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Contra a desigualdade salarial, cantoras doam 30% de suas músicas

Na campanha, as músicas de Valesca, Daniela Mercury e Tiê serão interrompidas com 70% do tempo de reprodução em diversos canais, como rádio e Youtube

Por Da Redação
29 mar 2017, 12h32
 (AzMina/Divulgação)
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As cantoras Valesca Popozuda, Daniela Mercury e Tiê vão doar 30% de suas músicas como forma de protestar contra diferença salarial entre homens e mulheres do Brasil.

Na campanha #MaisQue70, da ONG AzMina, as músicas das cantoras são interrompidas com 70% do tempo de reprodução em diversos canais (TV, rádio, YouTube, Spotify e redes sociais). De acordo com pesquisa do site de classificados de emprego Catho, no Brasil as mulheres ganham, em média, 30% a menos que os homens.

Logo após a interrupção da música, uma mensagem explicando que a artistas estão doando 30% do tempo da canção como forma de protestar contra a diferença salarial entre homens e mulheres é exibida.

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“Para termos uma real mudança no cenário de disparidade salarial que vemos hoje, é preciso dar a devida importância ao tema. Com o apoio de mulheres de peso na música brasileira, esperamos que as pessoas se sintam instigadas e procurem saber mais sobre o tema”, afirma Nana Queiroz, diretora-executiva da Revista AzMina.

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“Se as mulheres só ganham 70% do salário dos homens, o mais justo seria que trabalhassem só 70% do tempo. Esse foi o mote para a campanha”, comenta Renata Leão, Diretora de Criação da J. Walter Thompson. “Uma campanha como essa não deixa dúvidas sobre o quanto é preciso reverter essa diferença, que não interrompe apenas músicas, mas o crescimento da sociedade como um todo”, completa.

A campanha deve ter a adesão de diversas cantoras brasileiras nas próximas semanas..

FUTURO

Segundo o mais recente Relatório Global de Desigualdade de Gênero do Fórum Econômico Mundial, serão necessários mais 170 anos para colocar fim à desigualdade de gêneros no aspecto econômico.

Desde 2015, houve um retrocesso de 52 anos na estimativa apresentada no Fórum. Em vários países, houve desaceleração, pausa e até reversão nesse processo de combate à desigualdade de oportunidades econômicas para homens e mulheres.

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Hoje, a participação econômica e as oportunidades das mulheres equivalem a menos de dois terços das dos homens. Um retrato dessa realidade está no fato de que da lista de 500 maiores empresas do mundo, divulgada pela revista Fortune, apenas 3% apresentam mulheres no comando.

No ranking de desigualdade de gênero divulgado também pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa hoje a 79ª posição entre os 144 países avaliados – sendo o pior colocado entre as grandes economias da América Latina.

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