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6 estilistas brasileiras revelam os looks mais marcantes de suas carreiras

A moda brasileira vive seu auge. Aqui, nos dedicamos a conhecer as criações mais emblemáticas de marcas nacionais e entender suas histórias

Por Lorraine Moreira
20 out 2025, 09h00
Peças mais importantes de estilistas brasileiras
Entre técnicas artesanais e experimentações futuristas, a moda brasileira mostra sua relevância (Foto/Divulgação)
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Desafiar limites empurra a moda para a frente, e não faltam provas disso. A estilista britânica Mary Quant não tinha medo de transgredir — “Quando você quebra uma regra, você chega a algo diferente”, escreveu em sua autobiografia, Quant by Quant — e talvez por isso suas minissaias consagraram uma geração.

Trinta anos antes de seu auge, Coco Chanel lançou o vestido acima do joelho, na cor preta, como alternativa à ornamentação excessiva da década de 1920. Pouco depois, em 1937, Elsa Schiaparelli apresentou ao mundo o rosa-choque, concebido para embalar seu perfume Shocking e usado em suas peças, subvertendo o significado da cor.

Essas criações atravessaram décadas, resistiram a tendências passageiras, sobreviveram a crises econômicas e ultrapassaram os limites da moda. Atualizar uma era da indústria exige paciência, ousadia e talento. Primeiro vem o lápis no papel: o croqui. Depois, a modelagem, a costura, os cortes e ajustes.

Só então a peça está pronta para ser amada, consumida e criticada. Reconhecer essa grandeza de imediato não é tarefa simples, mas os grandes criadores sempre têm, em sua trajetória, uma invenção que se destaca. Para exemplificar esse cenário, pedimos aos nomes que estão reinventando a moda brasileira para destacar as criações que impactaram o mercado nacional e têm lugar especial no seu coração.

WTNB

Foto de uma mulher amarela usando uma jaqueta grande preta
Look produzido pela WTNB (Foto/Divulgação)

O ano era 2019. Ana Clara Watanabe estava acostumada a criar roupas para o mercado, ainda não tinha sua marca autoral e, pela primeira vez em muito tempo, se permitiu desenvolver uma peça livre de expectativas comerciais.

O resultado foi um macacão de modelagem ampla e alongada, com a parte frontal franzida por um mecanismo inspirado em franzidores de corrida e botões distribuídos ao longo de toda a extensão — quase como um quebra-cabeça de pressão.

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Mas não acabava ali: em certo momento, resolveu cortar as pernas do macacão e converter a peça em agasalho, que acompanha gorro removível por botões. Depois, guardou a peça.

Corta para 2023: com a estreia da WTNB, sua marca autoral, a estilista decide lançar o casaco despretensiosamente. Em pouco tempo, a peça esgota. “É a estética que tenho hoje, mas, de alguma forma, em 2019 ela já fazia parte de mim. Faltava coragem, tempo de desenvolvimento e a confiança de que eu poderia seguir por essa linha ‘esquisita’ de modelagem. Por isso tenho muito carinho por ela”, conta Ana.

Catarina Mina

Foto de uma mulher usando um moletom de bilro
Look produzido pela Catarina Mina (Jamile Queiroz/Divulgação)

Passado e futuro, artesanal e tecnológico, beleza e funcionalidade — as peças da Catarina Mina estão além das convenções. O moletom de bilro é prova disso, já que nasceu do desejo de reinventar uma tradição cearense.

“O bilro é emblemático para nós. O Ceará, que é de onde viemos, já foi o maior exportador dessa renda nos anos 1980. Mas, com o tempo, foi perdendo valor e hoje é considerada uma das mais baratas da região. Trazer o bilro para outro lugar, para um contexto novo, é também uma forma de ressignificá-lo”, explica Celina Hissa, diretora criativa.

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Embora tipicamente ligada ao verão, a renda aparece em um moletom para os dias mais frios. “Nossas coleções nunca são de inverno de fato, mas essa era a estação, então buscamos entender como o bilro poderia se inserir nesse contexto.” A parceria com as artesãs, ao valorizar essa tradição cearense, acrescentou uma nova dimensão à marca.

Aluf

Foto de uma mulher negra usando um look composto por regata com alça 3D e calça
Look produzido pela Aluf (A Trama/Divulgação)

Poucas peças carregam tanto simbolismo na vida de alguém quanto o vestido de noiva. Não à toa, uma das primeiras lembranças que vêm à mente de Ana Luisa Fernandes ao revisitar os momentos mais marcantes de sua trajetória na Aluf é o vestido que usou no próprio casamento.

