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Tatá Werneck quer mostrar a maternidade sem romantismo

Esperando uma menina, ela usa as redes sociais para falar dessa fase sem a idealização habitual

Por Elizabete Antunes
Atualizado em 18 fev 2020, 08h02 - Publicado em 31 Maio 2019, 10h00

Aos três meses de gravidez, em sua primeira entrevista após anunciar que espera uma menina, Tatá Werneck é pura emoção. A frase pode parecer clichê, mas, durante a sessão de fotos e o bate-papo com a equipe de CLAUDIA, a atriz, apresentadora e comediante carioca, de 35 anos, chorou várias vezes. “Só ficava emotiva na TPM. Agora choro por qualquer coisa”, desabafa.

Se geralmente as gestantes já ficam à flor da pele, Tatá – ou Talita – tem motivos a mais para tantas lágrimas. Com uma gestação de risco, a comandante do Lady Night, talk-show exibido desde 2017 no Multishow e que, este ano, devido ao enorme sucesso, pode ser visto na Globo, teve que rever sua rotina. Por um mês e meio, ficou em repouso absoluto depois de ter um descolamento do saco gestacional. “Só podia levantar para ir ao banheiro. Vi todas as séries possíveis.”

Quando achava que estava melhor, teve um sangramento e voltou a ficar de cama. Também enfrentou a hiperêmese gravídica. “Vomitava 40, 50 vezes por dia, sem exagero. Era desesperador”, conta. Mas, mesmo falando de coisas tão difíceis, ela não perdeu seu lado divertido e irreverente. Chegou ao estúdio com um balde na mão. “Há vários espalhados pela casa”, entrega.

Há dois anos namorando o ator Rafael Vitti, 23 anos, Tatá só pretendia engravidar em 2021. Planejava congelar óvulos. “Como tenho endometriose, achei que precisaria de tratamento. Foi uma surpresa”, afirma. Até então, se considerava intuitiva. “Normalmente, penso numa pessoa e ela me liga. Com a gravidez, não senti nada.”

Leia também: A emocionante mensagem de Tatá Werneck para a filha

Um dia antes de descobrir que seria mãe, culpou um fast-food pelo mal-estar. “Eu falei: ‘Caraca, algumas comidas deixam a gente muito estressada, com sono e enjoada’.” Como os enjoos não passavam e a menstruação estava atrasada, fez o teste de farmácia.

A primeira pessoa a saber da novidade foi dona Joelma, empregada da atriz. “Nós duas gritávamos comemorando, e era cedo, tipo 6 horas”, diz Tatá, que acordou o namorado aos berros. Não era desse jeito que imaginava dar a notícia. “Não compraria sapatinhos de lã para deixar em cima da cama, mas sonhava em preparar uma surpresa.”

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Ainda no susto, o ator foi à farmácia e comprou mais três testes. Todos deram positivo. A ficha, mesmo assim, demorou a cair. “Fiquei muito feliz, mas só comecei a entender o que estava acontecendo de verdade…”

Ela interrompe a frase e começa a chorar. “Antes era só um exame. Agora, quando faço a ultrassonografia e vejo a minha bebezinha, fico mexida”, conta. “Tomei muito hormônio por causa do descolamento, o que me deixou mais enjoada, com perda de memória, tonteira. Não tenho disposição.”

Mãe sem filtro

Com 31 milhões de seguidores no Instagram, Tatá faz questão de compartilhar não só os momentos felizes mas também os percalços que uma gestação pode trazer. “É maternidade real, sem romantismo. Quando eu via grávidas plenas e felizes, me sentia culpada por achar tão ruim estar passando mal.”

“Decidi falar sobre esse lado. E as pessoas responderam que tinham vivido os mesmos problemas, que ninguém entendia, que não eram liberadas no trabalho. Apesar de eu estar extremamente feliz e apaixonada pela minha bebê, tenho o direito de reclamar das dificuldades da gestação”, protesta.

“Não é frescura. Odeio quando alguém diz que gravidez não é doença. Parece que está me mandando passar mal e ficar quieta. Fiquei pior do que em todas as vezes que estive doente. E quero falar sobre isso na internet! Gosto das coisas reais. A Fernanda Lima (apresentadora, que também está grávida de uma menina) me mandou uma mensagem muito legal dizendo que compreendia, que há muita idealização da gravidez. Eu mesma imaginava a Fernanda como a mãe perfeita.”

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Tatá Werneck posa mostrando a barriga de grávida em frente a fundo laranja
(Bispo/CLAUDIA)

Ao mesmo tempo que devora um saquinho de amendoim, Tatá comenta a patrulha da web. No chá de revelação do sexo, foi criticada por distribuir aos convidados chaveiros com os órgãos sexuais masculino e feminino feitos de crochê. “As pessoas são muito conservadoras. Entendo que elas não achem legal. Mas, na minha festa, eu decido o que fazer”, afirma. “Não sou hipócrita. Quando me irritam, respondo.”

O tamanho da barriga dela também tem sido alvo. “Estou amando mostrá-la. Está muito grande mesmo, mas não estou nem aí.” Ela jura que não se preocupa com as mudanças no corpo. “Estou fazendo zero dieta. Até porque, com tanto enjoo, quando consigo comer, fico feliz da vida. Engordei 4 quilos no começo. Depois, de tanto vomitar, emagreci 3. Tenho certeza de que vou engordar muito e demorar a recuperar o peso.”

