Angelina Jolie escreve carta emocionante sobre câncer de mama da mãe
A atriz chamou atenção para a necessidade de cuidar não apenas da saúde física, mas também mental e emocional
Editora colaborativa da revista Time, Angelina Jolie emocionou a todos em seu mais recente artigo para a publicação. Discutindo a saúde física e mental das mulheres, a atriz fez um desabafo sobre as perdas precoces da mãe e da avó, ambas vítimas de câncer de mama. E contou como os dois acontecimentos mudaram a maneira como ela trata a própria saúde.
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Após ser diagnosticada com o gene BRCA1, que aumenta em 87% e 50% suas chances de desenvolver câncer de mama e de ovário, respectivamente, Jolie decidiu por uma mastectomia dupla e pela remoção do ovário e das trompas de Falópio, reduzindo os riscos de ter a doença. “Simplesmente sinto que fiz escolhas para aumentar minhas chances de estar presente para ver meus filhos crescerem e poder conhecer meus netos”, declarou.
“Já vivi mais de uma década sem minha mãe. Ela conheceu apenas alguns dos netos e costumava estar doente demais para brincar com eles. Agora é difícil para mim considerar que qualquer coisa nessa vida é divinamente guiada quando eu penso o quanto a vida deles teria sido beneficiada por passarem o tempo com ela e ter a proteção de seu amor e graça. Minha mãe lutou contra a doença por uma década e viveu até os 50. Minha avó morreu aos 40. Eu espero que minhas chances permitam que eu viva um pouco mais”, continuou.
Acompanhando de perto o desenvolvimento de tecnologias medicinais que combatem e previnem a doença, a atriz recentemente foi à França para uma visita ao Instituto Curie, um hospital e centro de pesquisa de referência na área. Lá, ela conheceu cientistas e médicos que trabalharam para criar novos tratamentos que aumentarão o número de sobreviventes do câncer e também melhorarão as condições de vida destes pacientes durante os tratamentos.
“O que eu percebo, conforme reflito sobre as minhas experiências e as daqueles que conheci, é que, apesar de devermos seguir avançando nesse aspecto, cuidado não significa apenas tratamento médico. É também sobre segurança, dignidade e suporte para as mulheres, estejam elas batalhando contra o câncer ou tentando lidar com outras situações estressantes”.
“As cicatrizes mais difíceis de lidar são as invisíveis, as que estão na mente. Todos os pacientes que conheci no Instituto Curie disseram que o cuidado e suporte das pessoas que amavam foram os fatores mais importantes em sua capacidade de lidar com a enfermidade. E neste quesito, o cenário é mundialmente preocupante, em especial para as mulheres”, prosseguiu.
Jolie apontou que tão importante quanto a segurança física, é a saúde mental e emocional para as mulheres, que são as mais afetas por doenças como estresse pós-traumático e depressão. “Todas as descobertas médicas que aumentam nosso tempo de vida são bem-vindas. Mas os corpos que esperamos curar também precisam ser respeitados e poupados de danos. Apenas se nos sentirmos protegidas e cuidadas, seremos capazes de alcançar nosso completo potencial”, finalizou.
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