O modelo trazia um corset romântico, saia com cauda longa e silhueta marcada no quadril. mas o grande destaque ficou por conta das alças 3D, elemento que se tornou assinatura da marca desde a coleção 04 e que, a partir de 2019, passou a integrar a linha Família Ceci em bodies e vestidos.

“A alça 3D nasceu de uma coleção superlúdica. A inspiração veio de experimentos com balões cilíndricos, daqueles usados para fazer animais em festas infantis. Fiz estudos de volume desses balões em moulage. A alça marca nossa trajetória e reafirma nossa assinatura de design atemporal”, conta Ana.

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Cris Barros

Foto de uma tiara produzida pela Cris Barros
Tiara produzida pela Cris Barros (Josefina Bietti/Divulgação)

Não importa se você acompanha o mundo da moda ou não, certamente já ouviu falar da marca Cris Barros. Desde o início dos anos 2000, a grife se destaca por suas roupas, acessórios e sapatos de alta qualidade, com uma estética refinada que a consolidou como uma das maiores do Brasil.

Escolher apenas uma invenção entre tantas criações não é tarefa fácil. Olhos atentos, no entanto, sabem que a coleção desenvolvida em parceria com a ONG Casa do rio revela pistas sobre os grandes feitos da etiqueta, como a tiara criada com sementes amazônicas, incluindo açaí, patauá e jarina. 

O processo exigiu estudo da viabilidade dos materiais e técnicas disponíveis, seguido por desenho, prototipagem conjunta e testes de proporção, resistência e acabamento — todo o lucro foi destinado ao fortalecimento da rede.

“A peça une beleza com impacto real, a parceria gera renda, dá visibilidade aos saberes ancestrais e fortalece mulheres da Amazônia. Quando a criação respeita a origem, ela transforma”, diz a diretora criativa.

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Isa Silva

Foto de duas mulheres de costas desfilando com uma jaqueta escrita
Jaquetas produzidas pela Isa Silva (Agência Fotosite/Divulgação)

A estilista Isa Silva ficou conhecida pela frase “acredite no seu axé” e, não por acaso, a estampa com essa expressão, presente em camisetas e jaquetas, é a criação de sua marca à qual ela dá maior importância.

“Sou uma estilista que pensa sempre no conforto e na praticidade. Uma camiseta e uma jaqueta são essenciais no dia a dia, e a inspiração veio justamente de como colocar a frase da marca em destaque. Elas se tornaram nossa vitrine”, afirma Isa.

As peças com a mensagem completam dez anos de história. Produzidas em diferentes tamanhos e cores, confeccionadas em algodão nacional, malha e sarja, elas já vestiram modelos em passarelas importantes da indústria nacional, apareceram em editoriais de moda e conquistaram o desejo de uma multidão.

Artemisi

Foto de uma mulher branca usando um look todo feito de ferradura
Look produzido pela Artemisi (Johny Moraes/Divulgação)
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Três meses foi o tempo que Mayari Jubini levou para finalizar um de seus visuais mais magnéticos: o look inteiramente em aço da coleção Réquiem for the Time, apresentado na São Paulo Fashion Week em novembro de 2023. “Na Artemisi, não apresentamos apenas uma roupa, mas também um item de arte”, afirma ela.

Inspirado pelo filme Metrópolis (1927), que retrata uma cidade rigidamente dividida entre os poderosos do plano superior e os operários, o conjunto remete a uma armadura futurista. “O cinema tem um papel muito importante na minha vida e eu sempre gostei de trabalhar com aço. Desses dois afetos nasceu esse look”, explica.

Ele inclui um corset metálico que cobre o torso, em referência à couraça, além de braçadeiras articuladas que garantem mobilidade e caneleiras segmentadas até os joelhos, finalizadas em ponta fina, como botas de passarela.

“Nós falamos sobre futuro pelo domínio das mais variadas técnicas, e para cada uma delas existe um longo período de dedicação, estudo, testes e aprofundamento. Como trabalho com inovação, esse é um ciclo que sempre está em minha vida. essa peça diz muito sobre minha ligação com a arte, de como trabalho com um produto de alta complexidade e de todo esse cuidado que levo para minhas criações.”

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