“William e Harry praticamente não se falam desde janeiro”, diz biógrafo
Segundo o autor de "Finding Freedom", Omid Scobie, a mágoa entre os irmãos é profunda e deve demorar para passar
Irmãos unidos, mas competitivos. Irmãos com personalidades opostas e a pressão absurda de pessoas da família e de fora dela. William e Harry nunca foram irmãos como outros. Segundo o biógrafo Omid Scobie, autor do best seller Finding Freedom que narra a história de Meghan Markle e do Príncipe Harry, a mágoa entre William e Harry é hoje tão profunda que os dois irmãos mal se falaram desde janeiro, quando Harry anunciou que se afastaria de suas funções da Família Real.
“A ferida continua”, disse Scobie para a True Royalty TV. “A distância entre os dois cresceu ainda mais”, acrescentou. Harry e Meghan vivem em Los Angeles, na Califórnia, enquanto William é baseado em Londres. Embora tenha sido divulgado que os dois estejam se falando, especialmente depois que o pai, Príncipe Charles, teve Covid-19, o escritor não acredita na reconciliação.
“O que pesou e deu errado entre Harry, Meghan e os Cambridges (William e Kate Middleton) foi a decisão de falar em público revelando os detalhes do novo modelo de trabalho”, explicou Scobie. “O anúncio não foi discutido internamente e foi isso que machucou tanto William, porque ele tem duas funções. Ele não é apenas o irmão mais velho, ele é o futuro rei e se sentiu como se a reputação da família tivesse sido atingida, como se o negócio da família tenha se tornado domínio público quando deveria ter sido conversado privadamente”, completou.
O livro, que foi lançado há uma semana, entra em detalhes sobre como Meghan e Harry se conheceram e se apaixonaram, assim como foram se frustrando com a interferência – e, paradoxalmente, com o distanciamento – que sofreram partindo da equipe administrativa da Família Real. Segundo Finding Freedom, Meghan se sentiu humilhada por ser forçada a ouvir insultos em silêncio. Para piorar, ela se comparou a outros membros da família, que não passavam pelo mesmo tratamento, especialmente Kate Middleton. A agonia crescente da esposa foi vital para que Harry assumisse uma atitude proativa para protegê-la, mesmo que o preço fosse desagradar ao pai, irmão e avó.
Segundo a biografia, Harry também se ressentia de que sempre tenha sido visto internamente como “problemático”, inclusive por Diana. Ser protegido também fazia com que não o levassem a sério. As críticas mais severas a alguém da família são em relação a Kate Middleton, que é retratada como uma pessoa distante e que não deu nenhuma chance à Meghan para se aproximar. William foi relativamente poupado de críticas mais diretas. Ele é considerado esnobe por ter chamado Meghan de “essa garota”, mas os autores amenizam, destacando a sensibilidade de Harry e expectativas românticas de que o irmão e a cunhada se empolgariam de vê-lo feliz.
Para os autores, a relação dos irmãos estava fadada à crise que vivem hoje, justamente porque eles cresceram tão unidos. E tende a piorar uma vez que William será chefe de Harry ao assumir a monarquia. Enquanto Charles sempre foi distante dos irmãos, não criando nenhuma confusão de hierarquia, William e Harry foram criados como uma unidade e isso complicou ainda mais uma relação que já seria sensível naturalmente. Para Harry, se afastar é uma questão de maturidade (ao tomar as rédeas do seu futuro) e sobrevivência. Para William, não apenas Harry o abandonou com o fardo, mas ao defender que quer “modernizar o sistema”, coloca em risco o papel de soberano.
Como diz o autor, apenas com o tempo os dois poderão chegar a um meio-termo. Hoje, isso parece impossível.
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