7 joalherias nacionais que você precisa conhecer
Criativas e sustentáveis, as marcas brasileiras de joia vêm brilhando no mercado interno com frescor e originalidade nas peças
O valor de uma grande peça de ourivesaria vai além da soma de seus preciosos materiais, seja ouro, prata, diamantes ou outras pedras, como esmeraldas, ametistas e turmalinas. As joias vencem o tempo, absorvem significados misteriosos e são singulares. Sua verdadeira riqueza está em ir além dos sentidos — até mesmo para quem as criou.
Joalherias nacionais para conhecer
Aqui no Brasil, existem joalherias contemporâneas capazes de despertar o desejo do público e expandir as barreiras do luxo. Conheça sete destaques que, por meio da sustentabilidade, da inovação ou da valorização do passado, mostram o poder do segmento no país. Confira:
Apricus
Resgatar a relação sensorial dos objetos é a proposta da @apricusart. Por meio de joias expressivas, texturizadas e provocativas, Gabriela Nascimento Doucette retoma o caráter protetivo das peças e imprime sensibilidade: “Quero criar ornamentos para que as pessoas sintam algo quando olhem para eles”.
Criadas à mão, suas joias-esculturas partem da natureza. “As nuances e os contrastes me inspiram a criar objetos que brincam com o feminino e o masculino, o feio e o belo. Muitas vezes, a joia é extremamente texturizada por fora, mas por dentro é polida, sem imperfeições”, explica.
Nada disso seria possível sem muita reflexão e percepção do hoje. “Meu processo criativo permeia a intuição. Sinto antes de criar, me entrego, medito e escrevo.” Depois de imaginar, ela esculpe o objeto por meio da cera perdida, um método milenar, e o leva para a fundição.
A marca nasceu da tentativa de encontrar seu caminho. “É um produto dos meus ensaios de autoconhecimento”, confirma. Aos 21 anos, ela mudou sua caixa postal para o Canadá e se matriculou em um curso de ourivesaria em Vancouver, em 2019.
Apesar da base clássica, Gabriela entendeu que seu futuro na joalheria não estava no habitual e aceitou seus impulsos criativos ao pensar em projetos sem muitas regras. Era o começo da Apricus, que, em outubro, apresenta uma nova coleção.
Flavia Madeira
Yin e yang são conceitos do taoismo criados para simbolizar a capacidade de forças divergentes alcançarem o equilíbrio quando unidas. Se fossem pensados para alguma joalheria, certamente seria a de Flavia Madeira.
Isso porque a marca acredita que a preciosidade das joias não está necessariamente ligada ao material usado, mas, sim, ao simbolismo e a ideação acopladas à peça. “A perspectiva faz a joia, todo material tem sua beleza e excentricidade”, opina a diretora criativa que empresta seu nome à marca.
Bicicletas, parafusos, pregadores, portas, janelas e mais um mundo em miniatura dão forma a brincos, anéis e pingentes nas coleções de @flaviamadeira.
Não existem limites, exceto um: que o nascimento da peça ocorra apenas se houver um motivo para tal. “Num mundo repleto de tantas coisas, minha intenção é trazer símbolos que permitam novos significados e metáforas. Não é o belo pelo belo”, esclarece.
Esse desejo começou em 2005, depois de a designer descobrir uma loja de acessórios com materiais nada convencionais durante uma viagem à Grécia. Demorou mais quatro anos para dar vida ao ateliê, mas a espera foi essencial para madurecer a ideia que deu luz a um dos principais nomes da joalheria nacional e que pretende expandir seu talento a uma escala global no futuro.
Arqvo_
Foi inspirado nos antigos gabinetes de curiosidades, espaços em que era possível encontrar fragmentos de fauna, flora e achados exóticos de expedições, que surgiu o nome da marca @arqvo_ (lê-se “arquivo”). Baseada em pequenos fragmentos da natureza e com uma estética vintage, a marca agitou o mercado de joalheria antes mesmo de seu lançamento.
Camila Alves desenvolveu o projeto para seu TCC da faculdade de design de moda e acabou tendo suas peças viralizadas no Instagram. “As perguntas sobre a possibilidade de venda me motivaram a abrir a loja ao publico”, lembra.
A identidade da Arqvo_ tem base nos estudos biológicos e naturais, além do universo vintage e artístico, trazendo ao mercado acessórios em conchas, pérolas, madrepérolas e metal. As representações atemporais e fantásticas — nos dois sentidos da palavra — de libélulas, garras e até ninhos explicam o sucesso já desde o início nas redes. “Instiga o sonho, sempre quero contar uma história para as pessoas.”
Com olhar atento para o processo de criação, Camila transforma cada peça em algo único. “A joia é o valor sentimental e a história que carrega”, sugere ela, que, depois da tentativa de expor seu trabalho em grandes e-commerces, escolheu dar um passo para trás e trabalhar com a produção em pequena escala para priorizar a qualidade. “Aprendi a dizer não para manter a essência da marca.” Definitivamente, tem conseguido.
