motivação de todos é essencial”, destaca.

 

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