O único cuidado, por enquanto, é a drenagem linfática que faz nas pernas, nos braços e no rosto. “Acho que vou começar a praticar natação. Quero ter saúde para acompanhar minha filha. Namoro um cara de 23 anos que faz slackline de cabeça para baixo. Ele já falou que vamos fazer várias trilhas com ela. Na hora, pensei: ‘Será que poderei ir de carro?’.”

Desafios

O que realmente preocupa Tatá é a educação. A atriz, que chegou a ser expulsa do tradicional Colégio Santo Agostinho, no Rio de Janeiro, vibrou ao saber que daria à luz uma garotinha. “É claro que eu ia amar se fosse um menino, mas vou poder falar para minha filha tudo o que não ouvi. Quero mostrar que não precisa aguentar certas coisas, que o mundo provavelmente não estará preparado para ela ser livre do jeito que quiser, mas que não deve sofrer por isso.”

Tatá e Rafael têm frequentado encontros promovidos por uma psicóloga que trata de educação infantil. “A ideia é aprender para evitar traumas no futuro. Sabe quando a criança cai e a mãe diz ‘Não foi nada’? Ela faz isso para o filho não chorar, mas o pequeno precisa entender que a dor tem a sua importância.”

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Antes de saber o sexo do bebê, tinha certeza de que esperava um menino. “Ouvi a vida inteira que mulheres arrumadinhas tinham meninas; e as espevitadas, meninos.”

Leia também: A história da mulher que teve 4 filhos de uma vez sozinha

Apesar de fazer parte de uma geração de mulheres empoderadas, ela entrega que, volta e meia, acaba repetindo discursos machistas. “O Rafa me dá uns choques de realidade. Um dia, pedi para ele não se atrasar, senão eu ficaria sozinha no restaurante. Ele respondeu: ‘Meu amor, uma mulher jantando sozinha é apenas uma mulher comendo’.”

Ela admite que já terminaram o relacionamento por causa da diferença de idade. Levou um puxão de orelha da mãe. “Ela disse: ‘Não criei filha para pensar esse tipo de coisa. Você parou no tempo?’.”

Aprendizados

Noivos desde janeiro de 2018, ela tem sido pra lá de mimada pelo ator. “Ele acorda e gruda a cara dele na minha barriga. Outro dia, botou música clássica para a nossa bebezinha ouvir, dizendo que ia ser bom para ela. Mas eu falei que não ia ser bom para mim”, diverte-se. Casamento não está nos planos.

Além dessa cobrança, vinha sofrendo pressão para ser mãe. “Eu passava mal e perguntavam se eu estava grávida. Adorava responder que só havia comido uma empada errada”, brinca. “Tenho total respeito por quem não quer ser mãe. Quem critica faz parecer que é uma obrigação, que a mulher está deixando de cumprir seu papel.”

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A apresentadora ressalta outras tantas pressões em torno da maternidade. “Se um dia eu falei que não teria babá, esqueçam. Queria uma para mim. Vou estar cheia de dúvidas, medos.”

Ao ser indagada se adotaria o parto humanizado, muito difundido pelas famosas, responde de bate-pronto: “O que é isso? Tem anestesia? Se não tiver, não, obrigada. A mãe do Rafa fez um parto de cócoras! Eu não tenho nem alongamento para isso”.

Ela tem descoberto muitas coisas nos últimos meses. “Até pouco tempo, achava que cueiro era pano de prato”, conta ela, que, para o enxoval, comprou roupinhas masculinas.

“A vendedora avisou que não eram de menina, mas achei mais bonitas! Também nunca tinha ouvido falar em sair da maternidade com o bebê embrulhado numa mantinha vermelha. Eu queria que ela saísse de Chiquinha (personagem do seriado Chaves). Mas não posso ficar fazendo gracinha com a minha filha.”

Tatá Werneck posa com mão na barriga de grávida em frente a fundo laranja
(Bispo/CLAUDIA)

Até o momento, a herdeira não tem o nome escolhido. “O Rafa gosta dos simples. Eu gosto dos que têm alguma mensagem e que são compostos, tipo Maria do Céu Estrela. Por enquanto, é minha princesa, minha rainha.” Tatá revela que já brincou de chamá-la de Sandy. “Eu estava no hospital, fazendo um exame, e a Sandy cantava na TV. Acho que ela se mexeu. É sinal de que gostou.”

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Depois da sessão de fotos, Tatá seguiria para uma reunião com a equipe do Lady Night. A gravação da quarta temporada foi adiada para maio. Antes a única mulher à frente de um talk-show, no qual ela também escreve e edita, Tatá elogia Maisa, do SBT, que agora também tem um programa. “Essa menina vai dominar o mundo.”

Com o balde nas mãos, pronta para ir embora, Tatá voltou a se emocionar ao ouvir que poderia festejar o Dia das Mães este ano. Chegou ao estúdio com essa dúvida e teve o incentivo da equipe toda. “Gerar outro ser é de uma doação, de uma entrega, não tem como você não se transformar. Todos os dias eu aprendo. Não sei como será nossa comemoração, mas o importante é que ela está aqui comigo. E eu só quero ser uma boa mãe.”

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