Daslan
Daniela Sales nasceu para atravessar fronteiras. De ascendência francesa, uruguaia e italiana, passou a infância entre México, Suíça e Uruguai, até se radicar no Brasil. Depois de se casar, morou sete anos em Nova York e passou a pandemia na França.
Quando voltou ao Brasil, entendeu que sua visão global era parte essencial na construção de algo maior: a @daslan___, marca de joalheria com design minimalista, elegante e atemporal.
A escolha partiu dos interesses de Daniela. Formada em engenharia mecânica, apaixonada por artes desde pequena e com experiência no mercado financeiro, ela entendeu que as joias poderiam reunir toda essa bagagem. Seu olhar de engenheira, aliás, ajuda na criação de peças leves e simétricas. Nelas, cada centímetro importa. “Gosto mesmo é de número e geometria, amo uma régua e um compasso”, brinca.
A sustentabilidade é uma prioridade para a marca, com produção focada apenas no ouro de reuso e embalagens de madeira que podem ser utilizadas posteriormente como decoração. “Antes de começar a pensar no negócio, entendi que não dava para criar qualquer empresa hoje sem pensar na sustentabilidade.” Afinal, olhar para o futuro é também olhar para o sustentável.
Brennheisen
Do latão ao ouro, Beatriz Brennheisen não limita o seu trabalho aos materiais mais utilizados. Orientada pelos saberes das artes plásticas e influenciada pelos elementos da natureza, a marca que herdou seu sobrenome entende o poder de colocar a inventividade no centro do jogo.
Prova disso é que a designer concebe técnicas novas, como a Casulo, em que as peças trincadas são remodeladas para dar forma a borboletas. A criação do zero na @brennheisen, a propósito, mostra seu interesse por algo maior. “Minha produção traz o melhor de dentro das pessoas que se encantam pela marca”, explica Beatriz.
Esse encontro sensível com a ourivesaria veio aos 16 anos, durante um curso de joalheria, mas o talento para as manualidades surgiu antes, da pintura e escultura. Depois de estudar artes na Alemanha, voltou com a certeza de que trabalharia esculpindo. O que ela não esperava é que as pequenas esculturas capturariam sua atenção.
“Queria ser desafiada, e a joalheria conseguiu isso”, recorda. Assim, ela renova o design de joias para uma versão contemporânea. Também atua em vertentes mais comerciais, mas sempre com a atenção na energia de cada peça. “A joia é uma armadura, e sinto a necessidade de entregar uma que tenha a ver com o que cada cliente é.”
Carla Amorim
Com referências da natureza, religiosidade e arquitetura, Carla Amorim traduziu numa marca seu mundo particular. “Sempre tive o temperamento observador, sou naturalmente contemplativa, e as imagens que ficam armazenadas em minha memória servem de referência para as joias”, revela.
Brincos, anéis, pulseiras, colares e pingentes com acabamento delicado são produzidos com diamantes, safiras, turmalinas, tanzanitas, gemas brasileiras, pérolas e ouro 18K por @carlaamorim_joias. Os elementos inspirados na espuma do mar vêm do seu mais profundo íntimo. “Meu pai era apaixonado pelo oceano e isso me inspirou desde pequena.”
Carla descortinou seu futuro promissor como designer de joias durante uma oração. “Nenhum dia da minha trajetória profissional foi mais marcante do que o momento em que descobri esse dom”, pontua. Com a descoberta, a preocupação com a sustentabilidade e o impacto social apareceram paralelamente.
O projeto para a construção de sistemas de distribuição de água potável para as comunidades ribeirinhas da Amazônia e a atenção à procedência dos materiais são exemplos disso. “É uma gota no oceano, mas são maneiras de devolver para a natureza tudo o que ela me deu.”
Demetra
Pautada na estética da Belle Époque e da Era Eduardiana, a @demetra.jewelry mescla delicadeza vintage com a sofisticação do contemporâneo. Faz isso a partir de peças com diferentes tonalidades de ouro e uma produção artesanal. São mãos de ourives e cravadores locais que possibilitam o modelo slow design.
A preferência é pela delicadeza e por produtos que sobrevivam às trocas de gerações. Não por acaso, a marca de alta joalheria recebeu o nome da deusa grega da fertilidade e da agricultura, com poderes de crescimento e de ressurreição. Mariana Demeterco, que construiu a marca ao lado da irmã, Roberta, assina a criação.
Viagens, histórias, feiras, natureza e arquitetura impactam seu trabalho, mas não só: os próprios materiais têm poder sobre sua criação. “Quando visito os fornecedores, vejo nas pedras que mais chamam minha atenção referências para minhas futuras joias. Acredito que são elas que te escolhem”, diz Mariana. Essa conexão com os materiais explica a singularidade das peças.
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